´´Observe as tendências mas não Siga a maioria`` Thiago Prado


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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Quero uma filha assim

Brasil é o 3º país mais religioso entre os jovens





Um levantamento realizado em 21 países constatou que o Brasil possui a terceira população jovem mais religiosa do mundo. Segundo pesquisa do instituto alemão Bertelsmann Stiftung, 65% dos jovens brasileiros são considerados "profundamente religiosos".


Empatado com a Indonésia e o Marrocos --países de maioria muçulmana--, o Brasil fica atrás apenas da Nigéria e da Guatemala, primeiro e segundo lugar, respectivamente. Um total de 21 mil jovens entre 18 a 29 anos participaram da pesquisa alemã.

Em âmbito global, mais de quatro entre cada cinco jovens (85%) são religiosos, e quase metade (44%) são profundamente religiosos. Apenas 13% não acreditam em Deus ou não têm religião, de acordo com a sondagem.

No Brasil, 65% dos jovens se declaram profundamente religiosos, 30% se dizem religiosos e 4% afirmam não ter religião. Apesar de 74% dos brasileiros declararem que rezam diariamente, somente 35% disseram viver de acordo com os preceitos religiosos.

Sobre o número de não-religiosos, o sociólogo afirma que o grupo é uma parcela crescente da população. "O censo de 2000 apontava que 7,3% da população brasileira se declaravam sem religião, o que já representou um crescimento bastante grande em relação ao censo de 1991, que apontava pouco mais de 2%."

No entanto, ele afirma que se declarar sem religião não significa necessariamente que a pessoa não tem fé. "Pode ser que, em outro momento do questionário, ao ser questionada se acredita em Deus, ela irá dizer que acredita", explica ele. "A tendência é as pessoas não terem mais problema em dizer que não têm religião, embora acreditem em Deus e cheguem a rezar nos momentos de fraqueza, perigo ou desamparo."

Mais de 90% dos brasileiros dizem acreditar em Deus e em vida após a morte, de acordo com o estudo alemão.




Detalhes
Para Pierucci, a religião representa, nas vidas das pessoas, uma "pequena oração diária, no máximo, um ou dois minutos".


"Então você tem uma situação aparentemente contraditória
--uma população muito religiosa, como a brasileira, que gosta de religião e a
respeita, a pesquisa mostra bem isso", afirma o sociólogo. "A sociedade
brasileira valoriza a religião, mas não segue nenhuma, porque elas costumam ser muito exigentes. Há apenas uma minoria que segue, o resto não tem nem tempo para isso."

Leia mais.

Folha

Influência do horário na performance de nadadores





Quando se pensa em esporte de alto nível, como a natação, deve-se levar em consideração o comportamento biológico para o horário da realização dos treinos



Os organismos vivos, inclusive o homem, desenvolveram mecanismos biológicos de controle interno a partir de fenômenos geofísicos relacionados ao movimento de rotação (em torno do seu próprio eixo) da Terra que representa dois ambientes bem definidos: o claro e o escuro.

Esses mecanismos de controle interno funcionam como um relógio biológico e são chamados de ritmo biológico ou circadiano, que se repetem aproximadamente a cada 24 horas. Para o homem, esse período do ritmo biológico é de aproximadamente 25 horas.

O ritmo biológico do organismo requer um sincronismo exercido por estruturas específicas do sistema nervoso central que funcionam como um relógio. No homem, essas estruturas contêm milhares de neurônios (células nervosas) que são responsáveis pelo controle do ritmo de 24 horas das funções relacionadas às atividades hormonais, funcionamento do sistema cardiovascular, entre outros.

Assim, quando se pensa em esporte de alto nível, no caso a natação, deve-se levar em consideração esse comportamento biológico para o horário da realização dos treinamentos.

Essa relação de horários “ótimos” de treinamento está diretamente ligada com as oscilações diárias e naturais das funções orgânicas que influenciam na capacidade máxima de trabalho. Por isso, quando o horário de treinamento coincide com a capacidade máxima vital do organismo, melhores resultados são esperados tanto no treinamento quanto na competição.

Devido a essas oscilações diárias, alguns índices fisiológicos também apresentam mudanças durante o dia, como por exemplo, a freqüência cardíaca de repouso (FCrep), que pode variar de 20 a 30%, o consumo máximo de oxigênio (VO2max), que varia entre 4 a 7%, e a concentração máxima de lactato sanguíneo em altas intensidades (21% de variação).

O melhor período do dia para a aprendizagem de novas técnicas encontram-se entre as 10:00 e 12:00 horas, devido principalmente ao alto nível de cortisona e catecolaminas (hormônios presentes na corrente sanguínea que aumentam o desempenho) que são encontrados nesse período.

Com relação ao trabalho de força, velocidade e flexibilidade, o melhor período seria entre 16:00 e 18:00 horas, além disso um maior consumo de oxigênio (VO2), ventilação pulmonar e capacidade cardíaca são observados.

Alguns técnicos e nadadores procuram organizar os treinos respeitando esse comportamento biológico a fim de obter melhor performance. Logo, sugere-se que o aprimoramento e refinamento da técnica sejam realizados no período da manhã e o treino intenso no período da tarde.

No entanto, esses índices de capacidade de trabalho relacionados à performance podem ser modificáveis, visto que, em algumas situações, os nadadores não podem treinar nesse período “ótimo”. Dessa forma, o exercício físico age como um influenciador secundário do relógio biológico, fazendo com que os períodos de melhor capacidade de trabalho sejam aqueles em que o nadador tem o hábito de treinar. Sendo assim, o horário de treinamento pode ser alterado nessas condições.

Visto isso, é fundamental que o horário de treinamento seja de acordo com o horário ou fuso horário das diferentes competições.

Ativo

QI comestível

Esqueceu o que fez na semana passada? Ontem? Estes alimentos podem fortalecer seu cérebro e ajudar a recarregar a memória


Por: Bruno Favoretto e Chris Westersen
Foto: Fersyndicate Studios
Publicado 28/07/2008



Segunda de manhã, você faz uma pausa para o café com os colegas do escritório e todos começam a contar as desventuras do fim de semana. Chega a sua vez. Você arregala os olhos, ri nervoso e não consegue nem lembrar o que fez na sexta à noite. Todo mundo ri e imagina que a amnésia tem nome e sobrenome: pé na jaca. Mas você sabe a verdade. Estava perfeitamente sóbrio, porém não se lembra de nada. Esquecimentos são preocupantes, mas não necessariamente sintomas de Alzheimer precoce. O efeito cumulativo de substâncias tóxicas no meio ambiente e de estresse podem deixar seu cérebro cansado e a memória capenga, tanto quanto deficiências nutricionais. Pesquisas mostram que o cérebro continua a crescer e a se desenvolver ao longo da vida. Quanto melhor você alimentá-lo, mais eficiente será seu funcionamento. "Ele precisa de nutrientes específicos. Para funcionar bem, depende do que você come", explica Santino Lacanna, chefe do Laboratório de Pesquisa em Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Nutrientes estes que você dá ou não - o que pode deixar o sistema danificado, com conseqüências desastrosas. Nossos ancestrais da Idade da Pedra tinham a dieta perfeita: nozes, raízes, frutas vermelhas, ovos, peixes e ocasionalmente uma fatia de mamute selvagem. Eles certamente tiveram seus problemas, mas podemos apostar que lapsos de memória não foram um deles. Será que você anda comendo direito?

EMPILHE ANTIOXIDANTES
A perda da capacidade cerebral começa anos antes de ser diagnosticada. A maioria resulta de falhas não identificadas nas células cerebrais. Elas não são reparadas e levam a uma pane, possivelmente a morte de neurônios. "Antioxidantes, encontrados em frutas, legumes e verduras, combatem os radicais livres e reduzem a inflamação e a oxidação das células", diz o neurologista Santino Lacanna, de São Paulo.

O médico americano Denham Harman, que desenvolveu a teoria dos radicais livres em 1954, apontou que 28 anos é a idade em que as defesas antioxidantes diminuem muito, deixando você mais vulnerável. Então, se você não tem sido consciente em relação aos cuidados com seu cérebro, é hora de começar.

Melhores fontes Frutas vermelhas (especialmente morango, framboesa, amora) contêm os fitoquímicos antocianina e quercetina, que têm se mostrado eficientes na reversão de déficits de memória em animais testados em laboratório. Vegetais crucíferos (brócolis, repolho e couve), folhas verdes (espinafre), ameixa seca, uva passa, alho, avocado, laranja, pimenta vermelha e cebola são excelentes.

PEIXE: BOM PRA BURRO!
Os ácidos graxos ômega fazem bem, embora necessitem de atenção quanto à quantidade de ingestão. De acordo com Silmara Lucheti, nutricionista do Hospital Doutor Christóvão da Gama, em Santo André (SP), o ômega-3é muito benéfico. Encontrado em peixes deágua fria, como salmão, formam membranas flexíveis que permitem que os receptores de neurônios acomodem a forma única de cada neurotransmissor, o que resulta em memória afiada e em um processo mental mais rápido.

Ômega-6, por outro lado, é um óleo vegetal meio trapaceiro, encontrado em muito produtos industrializados, que deixa os neurossensores meio preguiçosos. A ingestão desses dois tipos de gordura é seriamente desproporcional no mundo ocidental: nós consumimos ômega-6 demais e não ingerimos nem o mínimo de ômega-3.

A conseqüência, de acordo com Michael Crowford, uma autoridade em nutrição cerebral da Universidade de North London (Inglaterra), é que "a evolução do cérebro humano está em marcha à ré". Lembre-se de trocar o peixe frito por salmão grelhado na hora de fazer o pedido.

Melhores fontes Salmão, sardinha e truta são entupidos de "boa" gordura - capaz de neutralizar os possíveis efeitos nocivos do ômega- 6. Nozes e sementes também são excelentes.Ômega-3 também pode ser ingerido na forma de suplementos. O ideal é consultar um nutricionista e saber exatamente o que precisa.

PRUDÊNCIA NO PRATO
O consumo de uma grande quantidade de laticínios, cereais, açúcares refinados, comidas industrializadas - ou cheias de gordura - e condimentos em nossa alimentação tem sido uma conta alta para nosso cérebro, afirma o neurologista Santino Lacanna, da Unifesp. Esses carboidratos de digestão rápida mandam uma quantidade de açúcar elevada para o sangue, o que faz o pâncreas bombear insulina. Se isso acontece com muita freqüência, as células se tornam resistentes à insulina, aumentando o risco de diabetes, perda da memória e da função mental.

Por outro lado é esse nível alto de açúcar no sangue que faz o corpo e o cérebro agirem mais rapidamente. Por isso o ideal é buscar equilíbrio nutricional que dê garantia de que sua memória vai servi-lo pelo resto da vida.




RAINHA COLINA
Sardinhas também contêm DMAE, substância que se transforma na enzima colina, necessária para produzir o neurotransmissor acetilcolina. A deficiência dele resulta em memória fraca, e sabese que é uma das maiores causas de demência senil, diz o nutricionista britânico Patrick Holford, autor do livro 100% Saúde (Ed. Madras, 271 págs.).

Melhores fontes Sardinha, ovo, peixe, fígado e soja. Coma ovos cozidos em vez de mexidos - dessa forma a estrutura nutricional do alimento não se modifica. Na forma de suplemento, tente os à base de lecitina, mas verifique se o produto tem mais de 30% de fosfatidilcolina, diz Holford.

CHAME O ZINCO
Se sua dieta é pobre em ácido fólico e zinco, você corre o risco de elevar os níveis de homocisteína, que pode contribuir para o aparecimento de Alzheimer. O ácido fólico ajuda a reduzir os níveis de homocisteína, segundo estudo da Universidade Trufts, nos EUA. Ele também está associado ao processamento mais rápido de informações e à boa memória.

Melhores fontes Germe de trigo, espinafre, brotos, lentilhas, ervilhas, grãos de soja, alcachofra, beterraba, brócolis e laranja.

PRONTO-SOCORRO PARA A MEMÓRIA
seis maneiras rápidas de melhorar as respostas da sua cachola

Coma frutas e verduras todos os dias Cozinhe os vegetais no vapor para reter nutrientes e escolha produtos orgânicos para evitar o contato com pesticidas, que estão ligados à perda da capacidade de memória, lembra o nutricionista inglês Patrick Holford.

Não pule o café-da-manhã Mesmo que seja só uma mão cheia de amêndoas e uma maçã (a proteína presente nas nozes vai lhe dar energia para enfrentar muitas horas). Falta de comida faz o nível de açúcar no sangue despencar, deixando o cérebro sem combustível.

Durma, se exercite e respire ar fresco Muita adrenalina leva à fadiga, que vira ansiedade, mau humor e perda de memória.

Diminua a cafeína As pessoas podem melhorar a memória consideravelmente seguindo algumas recomendações: reduza a cafeína, incluindo refrigerantes e energéticos; diminua o estresse; inclua na sua rotina diária exercícios, meditação e descanso; e consuma ácidos graxos, vitaminas do complexo B, zinco e magnésio.

Exercite seu cérebro "Você pode estar em forma, mas também precisa malhar seu cérebro", diz Lacanna. Desligue a TV e comece a fazer algo que o estimule mentalmente, como jogar xadrez, escovar os dentes com a mão esquerda (se você é destro), aprender uma língua, ler, tocar um instrumento.

Diminua a bebida O álcool extermina neurônios. Se você gosta de beber, saiba que está se auto-programando para perder memória. "Você pode lembrarse de coisas antigas, mas não conseguirá recordar atividades diárias, porque as células do hipocampo, região do cérebro ligada à aprendizagem e à memória, estão fora de combate, prejudicadas pela bebida", esclarece Lacanna. O mesmo vale para o cigarro e, claro, as drogas.

Men´s Health

Barack Obama, da mistura cultural à luta pela Presidência dos EUA


Papai!


Era um ritual de quarta-feira à noite para Barack Obama: após um dia debatendo sobre impostos, pena de morte ou alguma outra questão controversa, ele ia para uma reunião do “comitê”.



Legisladores e lobistas, tanto democratas quanto republicanos, deixavam a política de lado para se reunir para... seu jogo semanal de pôquer. Era uma chance para Obama, então um legislador de Illinois, de socializar em meio às cartas e charutos (ou, no caso dele, cigarros). Também era um modo para esse filho de um pastor de cabras africano, esse advogado educado em Harvard, autor e professor, de mostrar que podia ser apenas mais um dos rapazes. Isso não era novidade para ele.




Entenda as eleições nos EUA


Ele já havia navegado por partes exóticas do Havaí e da Indonésia, pelos salões privilegiados de Cambridge e pelas ruas destruídas pela pobreza de Chicago quando menino, um estudante e um homem jovem. Ao longo do caminho, Barack Obama, agora um novato como senador dos Estados Unidos e candidato democrata à presidência, partiu decidido a fazer coisas que ele afirma que irão funcionar na Casa Branca: diminuir distâncias, fazer conexões, forjar alianças. “Barack sabe o que ele tem que fazer para se encaixar e tem a capacidade de fazer isso”, afirma o senador do estado Terry Link, seu amigo de longa data e ocasionalmente anfitrião do pôquer. “Ele tenta vencer em lugares em que não se sobressai.”

Sua meia-irmã, Maya Soetoro-Ng, vê as coisas de outro modo: "Ele caminha entre dois mundos”, diz ela. “Foi isso o que ele fez a vida toda." Desde o início, Barack Obama misturou culturas. Seu pai, também chamado Barack Obama, era um aluno negro com bolsa de estudos que viajou de sua pequena vila no Quênia para estudar na Universidade do Havaí. Sua mãe, Stanley Ann Dunham, era branca e tinha só 18 anos quando eles se conheceram numa aula de russo. Barack -“abençoado” em árabe- nasceu em 4 de agosto de 1961.




O casamento de seus pais durou pouco. Seu pai deixou a família para estudar em Harvard quando seu filho fez dois anos, voltando apenas uma vez. Obama escreveu de maneira pungente sobre a visita em suas memórias - relembrando a bola de basquete que seu pai lhe deu, os discos africanos que eles tocaram para dançar e à apresentação de Dave Brubeck que viram juntos. Obama, então com 10 anos de idade, nunca mais viu seu pai. Na época, a mãe de Obama havia se casado de novo, com Lolo Soetoro, outro estudante universitário.


Vida na Indonésia
Eles se mudaram para a terra natal dele, a Indonésia, arrastando Obama, na época com seis anos, para uma terra de iguarias como carne de cobra e gafanhoto, onde ele tinha um macaco de estimação chamado Tata e onde havia a realidade dura da pobreza e das doenças do terceiro mundo. Após quatro anos, Obama voltou ao Havaí, primeiro morando com sua mãe, depois com seus avós maternos, todos vindos do Kansas.

Hoje em dia, Maya vê traços do três em seu meio irmão. De sua mãe, ela diz, “ele puxou a habilidade de fazer conexões, de manter a mente aberta... Seu gosto pela aventura, sua curiosidade e sua compaixão”. De sua avó, Mandelyn: “seu pragmatismo, seu equilíbrio, sua habilidade de permanecer centrado mesmo em meio ao caos”. De sua avó, Stanley: “seu amor pelo jogo. Meu avô... encarava sua vida com muito gosto e entusiasmo e um grande senso de possibilidade.”

No Havaí, Obama era típico. E atípico. Ele era aluno com bolsa de estudos na prestigiosa Punahou School, uma academia privada onde ele era “inteligente, mas não excessivamente intelectual”, diz sua meia-irmã. Ele era extrovertido, ria com facilidade e não se importava de se exibir. Obama -então conhecido como Barry - tinha algo de rebelde. Um amigo se lembra de que ambos foram suspensos na sétima série por jogar e fazer apostas na escola.

O garoto gorducho que colecionava revistas em quadrinhos do Homem-Aranha e de Conan, o Bárbaro, cresceu e se tornou um adolescente que ouvia o saxofonista de jazz Grover Washington e a banda de rock progressivo Earth, Wind and Fire, que dirigia o velho Ford Granada do avô, jogava golfe, pôquer, cantava no coral e se juntou ao Ka Wai Ola, o jornal literário da escola.

Obama também amava jogar basquete e por isso foi chamado de “Barry O´Bomber”. Ele gostava de fazer uma jogada especial com a mão esquerda. Durante seu último ano, o time da escola ganhou o campeonato estadual. Obama era um competidor feroz e um amigo sensível. Seu amigo, Mike Ramos, diz que perdeu várias cestas durantes os jogos de improviso, “Obama era o cara que dizia: ‘continue jogando, não se preocupe. Ela vai entrar’.”


Questão racial

“Também havia um lado introspectivo em Obama, o cara de fora lidando com suas origens birraciais. Apesar de estar num grupo de amigos racialmente misto, ele e dois outros dentre os poucos alunos negros de Punahou se encontravam semanalmente naquilo que ficou conhecido como o “canto étnico”. “Era mais questão de aprender uns com os outros do que de ser o único lugar em que nos sentíamos seguros”, diz Tony Peterson, um dos três. Eles discutiram namoros inter-raciais, educação e “se veriam um presidente negro em suas vidas”.

Peterson e outros companheiros dizem que Obama nunca falou do tumulto que revela em suas memórias, “Sonhos de Meu Pai”, na qual ele escreveu sobre sua dificuldade em aceitar sua própria identidade racial e sobre usar drogas - incluindo maconha e cocaína - para “tirar a questão de quem eu era de minha cabeça”.

Em um artigo de 1999 escrito para o Punahou Bulletin, Obama disse que, sendo um dos poucos negros na escola, “eu provavelmente questionava minha identidade mais do que a maioria. Como criança de um lar desfeito e de uma família relativamente modesta, eu tinha muito ressentimento do que minhas circunstâncias justificavam e nem sempre canalizei esses sentimentos de maneira particularmente construtiva”.



Primeiro emprego
Obama chegou a Chicago em 1985, com um diploma universitário, um mapa da cidade e um novo emprego - organizador de comunidade. Salário inicial: US$ 13 mil por ano (incluindo dinheiro para despesas com automóvel). Obama, que havia trabalhado em Nova York por um breve período depois de se formar pela Universidade de Columbia, sabia pouco sobre a política de jogo duro que se fazia em Chicago. Mas o fato de ter vivido no exterior havia lhe dado experiência como estrangeiro e uma empatia natural com pessoas de poder e dinheiro, diz Gerald Kellman, o homem que o contratou.



Trabalhando para o Projeto de Comunidades em Desenvolvimento, Obama organizou igrejas negras no bairro industrial de South Side, uma área prejudicada pela perda das usinas de aço e das fábricas.

A tarefa de Obama era mobilizar os residentes a promover mudanças, seja fazendo um lobby por um centro de treinamento para empregos, seja exigindo mais parques ou removendo amianto de casas. “Ele parecia ouvir bem e aprendia rápido”, diz Kellman. Ele diz que Obama não gostava de confrontos com pessoas. Mas quando o assunto era negociar conflitos, ele era muito bom. “Obama se tornou próximo de muitas dessas organizações -mulheres com idade para ser sua mãe“. Este menino era muito brilhante -eu não deveria dizer menino, este homem era tão brilhante, mas ele não impunha isso sobre você”, lembra Loretta Augustine-Herron, uma das fundadoras do projeto comunitário. “Ele era direto e suave... Ele explicava as coisas de um jeito que não deixasse ninguém ofendido.”

As mulheres gostavam muito dele. Elas o reprimiam quando ele só comia salada de espinafre no almoço, riam quando ele mostrava seus passos de dança (“Não lhe faltava confiança, isso posso dizer”, diz Augustine-Herron) e brincavam sobre sua pontualidade e seriedade. “Se não nos apressarmos, Obama cara de bebê ficará uma fera”, elas cutucavam umas às outras enquanto corriam para um encontro com ele. Yvonne Lloyd diz que Obama os preparou para lidar com burocratas, dizendo de quem eles deviam se aproximar, guiando-os no que dizer - e oferecendo críticas: “Ele estava lá, tentando e fazendo força”, diz Lloyd, que tem 11 filhos. “Ele nos energizava. Quando você foi dona-de-casa a vida toda e tudo o que fez foi criar filhos, você não sabe muito sobre o mundo exterior. Ele nos ensinou”. E se há algo que ele não sabia, ele descobria. “’Deixe-me pesquisar a respeito’ eram suas palavras favoritas”, diz Lloyd, que ainda chama Obama de “meu rapazinho magrelo”.



Família
Obama continuou próximo de sua meia-irmã, Maya, que visitava Chicago durante os verões. Quando seu pai morreu e ela era apenas uma adolescente, Obama, quase uma década mais velho, assumiu um papel paternal, levando-a para visitar campi de escolas. Obama também estava aprimorando suas habilidades como escritor, escrevendo histórias curtas e vívidas sobre pastores e comunidades que se desintegravam, inspirado por suas experiências em Chicago. Ele as mostrou ao companheiro organizador Mike Kruglik, que ficou impressionado pelo modo como ele capturou o clima das ruas.

“Eu não podia entender como ele tinha o tempo e a energia para fazer isso”, ele diz. Em três anos como organizador, Obama se tornou cada vez mais consciente dos limites daquilo que poderia conquistar e foi ficando cada vez mais pragmático, diz Kellman. A experiência de seu pai como funcionário público na África era uma história que servia como exemplo. “Ele tinha essa noção de que seu pai era idealista demais e não era prático o bastante... e não havia conseguido o que queria”, acrescenta ele. (Obama mais tarde escreveu que seu pai -que foi morto num acidente automobilístico - havia morrido “um homem amargo”).



Obama disse em suas memórias que durante esses anos em Chicago ele “saiu do isolamento maior” que sentia quando chegou e descobriu que compartilhar histórias de vida com as pessoas lhe dava “um senso de lugar e um propósito a que aspirar”. Ele estava pronto para ir adiante -para a escola de direito de Harvard. Mas ele prometeu que voltaria.



Estudos em Harvard
Obama entrou em Harvard mais velho do que muitos de seus colegas de classe, mergulhando numa espécie de incubadora da elite norte-americana -futuros juízes da Suprema Corte, líderes da Fortune 500, senadores dos EUA e presidentes. Ex-colegas de classe e professores se lembram dele como um intelecto com capacidade de julgamento amadurecida, um conciliador que era capaz de ver ambos os lados de uma questão. “Ele não era alguém que você simplesmente queria ler as anotações dele ou ouvir sua voz”, diz Charles Ogletree, professor de direito em Harvard que foi mentor de Obama e de outros estudantes negros. “Você queria ouvi-lo pensando. Havia algo de especial nele.”

A escola de direito tinha muita gente de destaque tentar superar a concorrência, mas esse não era o estilo de Obama, diz Laurence Tribe, um professor que o contratou como assistente de pesquisa. “Ele não era só focado em créditos ou resultados”, diz Tribe. “Ele com freqüência dava crédito a outros para quem ele havia feito o trabalho”. Tribe afirma que Obama era capaz de lidar com pessoas muito inteligentes “de maneira que não as irritava, ele aprendeu a se mover nesses círculos. Causou pouca agitação e conseguiu fazer as coisas”.

Obama teve dois momentos cruciais em Harvard. Um foi durante o primeiro verão em que ele trabalhou numa grande firma de advocacia em Chicago e conheceu outra aluna que havia se formado em Direito em Harvard, Michelle Robinson, que se tornaria sua esposa e a mãe de suas duas filhas, Malia e Sasha. Outro foi um triunfo pessoal: Obama chegou às manchetes quando foi eleito o primeiro presidente negro do Harvard Law Review, talvez a mais prestigiada publicação jurídica do país. “Para nós, foi realmente uma grande comemoração, um verdadeiro marco”, diz Earl Martin Phalen, um colega de classe negro. “Mas aquilo não teve o mesmo significado para ele...”



Vida política

Ele não assumiu uma atitude de bater no peito de orgulho, algo como "olhe pra mim, sou o primeiro". Ele estava ciente do significado histórico, mas compreendia que havia responsabilidade. Com a graduação, Obama se tornou valioso para o mercado. Ofertas de altos cargos apareciam para ele.



Ele escolheu outra direção. De volta a Chicago, Obama se juntou a uma pequena firma de direitos civis, criou uma campanha e deu aula de direito constitucional na Faculdade de Direito da Universidade de Chicago. Em 1996, ele foi eleito para o cargo no Parlamento estadual representando Hyde Park -a região em South Side que inclui a universidade e alguns bairros bastante pobres. Obama mais tarde escreveria que ele entende política como um “esporte de contato direto e não se importava nem com as cotoveladas nem com os golpes que às vezes recebia vindos de seu ponto cego.”

Mas em Springfield, capital do estado, ele foi conhecido pelo seu pragmatismo, que ia além das divisões entre partidos, trabalhando com outros democratas e com republicanos. Obama ajudou a mudar as leis sobre pena de morte, ética e perfil racial, e ganhou crédito de impostos para trabalhadores pobres. Mas ele falhou em sua campanha pelo seguro saúde universal. Como um recém chegado à atmosfera de clube fechado de Springfield, Obama também encontrou desprezo. Alguns legisladores inicialmente pensaram que ele era um pouco arrogante. “Demorou um tempo para ele provar que era um cara de verdade”, afirma o senador estadual Kirky Dillard, um republicano que aparece num comercial de campanha de Obama.

“Nos primeiros dois anos, havia ceticismo saudável”, disse. Isso era especialmente verdadeiro entre seus companheiros legisladores afro-americanos. “As raízes de Obama e seu estilo - ele evita a retórica racialmente colorida utilizada por alguns políticos negros - há muito levantaram debates sobre sua identidade racial. Alguns líderes negros e comentaristas já questionaram se ele é “negro o suficiente”. Obama diz que nunca houve questionamento sobre ele ser negro. “Se você tem aparência afro-americana na sociedade, você é tratado como afro-americano”, disse ele numa entrevista ao programa "60 Minutos", da CBS, neste ano. “E quando você é criança em particular, é assim que você começa a se identificar. Pelo menos era assim que eu me sentia confortável para me identificar, se não for o cerne de quem sou”. Ser um homem negro moldou a vida de Obama de maneira inegável.



Livro e identidade
Em seu livro “A audácia da esperança”, ele diz que ser senador o poupou de alguns dos “esbarrões e hematomas” que muitos homens negros suportam. Mas também escreveu que havia enfrentado “o ritual de mesquinharias”, incluindo guardas de segurança que o seguiram em lojas de departamentos, casais brancos entregando a chave do carro a ele do lado de fora de restaurantes, confundindo-o com o manobrista. “Eu sei como é quando as pessoas me dizem que não posso fazer algo por causa da minha cor e eu sei o gosto amargo do orgulho negro engolido". Mas, ao longo de toda a sua vida, de sua infância no Havaí aos dias de legislador em Springfield, Obama tem mantido um grupo racialmente misto de amigos e aliados políticos.

Como senador estadual, alguns de seus amigos mais próximos eram legisladores brancos suburbanos e rurais. Obama também encontrou um aliado poderoso em Emil Jones, o presidente do Senado, um democrata da velha-guarda de Chicago conhecido por romper acordos, punir seus inimigos e por ter diversos membros de sua família na folha de pagamento. Já contando com três anos de carreira legislativa, Obama, incansável e ambicioso, desafiou o republicano Bobby Rush, um veterano que tinha uma taxa de aprovação de 70% e raízes profundas na comunidade que datavam de décadas atrás, quando ele era um "pantera negra".

Durante a campanha, Obama foi perseguido pela mesma questão: se ele era “negro o suficiente” para o distrito. Suas credenciais acadêmicas importavam pouco para alguns eleitores que sentiam que Rush os compreendia melhor. Obama escorregou feio, perdendo as primárias por 31 pontos percentuais.



Quando ele chegou à festa da vitória, a eleição já havia sido decidida em favor de Rush. “Barack era visto como alguém de fora”, diz Link, senador do estado. “Ele não era um dos rapazes”. Ele não desanimou. Dois anos depois, ele começaria a planejar seu próximo passo -uma campanha pelo Senado dos Estados Unidos. Na época, ele já tinha uma rede de amigos e gente que o apoiava em Springfield, incluindo seus companheiros de pôquer que viam semelhanças na maneira como ele abordava o trabalho e o jogo.



O jogador
“Ele era um jogador calculista”, diz Link. “Se ele ia jogar uma mão, ele sabia que seria uma mão que ele tinha chance de vencer. O mesmo ocorre em política, também. Ele não vai fazer por fazer.”

Alguns chamam isso de “O Discurso” - um discurso de 17 minutos na abertura da Convenção Nacional Democrata que fez dele um astro. Obama era pouco conhecido fora de Illinois quando foi escolhido para fazer o importante pronunciamento. Mas ele havia impressionado John Kerry, o democrata nomeado à Presidência, depois que o senador de Massachusetts havia ouvido ele falar num evento para angariar fundos para o partido e os dois fizeram campanha juntos em Chicago na primavera. Sua aparição na convenção de julho foi seguida por um velho ditado da Broadway: Barack Obama subiu ao palco como um desconhecido, mas saiu dele como um astro.

Comentaristas e políticos estavam zumbindo com conversas sobre seu futuro -e o mencionavam como possível candidato à Presidência. Mas, havia algo primeiro. Quatro meses depois, Obama, com a ajuda de alguns golpes de sorte, conquistou o cargo no Senado dos EUA com enorme vantagem sobre o segundo colocado. Ele se tornou o terceiro senador negro dos EUA desde a Reconstrução.



Desde então, ele tem tido o toque de Midas: dois livros best-sellers, um Grammy por ter gravado um deles, capas de revista, aparições na TV, convites e mais convites. No último outono, Obama se tornou uma das maiores atrações da campanha de 2006, subindo ao palanque com candidatos democratas em todo o país. Até mesmo o presidente Bush percebeu a enorme popularidade de Obama. Quando o senador foi a uma recepção na Casa Branca depois de empossado, Bush avisou que as pessoas estariam com ele na mira, só esperando um deslize.



O anúncio

Desde o momento em que Obama emergiu na cena nacional, a questão tem sido: ele se candidatará à Presidência? Não, não, não, respondeu ele. Absolutamente não. Depois de dois curtos anos no Senado dos EUA, o homem que era um obscuro legislador há pouco tempo, reverteu seu curso. Num dia tempestuoso de fevereiro, Barack Obama voltou a Springfield, às escadarias do Velho Capitólio, onde seu herói Abraham Lincoln foi legislador. Ele foi fazer outro grande discurso. Ele anunciou que se candidataria à Presidência.

Questões polêmicas

Aborto - É a favor do direito ao aborto
Casamento gay - Deixaria cada estado decidir. É contra a emenda constitucional para banir o casamento gay.
Aquecimento global - Defende a redução das emissões de carbono em 80% até 2050, com limites obrigatórios
Controle de armas - Votou por deixar fabricantes e negociantes de armas vulneráveis a processos. Apóia restrições mais rígidas
Saúde pública - Defende cobertura total para crianças e que empregados ajudem a pagar os seguros
Imigração - Votou pela cerca na fronteira com o México e defende legalidade aos imigrantes ilegais, desde que falem inglês e paguem impostos
Iraque - Foi contra a invasão. Defende a retirada de todas as brigadas de combate até 31 de março de 2008
Pesquisa com células-tronco - Apóia a diminuição de restrições no financiamento federal de pesquisas com células-tronco embrionárias
Impostos - Defende US$ 80 bilhões em descontos para trabalhadores de baixa renda e idosos

Globo.com

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

As Forças Armadas segundo Jobim

As Forças Armadas segundo Jobim

Plano de Defesa Nacional prevê França como parceira estratégica e tecnológica na Marinha, Aeronáutica e Exército

OCTÁVIO COSTA E HUGO MARQUES



PAPEL VITAL Jobim com almirantes: com o pré-sal, aumenta a importância da Marinha na defesa do território


No dia 7 de setembro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, entregará ao presidente Lula o Plano Estratégico de Defesa Nacional. O projeto vai além da compra de equipamentos bilionários para a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. O objetivo é mudar a concepção de defesa nacional e redirecionar as prioridades das três Forças. Como principal parceiro no plano militar para as próximas décadas foi escolhida a França de Nicolas Sarkozy. É de lá que virão equipamentos como submarinos convencionais, helicópteros e, quase certo, também os caças supersônicos. Sarkozy ganhou a disputa ao garantir ao presidente Lula que a França não criará nenhum obstáculo à transferência de tecnologia para o Brasil. "Temos acordos com os franceses no que diz respeito à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. Em 23 de dezembro, o termo de aliança estratégica com a França será assinado pelos presidentes Lula e Sarkozy", antecipou o ministro Jobim em entrevista exclusiva à ISTOÉ. "Isso nos dá a possibilidade de sair ao largo da hegemonia americana no setor. O que faz parte da linha de ação do Conselho de Defesa Sul-Americano." A forte contribuição da França começa pelo mar. Caberá à Marinha os maiores investimentos no plano de Jobim. O Brasil construirá submarinos em parceria com a francesa DCN (Direction des Constructions Navales). Inicialmente, serão fabricados três submarinos convencionais Scorpène, de propulsão a diesel. Depois, o Brasil vai incorporar a tecnologia da DCN para produzir seu primeiro submarino de propulsão nuclear. "O Scorpène nos dará condições de produzir a parte não nuclear do submarino de propulsão nuclear, que é a tecnologia de rigidez do casco", diz Jobim. "O submarino nuclear é uma decisão já tomada." O acerto entre os dois países na área marítima foi negociado entre Lula e Sarkozy durante reunião em Caiena, em fevereiro. Para os acertos finais do acordo, o chefe do Estado- Maior da Presidência da França, Edouard Guillaud, assessor militar do presidente, esteve duas vezes em Brasília, a última no dia 23 de julho. O projeto completo dos submarinos chega a US$ 7 bilhões, cifra que pode mudar. "Talvez, mais", diz Jobim. O País, no momento, negocia na ONU a extensão das águas jurisdicionais das atuais 200 milhas para 350 milhas, o que aumentará a área de 3,5 milhões para 4,5 milhões de quilômetros quadrados, compreendendo todo o mega-campo de petróleo Tupi.
Para o Exército, uma das novidades é a construção de postos em todas as áreas indígenas de fronteira. Hoje, o Exército tem 17 mil soldados na região. Os soldados índios receberão fuzis novos, binóculos de visão noturna e chips nos equipamentos, para rastreamento. É o que o ministro chama de "soldado do futuro". "Um soldado índio com chip", explica Jobim. "É outro ponto em que contamos com a colaboração dos franceses." O ministro afirma que o Brasil já tem os guerreiros de selva mais competentes do planeta, mas destaca que os novos equipamentos irão inserir o Exército na modernidade. "Os marines americanos foram lá fazer treinamento e quase morreram, foram embora doentes, de maca, cheios de mosquito, não se agüentam." O Exército possui 184 mil homens. Juntas, as Forças Armadas têm 308 mil homens, mas a maioria do aquartelamento está no leste do País.
O governo pretende criar na Amazônia a figura do "exército móvel". São brigadas com grande capacidade de mobilidade e logística. Para atender os batalhões móveis, o governo vai investir pesado na construção de blindados sobre rodas em Sete Lagoas, Minas, um projeto da Fiat-Iveco, e nos aviões C-390 da Embraer, semelhantes aos Hércules americanos. O plano prevê a integração ainda maior do Exército com a FAB, que vai dar suporte aéreo principalmente na Amazônia. Outra ferramenta importante do exército móvel serão os 50 helicópteros fabricados em Itajubá, pela Helibrás, consórcio com a também francesa Eurocopter. A fábrica atenderá as três Forças. O modelo Cougar 725 não é ataque: destinase ao transporte de materiais e tropa. Esse acordo já foi assinado.

A tarefa da Aeronáutica é assegurar a supremacia do espaço aéreo. De novo, devem vencer os franceses. O governo deve mesmo fechar a parceria para trazer para o País a tecnologia da construção de caças Rafale, da empresa Dassault. É prevista grande participação de uma empresa brasileira no projeto. "A tendência é atrair a Embraer, que já tem uma estrutura", diz Jobim. Outros países interessados no projeto do caça supersônico serão descartados. Entre as empresas que prometeram transferir tecnologia para o Brasil estão as americanas Boeing, com seu F-18, e Lockheed, com o F-16, a sueca Grippen, com o caça do mesmo nome, a Rosoboronexport, que vende o russo Sukhoi, e o consórcio europeu que fabrica o Eurofighter. Mas os contatos com os governos onde estão estas empresas foram infrutíferos.
Nelson Jobim manteve reuniões com autoridades americanas, inclusive com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, e ouviu que os EUA estavam dispostos a transferir tecnologia para o Brasil. "Por que, então, os senhores anunciaram que não permitiriam a venda dos Super Tucanos para a Venezuela, alegando que havia um ingrediente militar?", retrucou Jobim nas reuniões. A conversa não avançou. Quanto aos russos, o ministro demonstra mais simpatia, mas prefere brincar: "O russo não é fácil não, eles não falam em outra língua." O Brasil deve, então, importar 12 caças franceses Rafale para legitimar o início da fabricação nacional. Além dos caças, o monitoramento do território nacional também será feito pelo espaço. O plano prevê a construção de satélites geoestacionários no Brasil, que devem ser lançados na base de Kuoruo, na Guiana Francesa.
As premissas do Plano de Defesa estão lançadas. Seu conteúdo integral, no entanto, só será conhecido após o desfile de 7 de Setembro. E em dezembro, o presidente Sarkozy desembarcará em Brasília com sua esposa, a cantora Carla Bruni, para renovar a santa aliança militar com os franceses, que, por sinal, está na origem da formação das Forças Armadas brasileiras.

Fonte: Istoé

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

20 Curiosidades sobre a China


我们有巨大的阴茎!



1.
A cada feriado do Ano-novo chinês, mais de 300 milhões de pessoas viajam pela China, para visitar parente, sendo o maior movimento migratório do planeta. Como não conseguem ir ao banheiro nos trens superlotados, muitos viajantes usam fraldas para adultos.

2.
A polícia não tem armas. Aliás, ninguém carrega armas, e o crime praticamente não existe entre os civis. Também pudera, aquela clássica história do criminoso ser executado e a bala ser cobrada da família assusta qualquer um. A China é o país que mais executa prisioneiros no mundo.

3.
Após décadas do mais puro regime comunista, os chineses ignoram o que é privacidade. Bisbilhotar e tomar conta da vida alheia é quase obrigação, sendo muito comum xeretar conversa alheia ou olhar o cartão de ponto do colega para denunciar atrasos.

4.
Os símbolos chineses são tão ornados e complicados de desenhar, que se você resolve sentar num banco e escrever algo num papel comum, vai atrair uma multidão de curiosos apontando para você. Vai entender ?

5.
São calmos até demais. Não se ouvem buzinas nos engarrafamentos. Não se vê chinês com cara de estressado.

6.
O que nós chamamos de boa educação e higiene não se aplica na China. Os banheiros são apertados, fedidos e com apenas um buraco no chão. As pessoas urinam no meio da rua. Soltar puns em público é com eles mesmos.

O que chama mais atenção é o hábito de cuspir : Chineses cospem em qualquer lugar, e se você der mole, pode levar uma cusparada acidental, pois a medicina tradicional chinesa acredita que seja danoso engolir a saliva. E fuma-se até em aviões na China.

7.
Os chineses recusam gorjetas. Um viajante relatou que ao oferecer uma gorjeta a uma garçonete, ela empurrou a mão dele e saiu correndo, corada de vergonha. Quando você deixa a gorjeta na mesa, o funcionário corre atrás de você para devolver o dinheiro.

8.
Essa é muito esquisita. Funcionários chineses riem da sua cara quando você reclama de algo. Parece que estão de sacanagem, ninguém consegue entender, mas deve ser algo cultural. Eu, hein?

9.
Os bebês chineses andam com a bunda de fora. Sim, as roupas têm buracos no bumbum do bebê. E em último caso, vai na rua mesmo. As fábricas de fraldas devem adorar isso.


它是伟大小便公开!


10.
Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 são chinesas.

11.
O território chinês abrange 4 fusos horários, mas o governo não quer nem saber, e todo o país adota a hora de Pequim. O que faz o sol nascer às 4 da manhã no leste do país, e no oeste, às 9 da manhã.

12.
Os chineses são muito supersticiosos. Os andares 4, 14 e 24 de muitos prédios não existem, porque o ideograma do 4 é parecido com o da morte. Celulares terminados em 4 ou com muitos 4 são bem mais baratos, e muito utilizados por estrangeiros.

Já o número 8 tem o ideograma que lembra o da prosperidade. Não é à toa que os jogos Olímpicos começarão no dia 8 de agosto de 2008, às 8:08 da noite.

13.
Os lamas tibetanos estão desde o ano passado, proibidos de ressuscitar sem autorização do governo

14.
Segundo tradição do interior do país, homens que morrem solteiros têm a linhagem comprometida na próxima vida.

Para evitar isto, os familiares tentam arrumar o chamado minghun, ou casamento após a morte, enterrando uma noiva-fantasma ao lado do solteirão. Quanto mais nova a moça, melhor, e o preço pode chegar a US$ 2000,00.

15.
Fruto da política do filho único e da preferência das famílias por homens, existem 18 milhões de homens a mais que mulheres na China. Saber o sexo da criança antes do nascimento é proibido, porque se for mulher, o casal pode decidir abortar.

Apesar disto, o aborto é legal na China, mesmo no final da gravidez. Por conta disto, a China é o país mais avançado em pesquisas com células-tronco, além que quase nenhuma chinesa tomar anticoncepcional.

16.
A inovação mais recente que o governo quer implantar na legislação trabalhista são férias anuais de 15 dias. O salário de um operário é mais ou menos R$ 80,00/mês.

17.
A gastronomia chinesa é, digamos, exótica. O banquete do ano-novo chinês entre os mais ricos inclui iguarias como ovos podres cozidos e sopa de ninho de andorinha. Nas províncias do sul, come-se de tudo : gafanhotos, escorpiões, ratos selvagens, gatos, cachorros, estrelas-do-mar, cobras e até casulos de bicho-da-seda.

Há um restaurante em Pequim cuja especialidade é pênis. Isso mesmo, lá se tem pratos com o membro de 9 animais : Touro, jumento, cão, cobra, cervo, carneiro, búfalo, foca e cavalo, e como o povo acredita que o prato é afrodisíaco, não faltam clientes.

Ah, e se estiver numa mesa com chineses, jamais deixe os palitinhos fincados no arroz, pois isso representa desejar a morte das pessoas ali presentes. E também procure deixar comida no prato, pois um prato vazio para os chineses não significa que você gostou da comida, mas que o anfitrião foi ineficiente ao te servir.


我是熊猫! 我爱口头性!

18.
As transmissões de redes internacionais de TV apresentam 9 segundos de atraso. É o tempo suficiente para que o censor tire a rede do ar caso constate que a notícia é ofensiva aos interesses chineses.

19.
77% dos chineses não sabe que a Aids pode ser evitada com o uso da camisinha.

20.
Ver filme erótico pode dar cadeia (se você for pego, claro). Gays também são perseguidos por lá. Anúncios, passeatas ou personagens gays na TV são proibidos.

sábado, 23 de agosto de 2008

Como Escolher Uma Profissão?

Meu pai queria que eu fosse engenheiro. Minha mãe escolheu advocacia. Minha avó sonhava com medicina. Escolhi psicologia e durante o curso quase mudei para publicidade e propaganda. Esta história é real e acontece com a maioria dos

Meu pai queria que eu fosse engenheiro. Minha mãe escolheu advocacia. Minha avó sonhava com medicina. Escolhi psicologia e durante o curso quase mudei para publicidade e propaganda. Esta história é real e acontece com a maioria dos jovens e até mesmo os adultos já estabilizados profissionalmente. A pergunta é: que profissão escolher? Afinal ela o acompanhará para o resto da vida!

Até alguns anos atrás era relativamente mais fácil, pois o leque de possibilidades era bem menor; em contrapartida, estas poucas profissões poderiam não ser aquelas que fariam a felicidade de muitas pessoas. O mercado de trabalho atualmente é bastante profícuo no oferecimento de novas atividades, profissões e oportunidades. Isto tem duas leituras possíveis: quanto maior a amplitude, mais chance de se descobrir a “verdadeira vocação”. Porém, paradoxalmente isto torna mais difícil escolher aquilo que tem a ver com sua personalidade, pois são tantas possibilidades que nem sempre aquela que tem mais a ver é a melhor remunerada ou que trará o status desejado. Portanto, a escolha profissional não passa apenas por procurar aquilo que gosta, mas de um conjunto de fatores que um bom aconselhamento profissional e de carreira pode orientar na decisão. Veja alguns pontos que deve considerar na hora de definir ou incrementar sua carreira:

Visão de futuro

O primeiro passo é analisar o cenário econômico e as tendências de mercado, saber diferenciar as armadilhas das oportunidades. Há profissões que se sobressaem nos momentos de crise e há outras que se mantém estáveis em qualquer tempo com pequenas alterações como a Engenharia. O mercado também vem trazendo novas perspectivas para antigas profissões em função da biotecnologia, do forte senso ambientalista, da globalização da economia e dos pactos regionais, da modernização da agropecuária, da expansão da informática e das novas relações de trabalho.

Escolher uma carreira somente por causa da remuneração é um tiro no pé! O mercado é bastante dinâmico e nos mostra que antigas profissões tidas como sucesso absoluto há dez anos atrás hoje não gozam do mesmo prestígio e salário. Entretanto, profissões ligadas a comércio exterior, educação, saúde, diversão e turismo estão em fase de crescimento e podem se manter assim por muito tempo. Assim, uma pessoa que é formada em advocacia pode especializar-se em legislação internacional e mudar o rumo tradicional desta carreira. Isto pode ser aplicado em todas as profissões e já vem acontecendo com aqueles que perceberam esta significativa alteração no mundo dos negócios.

Além disso, o profissional moderno deve possuir um firme propósito empreendedor, mesmo que atue como empregado de uma pequena ou grande empresa. Este é um dos principais pré-requisitos para esta nova economia e fator decisivo para o sucesso profissional: empreendedorismo aliado a senso de oportunidade.

Auto-conhecimento

Torna-se fundamental ter um forte conhecimento e percepção de si mesmo, suas competências e potencialidades. Para isto o acompanhamento profissional é imprescindível. Através de uma análise profunda o psicólogo tem condições de avaliar os aspectos de personalidade mais favoráveis para determinadas atividades e traçar junto com a pessoa um plano de desenvolvimento daqueles menos favoráveis. Muitas falhas na escolha da carreira ocorrem porque se quer fazer algo que não possui habilidade ou vocação compatível e com isso perde-se um precioso tempo tentando ser o que não tem a ver com a pessoa.

Além disto é importante saber utilizar os conhecimentos e experiências adquiridas ao longo da vida a seu favor. Isto é o gerenciamento do know-how obtido. Cursos de formação e especialização, viagens, estágios, conhecimento de idiomas, tudo isso conta como bagagem pessoal que pode auxiliar na escolha ou mudança de uma profissão.
Com tudo isto na mão, a pessoa é capaz de fazer ajustes na escolha profissional e diminuir significativamente a possibilidade de decepção com a profissão eleita.

Definição de objetivos pessoais e profissionais

Este é um dos principais itens na hora de escolher uma carreira, uma profissão. De posse de seu perfil pessoal e da análise do mercado, este é o momento onde fará o cruzamento destas informações através de um plano de ações.

Algumas profissões exigem dedicação integral, outras requerem constantes tomadas de decisão, há também aquelas onde o relacionamento com outras pessoas é fator chave, e assim por diante. Qual destes perfis melhor se adapta a suas expectativas?

Para isto é necessário o entendimento e desenvolvimento do Papel Profissional e dos demais papéis da sua vida. Há pessoas que escolhem suas carreiras em função dos pais, parentes ou amigos e não compreendem muito bem a importância da escolha correta. Esta escolha pode influenciar toda sua vida e os demais papéis que desempenha no transcorrer dela (pai/mãe, chefe/subordinado, estudante/autônomo, sócio/proprietário, amigo/marido/esposa, etc.).

Gerenciar esta escolha é levar em consideração um planejamento dos objetivos pessoais e profissionais. Elabore este plano para os próximos dois, cinco, dez, quinze e vinte anos. Defina claramente os passos e as ações que tomará para atingir seu objetivo – seja uma viagem, um curso, um estágio, a compra de um bem material ou conhecer alguém influente na sua área. Entenda que este plano é flexível e poderá ser alterado a qualquer momento, mas tome-o como uma referência para guiá-lo rumo ao sucesso profissional e pessoal.

Fatores técnicos relevantes

Para concluir descrevo alguns itens técnicos que pode auxiliar na conquista de um emprego ou consolidação de uma carreira.

O primeiro é saber elaborar um Curriculum Vitae e carta de apresentação. Este é um dos pontos de maior dificuldade da maioria das pessoas: como expressar sua vida, experiências e objetivos através do curriculum? Há regras e formas para se fazer um curriculum correto e novamente um profissional especializado neste assunto é que poderá auxiliar; pois como o nome diz esta é uma carta de apresentação pessoal, única.

Para participar de entrevistas e processos seletivos é essencial estar bem preparado fisicamente, emocionalmente e mentalmente. Lembro-me que quando participei de uma entrevista para atuar como professor universitário em uma faculdade de São Paulo quase perdi a vaga em uma fração de segundo. Na época o coordenador perguntou sobre a minha disponibilidade de horários e comentei que tinha um compromisso todas as terças e quartas-feiras. Ele respondeu que era exatamente os dias que estavam em aberto para lecionar naquela instituição. Por um instante pensei: “perdi a vaga!” Ele já se levantava para concluir ao que me virei e disse: “está bem, eu consigo alterar o outro compromisso e fico com a vaga”. Naquele momento foi importante definir o que era prioritário. Para isto o fator emocional da frustração de perder a vaga foi contornado por um firme propósito de conquistar aquela oportunidade.

Por fim, depois que cumpriu todas as etapas anteriores é hora de praticar sua networking, ou seja, usar sua rede de relacionamentos. Converse com amigos, professores, parentes e profissionais sobre as escolham que eles fizeram e suas intenções. Colha informações, mas também informe o que pretende. Assim eles poderão atuar como seu aliado na orientação e busca por uma profissão. Sucesso!




Rogério Martins
rogerio.martins@personaconsultoria.com.br
Graduado em Psicologia e possui Pós-Graduação em Recursos Humanos e Psicodrama

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ciência da Computação, Engenharia da Computação ou Sistemas de Informação?

Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Sistemas da Informação. Esses são os cursos de graduação mais comuns nas universidades e faculdades que oferecem cursos de computação. No entanto, não é raro encontrar interessados pela área que não sabem exatamente qual curso fazer, justamente por não conhecer as diferenças entre eles.


ja sei usar msn! vou fazer informatica e ficar rico com o tio bill!



A computação está para as ciências exatas assim como a medicina está para as ciências biológicas. Ambas são áreas complexas e que se dividem em diversos outros segmentos. Isso significa que existem vários caminhos a seguir e, por isso, é importante optar por algo que realmente lhe agrade, do contrário, frustração e prejuízo serão apenas algumas das conseqüências de uma escolha errada.

O objetivo deste artigo é mostrar um breve resumo sobre o que cada curso citado acima oferece. Assim, você poderá analisar as opções e escolher aquela com que mais tiver afinidade. Note, no entanto, que para fazer uma escolha certeira, é necessário analisar bem as opções, por isso o faça sem pressa, de preferência em uma época que antecede bastante as datas das provas de vestibular.

É importante frisar que se você pensa em fazer algum desses cursos para se tornar um especialista em Excel ou em montagem de computadores ou pensa que aprenderá a usar tudo o que é programa, saiba que está cometendo um erro extremamente grosseiro. Os cursos superiores de computação preparam seus alunos para trabalhar com os princípios fundamentais da área, de forma que eles se tornem, prioritariamente, aptos a desenvolver e a implementar soluções, e não necessariamente a se especializar no uso delas.

Também tome cuidado para não basear sua escolha apenas nas promessas de boa remuneração no mercado. Se você não tiver verdadeiro interesse pela área, poderá ter dificuldades acentuadas nas etapas de aprendizagem. É necessário gostar para pode fazer as coisas de maneira bem feita.

A seguir, uma breve descrição dos cursos.

Ciência da Computação

Também chamado de "ciências da computação" por algumas instituições de ensino, esse é um curso que aborda de maneira aprofundada os conceitos e teorias da computação, dando uma sólida formação em áreas como estruturas de informação, algoritmos, linguagens de programação, desenvolvimento e análise de sistemas, entre outras. É uma área que trabalha essencialmente com software e que tem um forte embasamento em fundamentos matemáticos e em cálculo. O estudante de Ciência da Computação é preparado para resolver problemas reais, aplicando soluções que envolvam computação, independente de qual seja o ambiente (comercial, industrial ou científico). Quem se forma nesta área, tem uma variedade grande de carreiras profissionais a seguir, uma vez que a computação é aplicada em diversas áreas do conhecimento.

Engenharia da Computação

Esse curso tem muitas semelhanças com o curso de Ciência da Computação, tendo, inclusive, disciplinas em comum. Alguns países chegam a não fazer distinção desse curso com a Ciência da Computação. No entanto, nos países que a fazem, a Engenharia da Computação é diferenciada por se destacar no projeto, desenvolvimento e implementação de equipamentos e dispositivos computacionais. Grossamente falando, é uma área que trabalha mais com hardware, o que a torna, até certo ponto, também semelhante a cursos como engenharia elétrica. Quem se forma neste curso, torná-se apto a projetar e a implementar sistemas de hardware e software em equipamentos, aplicações industriais, redes de comunicação, entre outros.

Sistemas da Informação

Esse curso é focado no planejamento e desenvolvimento de sistemas de informação e automação. Além disso, o estudante de Sistemas da Informação recebe preparo para atuar no desenvolvimento e suporte de softwares. Também são aplicados conhecimentos de administração, negócios e relações humanas. O profissional desta área é mais focado em aplicar recursos de informática na solução de problemas das empresas do que desenvolvê-las.

Finalizando

Esses são os cursos mais comuns da computação. Se você se interessou por um deles, procure por mais detalhes para averiguar se o curso escolhido é o que realmente lhe agrada. Para isso, uma boa dica é conversar com quem já fez (ou está fazendo) o curso de seu interesse e também visitar as universidades ou faculdades que oferecem o curso em questão. Muitas delas oferecem visitas monitoradas e até a possibilidade de conversar com professores e coordenadores de curso.

Independente de sua escolha, prepare-se para estudar bastante. Cursos de graduação, em qualquer área, exigem disciplina e muita dedicação. Na área da computação, as possibilidades de carreira são vastas, porém, o mercado é criterioso e absorve somente quem é bem preparado na área que escolheu.

Escrito por Emerson Alecrim, em 28/08/2004. Atualizado em 13/10/2007.

Fonte: http://www.infowester.com/col290804.php

Batman, Osama e Obama

Fui ver o "Batman", claro. É impossível ignorar esta oitava arte que surge em Hollywood: os efeitos, os computadores criando odisséias tecnológicas homéricas do século XXI. O filme é espantosamente constelado, "risômico", explodido, até difícil de acompanhar para um linear tropical como eu. Pensava em ver mais um show tipo "Missão impossível", mas não é. É mais.

Os filmes-catástrofes ou as aventuras dos efeitos especiais pareciam dizer: "Nós somos a América, nós temos a cultura da certeza! Aqui tudo tem princípio meio e fim. Aqui, tudo está sob controle e termina como nós queremos. Aqui há a competência!"

Mas, aí, um belo dia, os aviões se chocaram com as torres em Nova York. E dá para ver que a queda do WTC está ali, como uma cicatriz na dramaturgia americana. O 11 de Setembro criou uma era de ambivalência para o cinema. Acabaram mocinhos x bandidos.

O sintoma fica claro com a extraordinária interpretação de Heath Ledger (O neoCoringa) que gira isolado criando uma obra-prima rara no cinema, uma ilha de cinismo contemporâneo, misturando bem e mal, misturando horror e simpatia, matando com um sadismo sofisticado e, depois (plano inesquecível), saboreando o vento fresco da noite na janela de um carro, com sua cara de palhaço desenhada por um Pollock ou Rauchenberg. "Escolhi o caos" — ele diz para o Batman. Heath, de certo modo, faz uma critica ao próprio filme. Heath é quase uma paródia do "grande espetáculo", é um marginal dentro do elenco.

Ele nos aponta para um outro filme que poderia existir, além das raízes moralizantes e aristotélicas deste, bem escondidas, sem dúvida, mas que estão lá. Heath lembra Johnny Depp em "Piratas do Caribe", lembra também a genial presença de Anthony Hopkins em "O silêncio dos inocentes". Os três atores estão adiante dos filmes que lhes pagam. Os três, Hannibal the Canibal inclusive, nos fascinam porque parecem estar mais além de uma moral antiga, que eles contemplam, do outro lado do Bem. Hannibal e Heath parecem saber mais do que nós, que vivemos ainda mergulhados em dúvidas morais e culpas.

Nada mais atraente que a psicopatia elegante. No mundo cruel de hoje, todos queremos ser como Hannibal, longe de uma arcaica compaixão.

O Coringa Heath nos apavora e nos atrai, e não conseguimos odiá-lo completamente porque ele é extremamente contemporâneo. É como se ele dissesse: "Nenhum saber, nem ética, nada vai apagar o animal feroz que nos habita. Eu sou uma vanguarda". Ele diz no filme para um perplexo Batman: "Eu não quero te matar; você me completa." E completa: "Não sou um monstro; estou além da curva..." Heath Ledger é apavorante porque não tem motivo claro para agir. Sua única regra é mostrar o absurdo de querer impor ordem no caos. Ele encarna os impulsos destrutivos humanos inexplicáveis. Como Hannibal. Ou, na vida real (se ela ainda existe), como o Muhhamed Atta, o chefe dos terroristas do 9/11. Ele não tinha religião, não cria em Alá, não tinha ideologia política, era químico na Alemanha, não tinha motivos. Ele queria fazer o impensável, o inominável, acima de qualquer crime, queria conhecer aquela fração de segundo entre a vida e a morte, com a parede do WTC tocando o nariz do Boeing.

E aí, pensamos: para que praticar o bem se ele não é mais possível? Quando pedimos o bem, falamos como de uma harmonia perdida. Será que ela já houve? Invenção platônica, iluminista neste mundo sujo? Pensamos com o corpo, queremos que o mundo seja um "todo harmônico", como o nosso organismo. A idéia de "fragmentário" gera angústia porque lembra a morte.

E o mal?

O mal virou uma necessidade social. Não dá mais para viver sem praticar o mal. O mal é um mecanismo de defesa. Ao denunciar o Mal, vivemos dele. Eu lucro, sendo um cara legal que denuncia o mal e assim escapo da fome, comendo a comida de quem lamento. O Bem não dá filme. Já os psicopatas estouram bilheterias. Se não há um mal claro, como seremos bons? O Mal é sempre o outro. Nunca somos nós. Ninguém diz, de fronte alta: "Eu sou o mal!" Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira..." Como inventar uma práxis do bem? O que é o bem hoje? Será lamentar tristemente uma impotência, um negror melancólico?

Heath Ledger, o Coringa, nos lembra inevitavelmente o Osama bin Laden. Ele também veio sem motivo, do nada, e fez o maior filme-catástrofe da História. Não haveria este Batman sem Osama; não está no enredo — está no ar.

Achávamos que haveria um futuro confortável no século XXI. Mas Osama não está em nosso tempo. Osama nos fala de fora do tempo, da História. Osama mora na eternidade. Queremos desesperadamente explicá-lo à luz da razão, mas ele é imune a interpretações. Osama nos fez ver a grande montanha de lixo que se escondia sob o progresso, a razão do Ocidente. Desmoralizou a América, nosso mito de competência, e dirigiu, comandou todos os erros pavorosos da vingança americana. Nunca a América errou tanto como sob esse estafermo do Bush. Toda a trapalhada ocidental, o Mal ocidental escondido sob o Bem apareceu, o eixo ocidental do Mal.

E Obama? Agora ele surgiu, prometendo o Bem. Obama é uma antítese simétrica do Osama. Será? Será que depois de uma década do que Norman Mailer chamou de "tempestade de merda", a História deseja um espasmo de mudança para o "bem?"

Pode ser que Obama encarne uma tendência histórica, não da América apenas, mas do mundo. Não é o messias, claro. No entanto, mais importante que sua eleição pessoal é o fato de que ele pode eleger uma nova consciência na América. Pode ser que descubramos que o mundo atual não é só esta bosta que os reacionários criaram. O mundo tem mil possibilidades de riquezas, de milagres científicos e culturais, que estão esmagados pela estupidez endêmica dos fundamentalistas dos USA. Uma vitória do Obama, depois de Osama, depois de Batman, pode não apenas combater o mal do mundo, mas restaurar um Bem perdido.

O Coringa genial de Heath Ledger é o sintoma de um mal ridículo que tem de acabar.

Arnaldo Jabor

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Newton religioso ?




Um livro que acaba de chegar ao Brasil ajuda a revelar um lado surpreendente de Isaac Newton (1643-1727), pai da física moderna e responsável por formular a lei da gravidade, entre outras realizações científicas fundamentais. Nas horas vagas (ou, para ser mais exato, na maior parte do tempo durante sua maturidade), Newton se dedicava a um estudo detalhado, ponto por ponto, dos escritos atribuídos ao profeta Daniel e do Apocalipse, os dois livros bíblicos que mais versam sobre o fim do mundo. Para o cientista britânico, as duas obras eram guias precisos para a história do mundo até sua época e continham a chave para desvendar o que aconteceria no final dos tempos.

Os estudos apocalípticos de Newton estão na obra As Profecias do Apocalipse e o Livro de Daniel (Editora Pensamento), traduzida integralmente para o português pela primeira vez. As análises newtonianas coincidem apenas em parte com o que os modernos estudiosos da Bíblia consideram ser a interpretação mais provável das Escrituras. Mas não devem ser lidas como sinal de que o cientista tinha um lado "retrógrado" ou "obscurantista", alertam especialistas. Pelo contrário: é bastante possível que a fé religiosa de Newton, e seu interesse por assuntos esotéricos, tenham facilitado suas descobertas.

"A gente tem de inverter a relação. Não é apesar de suas crenças religiosas e místicas que o Newton consegue dar o pulo do gato nos trabalhos sobre a gravidade; é justamente devido a elas", afirma José Luiz Goldfarb, historiador da ciência e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Os próprios estudos bíblicos de Newton já denotam uma sensibilidade mais crítica e moderna, uma tentativa de estudar as profecias de forma quase matemática, usando cronologias detalhadas."

"A gente costuma deixar ciência e religião bem separadas, mas o fato é que os manuscritos de Newton, que chegam a 4.000 páginas, abordam principalmente esses estudos místicos e esotéricos", conta Mauro Condé, professor de história e filosofia da ciência da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Com a morte dele, a Universidade de Cambridge e a Royal Society [principal sociedade científica do Reino Unido, da qual ele fazia parte], que tinham um modelo para o que deveria ser o trabalho científico, privilegiaram parte da obra dele e deixaram o resto vir a público de forma meio aleatória", diz o pesquisador.

O livro em questão, publicado após a morte de Newton com base em suas anotações, é basicamente uma tentativa de desvendar o significado histórico das principais profecias do livro de Daniel (no Antigo Testamento) e do Apocalipse (livro do Novo Testamento que encerra a Bíblia cristã). Ambas as obras são caracterizadas pela riqueza de imagens simbólicas - animais, estátuas, chifres, trombetas - que funcionam como uma espécie de linguagem cifrada que o profeta propõe à sua audiência, e que às vezes é desvendada logo após a descrição das visões.

Newton, para quem Daniel "é um dos profetas mais claros para se interpretar", traça uma série de correspondências entre as imagens proféticas e eventos reais - no seu esquema, por exemplo, menções a "dias" sempre se referem, na verdade, a anos, animais ferozes e poderosos correspondem a reis ou nobres, e assim por diante. Usando essa chave simbólica, o cientista se propõe a relacionar todas as grandes ocorrências da história mundial, do exílio judaico na Babilônia (a partir de 586 a.C.) à sua época, com as visões de Daniel e, em menor grau, com as de João, o autor do Apocalipse.

As duas principais visões do livro de Daniel se referem a uma estátua feita de vários tipos de metal precioso e não-precioso, e a uma sucessão de animais ferozes de aspecto sobrenatural. A interpretação tradicional (inclusive no interior do livro bíblico) é associar cada um dos metais e das feras a reinos que se sucederiam até o fim dos tempos, quando Deus salvaria seu povo e instauraria seu domínio sobre o mundo.

No caso da estátua, temos os metais ouro, prata, bronze, ferro e argila misturada com ferro; para Newton, a correspondência é com os impérios da Babilônia, da Pérsia, dos gregos de Alexandre Magno e de Roma; "ferro e argila" misturados significariam as nações européias oriundas do território fragmentado de Roma, fundadas a partir de reinos bárbaros. Um esquema semelhante é aplicado aos animais ferozes; Newton aproveita o fato de que um deles tem dez chifres para associá-lo aos dez reinos bárbaros europeus fundados após a queda de Roma.

Após esses dez chifres, surge mais um, "menor, e três dos primeiros foram arrancados para dar-lhe lugar. Este chifre tinha olhos idênticos aos olhos humanos e uma boca que proferia palavras arrogantes", diz o profeta. Newton afirma que esse chifre arrogante é a Igreja Católica, que havia se tornado um império ao adquirir vastas extensões de terra na Itália durante a Idade Média. O cientista traça a interpretação porque o livro de Daniel diz que o novo chifre "perseguia os santos".

Fortemente anticatólico, Newton associava a Igreja à promoção de práticas vistas por ele como demoníacas, como a adoração dos santos, bem como à perseguição dos verdadeiros cristãos. Para ele, a Igreja Católica também pode ser identificada com a Besta do Apocalipse, representada pelo número 666. Em seus cálculos, Newton dá a entender que o fim do mundo viria após a reconstrução do templo de Jerusalém, em torno do ano 2400 - mas se abstém de apontar um ano específico.

Apesar do esforço interpretativo de Newton, poucos estudiosos atuais do texto bíblico vão concordar com sua análise. Para começar, enquanto o físico considerava que o livro de Daniel tinha sido escrito no século 6 a.C. pelo profeta do mesmo nome, o consenso moderno é que a obra é tardia, de meados do século 2 a.C. - relatando, portanto, muitas coisas que já eram passado no tempo do profeta antes de se dedicar à profecia propriamente dita. [Essa idéia de teólogos liberais está longe de ser consenso. Newton, mais uma vez, estava com a razão.]

Assim, Roma e a época cristã nem seriam mencionadas em Daniel: o profeta estaria falando apenas dos reinos sucessores de Alexandre Magno que lutavam pelo controle da terra de Israel naquela época. "Seriam, portanto, profecias depois do fato", escreve Lawrence M. Wills, professor de estudos bíblicos da Episcopal Divinity School (Estados Unidos). De acordo com Wills, o chifre perseguidor dos "santos" representa, mais provavelmente, o rei sírio Antíoco Epífanes (morto em 164 a.C.), e não tem relação alguma com a Igreja Católica. [Antíoco Epifânio nem de longe cumpre a profecia, como Newton bem percebeu. Clique aqui e descubra por quê.]

Tudo isso pode soar um bocado estranho para os que estão acostumados à separação moderna entre ciência e religião, mas José Luiz Goldfarb vê indícios dos interesses bíblicos de Newton na própria formulação da lei da gravidade. "No hebraico bíblico existe a palavra makom, que significa 'lugar'. Mas, com a evolução do pensamento rabiníco, ela passa a designar a própria divindade. O Newton cita essa palavra em seus escritos, e parece ter usado o conceito para explicar como a gravidade atuava à distância - como a gravidade do Sol pode atrair a Terra, por exemplo. É como se entre o Sol e a Terra houvesse um makom, que é Deus, o qual está em todos os lugares", diz o pesquisador.

Goldfarb ressalta que Newton é só mais um exemplo de patrono da ciência que tinha suas idéias "fertilizadas" pelo pensamento místico de sua época. "Os dois campos se falavam e se influenciavam muito", diz. A crença monoteísta (num Deus único), se vista como um todo, também pode ter sido uma influência positiva nos primórdios da ciência e da filosofia, de acordo com Mauro Condé.

"O monoteísmo nos parece simples, mas já exige uma forma de pensamento mais sofisticada e abstrata", diz ele. "E a busca por essências da natureza, por leis ordenadas, é uma coisa que Newton compartilha com filósofos como Platão. Isso foi incorporado na teologia cristã desde o começo", afirma Condé.

(G1
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Veja também: Newton Cientista e teólogo

Matemática,Física e Fé





Blaise Pascal foi pioneiro em matemática e física, mas buscou fé unicamente na revelação


Hoje, Pascal significa uma unidade de pressão, uma linguagem de computador, uma lei de fluídos mecânicos, um conjunto de números com certas propriedades. Poucos que usam seu nome dessa forma sabem que Blaise Pascal também foi um cristão devoto e um profundo defensor de sua fé. Em 1623, Pascal nasceu em um mundo que tinha recentemente testemunhado a Reforma, a Contra Reforma e o início da ciência moderna. A Guerra dos Trinta Anos começou cinco anos antes do nascimento de Pascal, e ele tinha dez anos quando Galileu foi forçado a retratar seus ensinos sobre o sistema de Copérnico.

Estudando sob a supervisão de seu pai, um funcionário público, o jovem Pascal primeiro manifestou seus talentos aos 16 anos com seu teorema “o hexágono místico”, apontando as qualidades especiais de um hexágono inscrito em um círculo. A este ele seguiu com um livro sobre geometria que alguns matemáticos contemporâneos se recusavam a acreditar ter sido escrito por um adolescente.

Aos 19 anos ele inventou o distante ancestral do computador moderno - uma máquina de calcular. Mais tarde, ele elaborou respostas para as perguntas de alguns amigos sobre jogos de azar, o jovem gênio fundou então a teoria da probabilidade.

Pascal adicionou as ciências físicas ao seu repertório com experimentos que expandiram o conhecimento humano da pressão atmosférica e o equilíbrio dos fluídos. Ele foi inspirado a investigar essas coisas por meio da invenção do barômetro por um aluno de Galileu.

Pascal observou que o mercúrio se eleva somente trinta polegadas em um tubo fechado e viu que o espaço acima do mercúrio desafiou a velha idéia aristotélica de que “a natureza abomina o vácuo”. Seus experimentos sobre este fenômeno o levaram a concluir que o vácuo realmente existia.

Defendendo essa idéia, ele fez distinção entre os métodos da ciência e os da teologia. Dos últimos, disse Pascal, a tradição é a rota apropriada para o conhecimento: nós não podemos descobrir Deus cientificamente. Também não podemos aprender da tradição o quão alto um fluído se elevará.

Na verdade, ele concluiu, devíamos ter pena da cegueira daqueles que usam a autoridade apenas como prova em assuntos físicos, ao invés do raciocínio ou experimentos; e devíamos abominar a fraqueza de outros que fazem uso do raciocínio apenas em teologia, em vez da autoridade das Escrituras e dos padres.

A noite de fogo

Pascal estava no caminho de uma carreira brilhante como matemático e cientista quando algo mais importante interveio. Em 1646, após seu pai ter sofrido uma queda e ter sido curado por meio das ministrações médicas de dois devotos doutores, Blaise uniu-se a outros membros de sua família identificando-se com o Movimento Jansenista.

Cornelius Jansen, bispo de Ypres, tinha escrito um livro sobre a teologia de Santo Agostinho, que apresentava uma visão rigorosa do cristianismo. Sua ênfase na predestinação, a severidade do pecado e a completa dependência da graça de Deus parecem à primeira vista próximas do Calvinismo.

Não obstante, os jansenistas pretendiam ser membros leais da Igreja Católica Romana, e eles seguiam os ensinos católicos sobre igreja, ministério e sacramentos. Todavia, Pascal não era influenciado por argumentos doutrinários apenas. Na noite do dia 23 de novembro de 1654, ele teve uma poderosa experiência religiosa. Ele rabiscou um rápido relato do que tem sido chamado de “amuleto de Pascal” o qual carregou no forro de seu casaco até sua morte. As palavras do amuleto demonstram o coração da fé que ele defenderia:

"Fogo

"Deus de Abraão, Deus de Isaque, Deus de Jacó, não dos filósofos e cientistas.
"Certeza. Segurança. Sentimento. Alegria. Paz.
"Deus de Jesus Cristo.

***

"Esquecimento do mundo e de todas as coisas exceto Deus. Ele deve ser encontrado somente nos caminhos ensinados no evangelho.

***

"Esta é a vida eterna, que eles conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Tu enviaste."

Essa “noite de fogo” teve um profundo impacto. Entretanto, Pascal não a viu como uma revelação particular que substituiu ou teve precedência sobre a revelação da qual as Escrituras testemunham. Foi uma experiência do Deus de Israel, o Deus revelado em Cristo. Em seus argumentos pela verdade do cristianismo, Pascal nunca mencionou a noite de fogo: seu “amuleto” só foi encontrado após sua morte.

A visão rigorosa dos jansenistas sobre a disciplina cristã e sobre a incapacidade humana de contribuir para a salvação os colocaram em disputa com os poderosos jesuítas. Os primeiros escritos teológicos de Pascal, as Provincial Letters (Cartas Provinciais), eram ataques devastadores aos princípios e diretrizes daquela ordem.

A contribuição mais importante de Pascal ao pensamento cristão é Pensées, o livro que ele na verdade nunca foi capaz de escrever. É um indício do gênio de Pascal que seu material preparatório pudesse tornar-se tal clássico.

Estudiosos têm tentado reconstruir o trabalho que Pascal projetou. Ele ia mostrar primeiro a miserabilidade da humanidade sem Deus e a seguir a bem-aventurança que é possível com o Deus que é conhecido como Jesus Cristo. Essa é uma abordagem tradicional, mas o talento de Pascal aparece nos “pensamentos” específicos com os quais ele pretende tecer esses argumentos.

“Só uma profissão”

Não é verdade, como às vezes é dito, que Pascal desistiu da matemática após alcançar sua recém-descoberta fé. Mas durante a última parte de sua vida, ele devotou-se aos interesses religiosos, dizendo a seu amigo, o matemático Pierre Fermat, que a Geometria era “somente uma profissão”, um pontinho em coisas mundanas que se empalidece em comparação com o plano de Deus para a salvação das almas humanas.

Poderíamos esperar que Pascal tivesse muito a dizer sobre as relações entre a ciência e a religião, e que talvez ele tivesse tirado argumentos da natureza para demonstrar a verdade da religião, como Newton e outros fariam mais tarde. Mas para Pascal não há nenhuma forma de conhecer a Deus fora da revelação - ele achou o argumento do design não convincente.

Aqueles que procuram a Deus através da natureza, Pascal insistiu em seu Pensées, “ou não encontram luz para satisfazê-los, ou planejam encontrar um meio de conhecê-Lo e servi-Lo sem um mediador”.

Para Pascal, entretanto, Deus não está ausente de seu mundo, decididamente. Pascal repreendeu Descartes pelo que ele viu como um efetivo deísmo, dizendo: “Eu não posso perdoar Descartes. Ele teria alegremente deixado Deus fora de sua filosofia toda. Porém, ele não podia evitar fazer Deus dar um impulso para colocar o mundo em movimento. Depois disso ele não tinha mais nenhum uso para Deus.”

Pascal fez objeções a uma teologia natural que dependia de provas visíveis. Deus está escondido – uma idéia que está presente em todo o Pensées. Pascal argumentou com referência a Isaias 45:15 (“Verdadeiramente Tu és Deus que Te escondes, ó Deus de Israel, ó Salvador” [VKJ]) que o que nossos olhos vêem na natureza não revela nem uma total ausência nem uma manifesta presença do divino, mas a presença de um Deus que Se oculta.

A objeção era profética. A teologia natural de Newton e outros levou gerações posteriores ao deísmo - a crença em um “Deus relojoeiro” que criou o mundo mas que não está ativamente envolvido nele depois da Criação.

Ele apostou sua vida em Deus

Embora em uma parte ele tenha desenhado uma linha acentuada entre a ciência e a teologia, o trabalho de Pascal sobre probabilidade realmente fica atrás de sua famosa “aposta”. Se Deus existe ou não, Pascal escreveu, você deve apostar de uma forma ou de outra. Se Deus existe, você poderia ganhar ou perder felicidade infinita. Se Ele não existe, então você poderia perder quando muito um prazer finito. “Se você ganhar, você ganha tudo; se você perder, você não perde nada. Não hesite, então; aposte em Sua existência.”

Podemos ler na vida de Pascal sinais de um homem que apostou sua vida em Deus. Compassivo, como também brilhante, ele criou o primeiro sistema público de transporte de Paris para o benefício dos pobres. E em sua própria última doença, ele ofereceu sua casa para uma família pobre afetada pela varíola.

No fim, Pascal deixou um exemplo não somente de como pensar sobre cristianismo, mas também sobre como viver como um cristão.

(George Murphy, na Christianity Today)

Tradução: Maria Cristina Reis

O lixão dos mares




Vista do espaço, a água predomina na Terra. Os oceanos cobrem 71% da superfície do planeta, com profundidade média de 3.795 metros. Todas as elevações da terra exposta poderiam facilmente ser escondidas nas profundezas dos mares. É difícil acreditar que a poluição humana seja capaz de ameaçar tal imensidão. O mesmo tipo de incredulidade pode ocorrer diante da grandeza da Floresta Amazônica. Quando se pensa que o solo amazônico é frágil e que, pouco enraizadas, as árvores dependem umas das outras para se manter em pé, percebe-se mais facilmente o perigo representado pelo desmatamento. Há similitudes com o mar. Vastas áreas do leito marinho são de terra estéril, pouco capaz de sustentar a vida. Para sobreviverem e prosperarem, os animais marinhos dependem de nichos ecológicos ricos em alimentos e biodiversidade. Os recifes de corais, verdadeiros viveiros marinhos, são um exemplo bem conhecido.

Quando a ação predatória da humanidade avança sobre esses nichos de biodiversidade ou depreda os estoques de peixes comerciais, está colocando em risco a cadeia alimentar marinha. Os oceanos são imensos – mas o ritmo da poluição causada pela ação humana é intenso. A Grande Mancha de Lixo, como é chamada a sopa de detritos no Oceano Pacífico [foto acima], é exemplo do que se pode fazer para estragar o mar. A 2.000 quilômetros do litoral do Havaí, entre o arquipélago e a Califórnia, ela constitui o maior dos depósitos marinhos de lixo. Ali, pedaços de plástico, restos de redes de pesca, roupas, garrafas e uma infinidade de detritos produzidos pelo homem superam em seis vezes o peso total dos zooplânctons, os organismos minúsculos que estão na base da cadeia alimentar marinha. São 3 milhões de toneladas de lixo, uma quantidade que São Paulo leva seis meses para produzir. Depósitos flutuantes de lixo são um fenômeno natural formado pelo movimento circular das correntes marinhas, os chamados giros oceânicos. Já a Grande Mancha de Lixo, que pode ser avistada de avião, é o sinal de degradação ambiental. O impacto nefasto da ação humana sobre os oceanos se dá de várias formas. Aqui estão as mais significativas:

Poluição – A face mais conhecida da sujeira lançada ao mar são os 4,5 milhões de toneladas de petróleo que vazam por ano nos oceanos. Os danos causados pelos resíduos sólidos são igualmente intensos. Cerca de 70% dos sacos plásticos, latas, garrafas e pneus são depositados no fundo do mar. O restante navega pela superfície ou fica preso nos grandes giros oceânicos. Esses lixões são devastadores para a vida marinha. Golfinhos, focas e tartarugas ficam presos em redes de pesca e morrem sufocados. Peixes e pássaros engolem pedaços de plástico e de metal e também perdem a vida. Estima-se que o lixo acumulado nos mares seja o responsável direto pela morte de 1 milhão de aves e mamíferos marinhos por ano. Quase todo esse lixo chega aos oceanos levado pelas águas dos rios ou é arrastado pela maré de praias emporcalhadas. São despejadas 675 toneladas de resíduos sólidos por hora no mar – e 70% desse total é constituído de objetos feitos de plástico. Mesmo quando não há sequer uma garrafa pet à vista à beira-mar, não existe praia limpa: em todo o mundo, entre 5% e 10% da areia litorânea é formada por pellets – bolinhas de meio centímetro de diâmetro que servem de matéria-prima para a indústria de plásticos. Ingeridos por peixes, crustáceos e moluscos, esses pellets afetam a alimentação humana.

Dilapidação dos estoques marinhos – Nos últimos cinqüenta anos, a população mundial dobrou, enquanto o consumo de frutos do mar aumentou cinco vezes. A natureza não está conseguindo repor os estoques pesqueiros. Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além da capacidade de recuperação das populações. A frota pesqueira mundial é de 4 milhões de barcos, o dobro do recomendável. Se continuar nesse ritmo, a indústria da pesca entrará em colapso em 2050 com o esgotamento do estoque de peixes comercializáveis.

Aquecimento da água – A temperatura média dos oceanos acompanha a tendência da mudança climática global: está mais quente. Um dos efeitos é o aumento das zonas mortas nos oceanos, porções dos mares nas quais a concentração de oxigênio é insuficiente para a manutenção da vida, com a exceção de algumas bactérias. As zonas mortas também são causadas pela decomposição de algas, que proliferam devido aos resíduos orgânicos produzidos pelo homem e despejados no mar. O número de zonas mortas aumentou de três para 150 nas últimas cinco décadas.

Acidificação da água – O mar absorve parte do gás carbônico acumulado na atmosfera. Como a concentração do gás aumentou, em conseqüência da poluição humana, sua absorção pelos oceanos também cresceu, deixando a água mais ácida. A acidez provoca a descalcificação de espécies marinhas como os moluscos e destrói os corais, que, apesar de cobrirem apenas 1% do solo dos oceanos, servem de abrigo para 25% da vida marinha. Como resultado, estima-se que 16% das espécies de coral estejam ameaçadas de extinção.

Não se podem mais ignorar as conseqüências das ações humanas sobre a imensidão dos oceanos. ...

(Revista Veja, 30/7/2008)

Como criar um Partido Político



Nada escapa da baleia da burrocracia da máquina Brasil. Abrir um partido parece tão fácil, mas um

político é tão complicado. E por que não estou surpreso? Porque não deveria mesmo. Contudo, vamos analisar o processo:
1.aquisição da personalidade jurídica do partido, que é feita através do registro do estatuto no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital do Distrito Federal. O requerimento deve ser subscrito pelos seus fundadores, cujo número não poderá ser inferior a 101 eleitores, com domicílio eleitoral em no mínimo um terço dos estados;
Personalidade, é claro. 101 eleitores num terço de estados é muito fácil. Estamos na internet e corre a lenda alguns sites acessados até por pessoas localizadas no imaginário estado do Acre. Globalização manda.
2.buscar o apoiamento de eleitores correspondente a pelo menos:

a) ½ (meio por cento) dos votos dados na última eleição geral a Câmara dos Deputados, não computados brancos e nulos. Hoje seriam aproximadamente 228.000 assinaturas;

b) distribuídos por 1/3 (um terço) ou mais, dos estados; equivale a 9 estados;

c) com um mínimo de 1/10% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles. Hoje seriam aproximadamente 4.700 assinaturas, no estado do Paraná.
A parte difícil é conseguir a quantia de assinaturas por estado. Mas nada que alguma algazarra a favor da informática em cursos de Computação não resolva.
3.O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil e se organizar em cada estado, deverá registrar seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
É só após o registro definitivo do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral que o partido político adquire o direito de credenciar delegados que representem o partido; de receber recursos do fundo partidário; de participar do processo eleitoral; de ter acesso gratuito ao rádio e televisão nos casos previstos nas leis; e ainda de ter direito exclusivo ao uso de seu nome, sigla e símbolos.
Nos períodos em destaque estão nosso maior interesse. Então é só começarmos a angariar assinaturas e um bom patrocínio que banque custos até o fundo partidário nos agraciar com o dom do dinheiro.

Fonte Diplomacia Geopolitica

Siga o seu talento!



O dilema ainda persiste: qual faculdade cursar, que carreira seguir?


Hoje a gente encontra de tudo. Muitos engenheiros atuando em departamentos de Marketing, bacharéis em Direito atuando como programadores de computadores, físicos trabalhando com RH, e assim por diante. Qual o fator que determinou sua carreira?



Brincar de ganhar dinheiro. Ou ganhar dinheiro brincando?

Formação ou talento?

Muitos de meus alunos me procuram, principalmente de primeiro ano, em busca de conselhos sobre orientação profissional, mercado de trabalho e que carreira seguir.

Nessas horas eu gosto de soltar: “depende…o que você gosta de fazer?”. Daí a pessoa fica louca da vida! Se eu deixar ela ir embora sem explicação parece que nunca mais vai olhar pra minha cara.

O sujeito não quer ouvir isso, que a melhor coisa é fazer o que gosta, a pessoa quer saber o que tem que fazer pra ganhar uma boa grana e se ele está fazendo o curso certo pra isso.

Os exemplos que citei acima provavelmente foram pessoas que mesmo cursando e concluindo sua graduação, chegaram em um determinado momento e optaram por seguir uma coisa além de sua capacitação. Seguiram seu talento.

Talento é natural, não se aprende, no máximo de aprimora. Eu, na minha vida estudantil nunca pensei em ser professor, e hoje tenho em torno de 200 alunos que param pra me escutar.




Seu talento pode ser único e não necessariamente pré-listado numa lista de cursos da faculdade

O erro é pensar que um curso universitário, que dura alguns poucos anos, será determinante pra sua carreira. Esse é um ponto na sua vida onde você tem a possibilidade de criar e aprender habilidades novas, mas não te impede de se entregar a algum talento que você tenha e que pode ser sua ferramenta principal. A escolha por um curso é um começo, não um fim.

Nessa fase de escolha existe muito stress e um pouco de receio, mas não se preocupe, você não é o primeiro e nem será o último. Aquele lance manjado de que “a vida é feita de escolhas” é verdade.

Trabalho com um professor que fez Engenharia Civil e Psicologia, tendo escolhido o primeiro curso para agradar o pai e o segundo por ter a facilidade de tratar com pessoas, e hoje dá aula de cálculo e tem uma clínica. Pronto, soube conciliar tudo.

Um outro ponto importante é a frustração, ou melhor, não se frustar. Se sua motivação é um salário alto, mesmo não sendo muito fã do que faz, mas convive com isso muito bem, manda ver!

Se você sabe que tem um talento, faz o que gosta, então tem muita chance de ganhar dinheiro, só tem que se administrar bem sua carreira e estar pronto para as oportunidades.

Escolha um curso que lhe agrade, que você acredite que talento e motivação serão aliados. Se não der certo amigo, parta pra outra, sem crise. Como eu disse, diploma não é rótulo, não define seu conteúdo.

E aí vai o último exemplo:

Quando criança só tirava 10 em História e Biologia, sou formado em Informática, tenho pós-graduação na área de Administração, trabalho com Educação e quero fazer mestrado em Ciências Sociais.


Qual é o problema?


Fonte : http://papodehomem.com.br/category/carreira-e-desenvolvimento/