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sábado, 25 de dezembro de 2010

Brasil deve mandar fragata para o Líbano

LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO

O Brasil planeja enviar no ano que vem navios militares para o Oriente Médio, uma das regiões mais tensas do planeta. Junto, embarcariam ao menos 200 militares.

Este é o plano da Marinha, segundo revelou à Folha o contra-almirante Luiz Henrique Caroli, 52, indicado pelo Brasil para chefiar a força naval da Unifil, missão de paz da ONU no sul do Líbano cujo objetivo é evitar conflitos entre Israel e a milícia xiita do Hizbollah.

A incursão será a mais importante missão militar do país no exterior depois do Haiti, onde o Brasil comanda a força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas). É parte da estratégia do governo Lula de aumentar a projeção global do Brasil.

O plano deve continuar no governo Dilma Rousseff. Para o envio da tropa e dos navios, é preciso aprovação do Congresso. A Marinha está confiante de que não haverá problemas, dada a maioria folgada que a presidente terá no Legislativo.

Veja os principais trechos de sua entrevista.

Folha – Quando o sr. assumirá o comando da força?
Luiz Henrique Caroli -
Faltam um decreto presidencial e uma portaria do Ministério da Defesa. Eu imagino que isso vá acontecer em janeiro do ano que vem.

O que essa força faz?
Cada navio vai para uma área de patrulha e, quando vê uma embarcação, se identifica como navio da ONU, pergunta se está indo para águas libanesas, a carga, o rumo, a velocidade, de onde veio e orienta uma rota para o porto. Quando há suspeita de que ele carrega armas, a Marinha libanesa é acionada para fazer uma inspeção.

Como foi a recepção dos governos libanês e israelense à participação do Brasil?
Nosso país tem tradição de tolerância e convivência pacífica. Todos viram de forma positiva. A Indonésia se candidatou a assumir a força, mas Israel não quis porque era um país muçulmano. O Itamaraty consultou o governo israelense, que se posicionou favoravelmente, e o governo libanês também.

A missão aumenta o prestígio do Brasil no Oriente Médio?
Acredito que sim. O Brasil não usa missão de paz para sustentar as Forças Armadas, usa como instrumento de política. O país quer se sentar à mesa que vai criar as normas para os outros. Para isso, tem que participar. E uma forma positiva de participação são as operações de paz. Nós, militares, vemos tudo isso de forma positiva, porque permite termos a experiência real que enriquece as pessoas e a instituição.

Inicialmente o Ministério da Defesa não autorizou o envio de um navio brasileiro para a missão, mas essa possibilidade ainda existe?
Existe sim, a gente fez um estudo que foi aprovado pelo comandante em chefe da esquadra, onde a Marinha está estudando a possibilidade de enviar um navio para compor a força marítima.

Qual seria a embarcação enviada?
Uma fragata, por ser um navio com mais capacidade de permanência. O comandante da Marinha vai decidir e vai conversar com o Ministério da Defesa. Sob as condições colocadas inicialmente pela ONU, de um longo tempo [de permanência], a gente achou que não daria para sustentar um navio lá, pela logística complicada de manter um navio no Oriente Médio. Mas, com a proposta do navio ficar menos tempo, a gente visualizou a possibilidade disso ocorrer.

Quanto tempo ele ficaria?
Dois a três meses e aí teria que ser substituído.

Mandariam um navio de cada vez para treinamento e depois o substituiriam?
Exato. Isso passa, antes da Marinha e da Defesa, pela aprovação do Congresso.

Quando isso aconteceria?
Eu diria que para o final do primeiro semestre de 2011. É bem exequível.

O Brasil não ficaria desguarnecido?
Não. Os distritos navais têm meios para fazer a patrulha do litoral. Um navio [a menos] não traria prejuízo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Índia e Israel, uma parceria confidencial

A cooperação armamentista entre os países é antiga e movimentou, em dez anos, US$ 10 bilhões. De maneira paradoxal, a aproximação com Israel deu à Índia uma alavanca em sua política no Oriente Médio: os Estados da região aprenderam a levar em consideração os interesses indianos

por Isabelle Saint-Mézard

Índia e Israel nasceram com um ano de intervalo, a primeira em 1947 e o segundo em 1948, sobre os escombros do Império Britânico, ao fim de um violento processo de divisão. Apesar de ambos experimentarem, desde o início, conflitos internos complexos, marcados por recorrentes enfrentamentos armados, isso não foi suficiente para criar afinidades entre os dois países. Muito pelo contrário.

A partir dos anos 1920, os chefes do movimento nacionalista indiano uniram-se aos árabes da Palestina contra o imperialismo britânico, opondo-se à vontade sionista de criar um Estado judeu. A Índia votou contra o plano de partilha da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 29 de novembro de 1947, e só reconheceu Israel em 1950. Até os anos 1980, ela continuou compondo um bloco com os países árabes na defesa do direito dos palestinos a um Estado soberano.

Essa postura, claro, era cheia de segundas intenções. A Índia preocupava-se com um possível alinhamento do mundo muçulmano às reivindicações paquistanesas sobre a Caxemira. Havia também o imperativo da segurança energética: Nova Délhi dependia dos países do Oriente Médio para seu abastecimento de petróleo. Além disso, para atenuar o grave desequilíbrio de sua balança de pagamentos no fim dos anos 1980 e na virada da década de 19901, contava com o dinheiro enviado por seus numerosos cidadãos que trabalhavam nos países do Golfo.

No entanto, com o passar das décadas, o fosso entre Índia e Israel reduziu-se. Desde os anos 1960, os dois países estabeleceram contatos secretos no campo militar e de informação. Israel mostrou-se disposto a ajudar o exército indiano em seus conflitos com a China (em 1962) e depois com o Paquistão (em 1965 e 1971). Em 1978, o então ministro de Defesa do país, Moshe Dayan, chegou a fazer uma visita secreta ao governo indiano para evocar uma eventual cooperação. Finalmente, em 1992, Nova Délhi estabeleceu laços diplomáticos formais com Tel Aviv. Essa decisão foi facilitada por um contexto internacional marcado pelo fim da Guerra Fria e pela conferência de Madrid, em outubro de 1991, sobre o Oriente Médio, que deixava entrever perspectivas de paz. Mas decorria também de uma decepção da Índia diante dos ínfimos resultados de sua política externa: não apenas Nova Délhi não neutralizou a influência do Paquistão junto aos países árabes, mas viu inúmeras vezes a Organização da Conferência Islâmica (OCI) adotar resoluções que condenavam suas posições sobre a Caxemira.

Embora tenha sido o Partido do Congresso, de centro-esquerda, que primeiro estabeleceu relações diplomáticas com Israel, foram os extremistas hindus do Bharatiya Janata Party (BJP) que, no poder entre 1998 e 2004, levaram ao máximo a parceria e deram um novo significado a ela. Desconfiado e até mesmo hostil em relação ao mundo muçulmano, o BJP não teve pudores em declarar abertamente sua simpatia por Tel Aviv. O contexto do pós 11 de setembro reforçou ainda mais esse novo laço, pois o governo de coalizão do BJP começou a promover a ideia de um “front das democracias liberais” face à ameaça do terrorismo islâmico.

Antiterrorismo

Essa visão política desembocou no sonho de um triângulo estratégico entre Israel, Índia e Estados Unidos2, ideia enunciada pela primeira vez no dia 8 de maio de 2003 por Brajesh Mishra, então conselheiro nacional de segurança indiano, no jantar de gala anual do American Jewish Committee (Comitê Judaico Americano): “Nosso tema principal aqui é lembrar coletivamente o horror do terrorismo e celebrar a aliança das sociedades livres engajadas no combate contra essa calamidade. Estados Unidos, Índia e Israel foram os principais alvos do terrorismo. Eles devem enfrentar em conjunto essa mesma monstruosa aparição que é o terrorismo dos tempos modernos3.” Em seguida, ocorreram discussões entre representantes dos três governos, sobretudo a respeito das questões de defesa e antiterrorismo.

Em 2004, o retorno do Partido do Congresso à frente de um governo de coalizão atenuou essa dimensão ideológica. Mas, no fundo, a relação israelo-indiana não foi substancialmente afetada. Pelo contrário, os laços diversificaram-se e nasceram colaborações nos setores da agricultura, turismo, ciências e tecnologias. Embora continuem largamente tributárias da indústria do diamante (quase 50% do volume total das importações e exportações entre os dois países em 2008)4, as trocas comerciais passaram de US$ 200 milhões em 1992 para US$ 4 bilhões em 2008. Mas a defesa permanece o centro da cooperação.

A sobrevivência da indústria armamentícia israelense depende de suas exportações. Até o fim dos anos 1990, elas eram realizadas majoritariamente em direção à China. Mas o veto dos Estados Unidos à transferência de tecnologias sensíveis a Pequim forçou Tel Aviv a voltar-se para outros mercados, entre os quais a Índia. Essa reorientação mostrou-se lucrativa, pois se deu num momento em que o crescimento econômico finalmente permitia que Nova Délhi financiasse suas necessidades (consideráveis) em matéria de defesa. A Índia, por sua vez, procurava novos fornecedores, pois os russos só conseguiam suprir parcialmente o vazio deixado pelo desaparecimento da União Soviética. Por fim, os Estados Unidos também aproximaram-se da Índia, facilitando as transferências de tecnologia. Os radares israelenses Phalcon, desenvolvidos pela indústria de defesa de Israel para a força aérea indiana5, são um bom exemplo disso. Depois de ter proibido a venda à China em 2000, Washington autorizou que ela fosse realizada para a Índia. Nova Délhi tirou dessa experiência uma conclusão clara: a aproximação com Tel Aviv permitiria-lhe o acesso às tecnologias de ponta que os Estados Unidos recusavam-se tanto a exportar.

Assim, em uma década, Tel Aviv conseguiu impor-se entre os principais fornecedores de armamento à Índia, que se tornou seu primeiro mercado de exportação. O volume dos contratos assinados ao longo dos dez últimos anos é estimado em algo próximo a US$ 10 bilhões6. Flexibilidade e reatividade foram os grandes trunfos de Israel. Flexibilidade porque o país teve de se adaptar às particularidades das forças armadas indianas, cujos equipamentos são, em sua maioria, de origem russo-soviética – daí os polpudos contratos para a modernização de tanques, porta-aviões, helicópteros e aviões de combate russo – todos equipados com material eletrônico israelense. Reatividade, com o abastecimento de emergência do exército indiano em munição, durante o enfrentamento com o Paquistão na Caxemira, em 1999, a chamada “crise de Kargil7”.

Cooperação

A cooperação industrial concentrou-se em dois setores de ponta: de um lado, radares de vigilância e drones; de outro, sistemas de mísseis. No que concerne aos primeiros, um contrato no valor de US$ 1,1 bilhão foi fechado em 2004 para a venda de três Phalcon. Já em relação aos mísseis Barak, a cooperação teve início em 2001, com um contrato de US$ 270 milhões para a venda de um sistema de defesa antinavio. Os negócios deram um passo decisivo em janeiro de 2006, quando os dois países decidiram codesenvolver uma nova geração do míssil. Um ano depois, eles anunciaram um projeto de acordo no valor de US$ 2,5 bilhões para o codesenvolvimento de um sistema de combate antiaéreo baseado no Barak, mas dessa vez destinado à força aérea e ao exército em terra.

As imagens de satélite são outro ponto de troca entre as nações. Em janeiro de 2008, a Índia lançou, por conta de Israel, um satélite de espionagem de última geração, capaz de fornecer informações sobre as instalações estratégicas iranianas. E, por sua própria conta, em abril de 2009 lançou outro, adquirido emergencialmente após os atentados de Mumbai, que, em novembro de 2008, fizeram 170 mortos e revelaram graves lacunas em matéria de vigilância do território. O país também comprou radares israelenses, por um valor de US$ 600 milhões, com o objetivo de reforçar seu dispositivo de alerta ao longo da costa ocidental.

Não há dúvida de que Israel está em posição privilegiada para acompanhar a Índia em seu esforço de aperfeiçoamento do dispositivo de segurança do território e, de maneira mais geral, para aprofundar uma cooperação já estreita em matéria de contraterrorismo. Os israelenses ajudaram na construção de uma barreira ao longo da linha de controle com o Paquistão, forneceram diversos sistemas de vigilância para impedir a infiltração de militantes islâmicos. Mas, acima de tudo, os israelenses estão entre os raríssimos intervenientes externos a fazerem-se presentes no teatro de operações da Caxemira.

Hoje Nova Délhi, assim como o conjunto da comunidade internacional, apoia a criação de um Estado palestino independente. Mas, ao longo das sucessivas crises entre Israel e seus vizinhos, sua diplomacia aprendeu a navegar de acordo com a maré. A abordagem indiana consiste em dissociar a relação bilateral dos vaivéns da situação no Oriente Médio – em outras palavras, proteger prioritariamente a cooperação com Israel, evitando voltar as costas aos países árabes. Daí as declarações oficiais cheias de nuances, condenando primeiro uma, depois outra, ponderadamente, tanto a cegueira dos ataques terroristas contra Israel quanto a brutalidade das “represálias”. A diplomacia indiana, aliás, tomou gosto por adotar uma posicão dúbia já que, embora se aproximando de Israel, o país também estabeleceu laços com o Irã no início dos anos 2000. Assim, antes da visita de Ariel Sharon, em setembro de 2003, Nova Délhi recebera, em janeiro do mesmo ano, o presidente Mohammed Khatami. De maneira um pouco paradoxal, a aproximação com Israel deu à Índia uma nova alavanca em sua política no Oriente Médio: os Estados da região aprenderam a considerar melhor os interesses indianos.

As tensões da Índia no Oriente Médio trazem muitas lições. Em um nível diplomático, elas são resultado de uma polarização previsível entre os defensores da postura tradicional, pró-árabe, e os partidários da parceria com Israel. Mas, de modo mais sutil, revelam também uma tensão interior, entre a necessidade de lidar com uma minoria de 160 milhões de indivíduos, que faz da Índia o terceiro Estado muçulmano no mundo, e uma fascinação inconfessa pelos métodos expeditivos de Israel. Métodos que alguns em Délhi estariam bem tentados a experimentar contra as esferas de influência terroristas baseadas no Paquistão.

Isabelle Saint-Mézard

é especialista em questões estratégicas na Ásia Meridional e professora do Instituto de Estudos Políticos de Paris e do Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais (Inalco), coautora de Dictionnaire de l’Inde Contemporaine, Armand Collin, outubro 2010.


1 Em junho de 1991, a crise da balança de pagamento indiana, devida principalmente ao fim das transferências de dinheiro dos trabalhadores emigrados para os países do Golfo, levou os dirigentes da Índia a lançar, em comum acordo com o FMI, um grande programa de ajuste estrutural da economia.
2 Louise Tillin, “US-Israel-India: Strategic Axis?”, BBC News, Londres, 9 de setembro de 2003.
3 Discurso disponível no site do AJC: www.ajc.org.
4 Ver a seção Comércio Bilateral do site da embaixada da Índia em Tel-Aviv: www.indembassy.co.il
5 O primeiro radar foi transferido na primavera de 2009 para ser adaptado a aviões Iliuchin renovados pela Rússia. Nova Délhi poderia, dentro em pouco, encomendar três novos AWACS por uma soma mirabolante.
6 Siddharth Srivastava, “Israel rushes to India’s defense”, AsiaTime Online, 2 de abril de 2009.
7 Ler Ignacio Ramonet, “La menace Pakistan”, Le Monde Diplomatique, novembro de 1999.

Palavras chave: India, Israel

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS, CORAÇÕES E MENTES

OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS, CORAÇÕES E MENTES

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia na Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG

Artigo publicado em 06.12.2007 no Monitor Mercantil.

Operações psicológicas são as operações que incluem as ações psicológicas e a guerra psicológica. Compreendem as ações políticas, econômicas, psicossociais e militares, planejadas e conduzidas para criar num grupo (inimigo, hostil, neutro ou amigo) emoções, atitudes ou comportamentos favoráveis à consecução dos objetivos nacionais. É importante distinguir a diferença entre ação psicológica e guerra psicológica. A ação psicológica é a ação que congrega um conjunto de recursos e técnicas para gerar emoções, atitudes, predisposições e comportamentos em indivíduos ou coletividades, favoráveis à obtenção de um resultado desejado. A guerra psicológica caracteriza-se pelo emprego planejado da propaganda e da exploração em outras ações, com o intuito de influenciar opiniões, emoções, atitudes e comportamento de grupos adversos ou neutros, de modo a apoiar a consecução dos objetivos nacionais.

O objetivo da ação psicológica é o de elevar o moral da população, dirigida ao universo amigo, interno ou externo, antecipando-se a qualquer trabalho de solapamento do moral por parte do inimigo. Suas ações característicassão : motivação, baseada em crenças, aspirações e até ressentimentos, desenvolvidas por meio de apelos, configurados em idéias-força, devendo tomar por base um determinado tema, considerado próprio, gerando "slogans", representado por símbolos; objetivos inatacáveis como honestidade, veracidade, justiça, positividade; apresentação de idéias afirmativas; continuidade indispensável em vista da constante transformação por que passa a conjuntura; responsabilidade : necessidade de basear todas as informações divulgadas na verdade e de se cumprir os compromissos assumidos; onipresença : espírito que deve impregnar os colaboradores de forma a contagiar, pelo contato, as pessoas com as quais deve ser mantido um relacionamento; informação, persuasão com apelo à razão, sugestão com apelo aos sentimentos, pesquisas de opinião, de interesse, de atitudes.

O propósito da guerra psicológica é desmoralizar o adversário ou inimigo, dando-lhe uma sensação de insegurança, de impotência e de descrença no seu êxito, que o leve a rendição, se possível, obtendo sua posterior colaboração ativa, usando propaganda e contra-propaganda, com respeito aos aspectos éticos. Seu público-alvo consta de grupos inimigos, de conformidade com as hipóteses de guerra, constituído por indivíduos ou grupos que reconhecidamente não compartilham das aspirações nacionais e se contraponham à consecução dos objetivos nacionais, estejam ou não a serviço de grupos estrangeiros e aos neutros, aí incluídos os que o são por conveniência pessoal. Deve ser empregada de modo a diminuir a capacidade combativa do adversário, explorando todas as vulnerabilidades políticas, econômicas, psicossociais e militares, a impedir ou desencorajar ações contrárias aos interesses nacionais, através de uma propaganda bem organizada ou de demonstrações ostensivas, produzindo efeitos depressivos no moral adversário. Sua propaganda caracteriza-se pela disseminação de informação para influenciar a opinião pública, observados os princípios : dinâmica, ofensiva, afirmação, existência, original.

O conflito social é um processo social básico de convivência que se caracteriza por uma operação personalizada, voluntária e descontínua, visando à conquista de um valor social escasso. Segundo A. Lee Brown Jr. as causas do conflito político são : a) o fulcro do conflito na própria natureza humana; b) o conflito advém da distribuição dos bens materiais e da luta entre classes; c) o conflito e o comportamento agressivo resultam de uma condição psicossocial de frustração; d) o conflito surge da heterogeneidade cultural que fragmenta a identidade nacional; e) o conflito advém do crescimento do mundo, do progresso tecnológico e do consumo de recursos vitais. Os principais meios de solução das controvérsias internacionais, segundo Hildebrando Accioly são : a) meios diplomáticos : negociações diretas, congressos e conferências, bons ofícios, mediação, sistema consultivo; b) meios jurídicos : arbitragem, solução judiciária, comissões de inquérito e conciliação, comissões mistas; c) meios coercitivos: retorsão, represálias, embargo, boicotagem, bloqueio pacífico, ruptura de relações diplomáticas.

Analisando todas estas idéias, podemos compreender melhor o que está ocorrendo no Brasil e no mundo. Em nosso país, verificamos como os meios de comunicação, dominados por seis famílias, em conluio com institutos de pesquisa, pagos pelos "donos do mundo", são capazes de conduzir a população brasileira, elegendo quem desejam, apeando do poder seus adversários ocasionais. No mundo, identificamos o total controle dos meios de comunicação por parte da potência hegemônica, que chega ao cúmulo de restringir direitos constitucionais dos seus cidadãos, preservados ao longo dos tempos, obrigando ainda os demais países a somente veicular aquilo que desejam, censurando a tudo e a todos, até uma pequena rede de TV de um minúsculo país árabe.

É preciso uma severa avaliação crítica do que se está lendo, para não sermos vítimas inocentes das operações psicológicas, capazes de influenciar nossos corações e mentes, transformando o réu em vítima e vice-versa.

Correio eletrônico : mcoimbra@antares.com.br

domingo, 19 de dezembro de 2010

Torres medias de empleo remoto para vehículos blindados de infantería

Por José María NAVARRO

El actual panorama de conflictos asimétricos ha motivado una reestructuración en lo que al empleo de medios blindados se refiere. Mientras la Guerra Fría presagiaba enfrentamientos a gran escala de carros de combate apoyados por infantería mecanizada, los actuales escenarios bélicos (véase Iraq y Afganistán, principalmente) tienen por protagonistas a los dispositivos explosivos improvisados IED (Improvised Explosive Devices), los francotiradores, el despliegue de medios dentro de zonas urbanas densamente pobladas, la presencia de no combatientes o las patrullas de largo recorrido, en los que cobra importancia el concepto de movilidad protegida.


Los vehículos blindados de Infantería (VBI) se dividen principalmente en dos tipos: los de Transporte de Personal (VBTP) o Armoured Personnel Carriers (APC) y los de Combate de Infantería (VCI) o Infantry Fighting Vehicles (IFV) o Infantry Combat Vehicles (ICV). Además de la capacidad de transportar tropa de los primeros, los segundos tienen la de combate, tanto desde el vehículo como desmontando a la unidad que portan, usualmente van dotados de una torre con cañón y superan en peso a los APC por ir habitualmente más blindados. Los VBI son empleados principalmente en grupos de combate junto a carros y, por tanto, deben tener prestaciones análogas todo terreno y estar bien blindados, por lo que solían optar por las cadenas (situación que está en retroceso frente a las ruedas).

Disponibilidades económicas aparte, las características de un VBI son determinadas principalmente por los requerimientos tácticos y por la tecnología disponible en el momento. Uno de los primeros, sino el primer VBI, como el BMP-1 soviético, tenía un diseño condicionado por su empleo en ambiente NBQ durante conflictos de alta intensidad. Por suerte, éste es un escenario en el que al final no ha tenido que desenvolverse y ha sido durante las reiteradas confrontaciones entre Israel y sus vecinos donde más los hemos visto. Igual le ha sucedido al Bradley estadounidense, que fue concebido para un campo de batalla de la OTAN convencional y ha terminando demostrando sus cualidades en la arena del desierto iraquí.

Este tipo de vehículos y los carros de combate convencionales han dejado paso a nuevas familias de blindados más ligeros, flexibles y polivalentes, basados mayoritariamente en diseños de ruedas. Se espera que satisfagan los requisitos operativos de los conflictos asimétricos, como la protección contra IED, las minas de tipos diversos, los cohetes, el fuego de mortero, los francotiradores o los atentados suicidas. Son amenazas más próximas, a las que hay que adaptarse rápidamente y dar respuesta, sin olvidar los requisitos de la guerra convencional, como las amenazas acorazadas o el empleo de misiles anticarro. Por tanto, se impone la necesidad de dar protección a la tripulación del vehículo, dotarle de un poder de fuego medio y automático capaz de suministrar una alta cadencia en situaciones puntuales y, sobre todo, hacerlo mientras mantiene la tropa a salvo en el interior del blindaje. En este momento, más que nunca, las bajas propias son inaceptables, tanto para los mandos como para la opinión pública que respalda en última instancia las decisiones de los gobiernos. Es por ello que la protección de los soldados propios se convierte en el objetivo principal de cualquier operación y asegurar que vuelvan sanos y salvos a su base tras la misión, es la pretensión de cualquier vehículo blindado.

Las misiones principales de un VBI son proporcionar transporte y protección a la infantería y apoyo de fuego a esta durante el combate y por tanto, las características más relevantes son la capacidad de carga (tripulación y escuadra), el poder de fuego, la protección y la movilidad. La flexibilidad es un componente importante en las operaciones de baja intensidad y la cuestión de los costes condicionará la racionalización del diseño y sus componentes. El principal campo donde nos centraremos será el armamento. Sin embargo, la manera en que se distribuye la tripulación o el tipo de torre adoptada serán componentes importantes de cara a su empleo. A partir de estos requerimientos, será clave elegir la mejor tecnología disponible para el proyecto en cada momento.

La tripulación del VBI puede dividirse en dos equipos de fuego, uno que permanece en el vehículo (formado por el conductor, el jefe y, a veces, un tirador) y por una escuadra que puede desmontar y combatir a pie, pero también desde el interior del vehículo. Esta distribución ha ido variando con el tiempo y los nuevos diseños, aunque el número total de tripulantes ha disminuido si lo comparamos con vehículos como el M-113, que transportaba una escuadra de once integrantes. Por citar algunos ejemplos, su sustituto, el Bradley, tiene una tripulación de tres miembros y porta una escuadra de seis integrantes, igual distribución que el BMP-2; el Marder alemán, su remplazo, el nuevo Puma; o que el Dardo italiano.

Tanto el Warrior británico como el Azcharit israelí transportan una escuadra de siete miembros y el AMX-10P francés porta un integrante más aún. El VCI diseñado por BAE Systems para el programa estadounidense FCS tenía una tripulación de dos miembros y una escuadra de nueve, similar a la que puede portar el K200 surcoreano, pero con una tripulación de tres. De todos estos, el Bradley supuso un hito, al ser el que introdujo una mayor especialización desde el momento del diseño, al considerar a la tripulación del carro como un equipo de fuego suplementario al de la escuadra a pie. Por otra parte, si el VBI tiene que proporcionar fuego de apoyo, debe primero tener capacidad de supervivencia, pero, los blindados actuales siguen siendo bastante vulnerables a los misiles anticarro, de los que la tropa a pie debe a menudo protegerle.


Vehículos blindados para reconocimiento: El VEC español

Con el fin de la Guerra Fría, el número de carros de combate ha caído considerablemente y, hasta su reciente empleo en entorno urbano, el interés en ellos parecía haber mermado. Por el contrario otro tipo de vehículos que ha visto crecer su importancia son los blindados de reconocimiento, por la necesidad de adquirir información sobre las amenazas y su posición. Además de satélites, aviones sin piloto y otros sistemas, este tipo permite recoger información muy valiosa y completar el ciclo de la inteligencia. A menudo el Vehículo de Reconocimiento de Combate (VRC) o, en el caso español, el Vehículo de Exploración de Caballería (VEC), es una variante del VBI (en nuestro país, tanto del actual VEC como del futuro 8x8), aunque satisfacen necesidades diferentes.

La función de los VRC pasa por localizar y monitorizar al objetivo visualmente, informar sobre su situación a las tropas propias, ya sea infantería, caballería, aviación o artillería, por lo que para ello tienen que sobrevivir en un entorno próximo al enemigo. Se le debe dotar de sistemas específicos para detección de blancos y comunicaciones de largo alcance para enviar la información. Su blindaje inicialmente es ligero para proteger a la tripulación de armas automáticas, fragmentos de artillería y armas anticarro. Sin embargo, a menudo reciben blindaje adicional como otros vehículos, dado su empleo principalmente en misiones de escolta en el marco de operaciones internacionales. En este caso el armamento tiene como misión principal la autodefensa con el apoyo de fuego como secundaria, si fuera necesario apoyar a la escuadra de reconocimiento que a menudo portan estos vehículos (como en el caso del VEC) o a la infantería propia. Se aprovecha además la comunalidad en parte con el VBI del que derivan, beneficiándose del espacio inicialmente destinado al transporte de la tropa.

En el caso del futuro VEC 8x8 español, a mediados de agosto el Ministerio de Defensa anunciaba su intención de dotar a las primeras 119 unidades con un cañón automático de 30 mm., así como de los medios de observación y tiro necesarios dentro de una torre tripulada. Aunque se menciona el calibre del cañón, no podemos aún saber la torre de la que se trata. Entre las piezas candidatas podrían estar el ATK Mk44 o el Mauser MK30-2 de los Pizarro. Sea cual sea la opción, sería deseable que dispusiera de doble alimentación, lo que descarta en un principio al M871 de Nexter. En el caso de las torres, de tratarse definitivamente de un modelo tripulado, la Hitfist de Oto Melara gana posiciones, puesto que ya integra el misil Spike, aunque hay más opciones como la Lance (una versión equipa ya los Piranha de la Infantería de Marina), la MK46 de GDELS o la SP30 que tiene el Pizarro, por no citar otras opciones más exóticas.

La elección de un cañón de 30 mm. supone un avance en comparación con los Bushmaster de 25 mm. que portan la torre TC-25 del actual VEC, pero parece quedarse corta para las aspiraciones de la Caballería, que quería dotarse de uno de los nuevos cañones de 40 mm. Aunque se incrementa el calibre del arma principal, el Ministerio de Defensa perdería una valiosa oportunidad al apostar por una torre tripulada, en lugar de las más modernas torres de empleo remoto, cuyas ventajas expondremos más adelante. Al menos se confirman los requisitos obligatorios de integración del misil Spike ya en servicio y con el programa de Combatiente Futuro.

Armamento

La elección del armamento ha sido tradicionalmente uno de los puntos más importantes en el diseño de un VBI, porque condicionaba en parte su configuración y dimensiones, aunque con el desarrollo de las torres de empleo remoto, esta limitación desaparee. Las misiones de las que se encarga el equipo de fuego son principalmente la supresión de infantería enemiga y unidades anticarro en campo abierto, levemente o incluso bien protegidas en trincheras, la destrucción o inutilización de vehículos y blindados ligeros o la de carros de combate, misión esta última que podría poner en peligro a la tropa desmontada. En teoría, un transporte de personal sólo va armado para su autodefensa y para apoyar el despliegue de su escuadra. Sin embargo, a menudo armar un VBI es una forma barata de desarrollar un VCI, aprovechando además un vehículo ya en servicio sin costes de desarrollo y beneficiando a la cadena logística por la comunalidad de componentes. En el caso de adoptar torres de empleo remoto, esta adaptación es aún más barata, puesto que no se requiere modificación o refuerzo del casco para introducir el anillo que requiere una torre convencional.

Analicemos las principales opciones de armamento para un VBI. Una es el cañón de baja presión y alta velocidad, que podría estar entre los 75 y 120 mm., que lo convertiría más bien en un híbrido entre carro de combate y VBI. No obstante, esta opción plantea una serie de problemas, como el elevado peso de la torre, de la munición y el volumen de esta, que resta espacio útil para el compartimiento de tropa y puede convertirse en un peligro en caso de detonación. El alto peso de la torre y su munición tiene varios efectos negativos, como el aumento del consumo de combustible, la reducción de las prestaciones del vehículo y la elevación del centro de gravedad (especialmente grave durante operaciones en terreno abrupto). Las municiones de entre 75 y 90 mm. presentan además limitaciones, como la baja velocidad de disparo, lo que implica poco alcance y una baja cadencia de tiro, lo que reduce el nivel de supervivencia. Además, el cañón de 90 mm. es obsoleto por las bajas prestaciones de su munición y, de hecho, no se desarrollan modernas para este calibre. Existen pocos suministradores de munición y torres de 90 mm. y, en comparación con la de 120 mm., la de 105 mm. presenta un alto precio de adquisición. Por otra parte, un cañón de este tipo con su sistema de tiro es sensiblemente más caro.

Realmente el único vehículo de este tipo es el Merkava israelí (en sus sucesivas versiones), que dispone de un compartimiento posterior para desplazar cinco o seis soldados pero que emplea en raras ocasiones. Otro VBI más tradicional, como es el BMP-3 utiliza una torre dotada de un cañón automático de 30 mm. y, paralelo a éste, un cañón 2A70 de 100 mm. que puede, además, lanzar misiles de guiado láser 9M117 Bastion.

Otras adaptaciones similares han supuesto el abandono del vehículo como transporte de personal, como el Stryker MGS estadounidense, a pesar de disponer de torre remota con cargador automático o, más recientemente, el BAE Systems CV90, que puede montar torres equipadas con cañones de 105 y 120 mm., que le convierten en un poderoso elemento de fuego de 28 y 32 ton., respectivamente. En esta misma línea faltaría por ver si las torres de 105 y 120 mm. del Centauro italiano serían instaladas en la variante de transporte de personal VBM Freccia, conservando algo de utilidad el compartimiento de tropa o, en el caso del Ascod, con la torre de 105 mm. Sin embargo, estos desarrollos son catalogables más bien como carros livianos y no vehículos de combate de infantería.

Los misiles son también una opción de armamento para el VBI. De hecho, un veterano como el BMP-1 ya portaba misiles 9M14 Malyutka (AT-3 Sagger en la OTAN) anticarro sobre su cañón de 73 mm., mientras que su moderno sustituto, el BMP-3, lanza misiles anticarro 9M117 desde el cañón (la munición recibe el nombre de 3UBK10), como ya hemos mencionado. La contrapartida estadounidense, el Bradley, salió dotado de serie con un lanzador doble de misiles TOW.

Aunque los misiles pueden presentar ventajas, como la favorable relación entre peso y capacidad destructiva, emplear un VCI sólo con estos para enfrentarse a otros similares o a carros de combate puede suponer un riesgo para la tropa transportada, lo que hace recomendable separar los roles y desarrollar vehículos cazatanques especializados, que por razones de coste pueden estar basados en el mismo diseño del VCI o del VBI. Nos encontramos además con un caso parecido al del cañón de gran calibre, dado que los misiles almacenados restan espacio al compartimiento de tropa, por no hablar de que los lanzadores tienen una cadencia de fuego bastante baja y un alto coste unitario.

Sin embargo la adopción de al menos dos misiles de empleo inmediato (usualmente un lanzador doble o uno a cada costado de la torre) permite enfrentarse a objetivos distantes o de fortuna, como carros de combate, o tener un arma defensiva de garantía en caso de ser atacado por uno de estos. Además, los nuevos tipos de misiles, y sobre todo de cabezas de combate, permiten emplear estos misiles con gran precisión, largo alcance, posibilidad de guiado terminal preciso (man-in-the-loop) contra objetivos de alto valor (bunkers, puestos de mando…) y no solo contra carros. De hecho, gran parte de las misiones de fuego desempeñadas por carros de combate son ahora llevadas a cabo por misiles anticarro y polivalentes de altas prestaciones, que pueden ser portados por otras plataformas.



Más opciones

Un cañón automático medio permite eliminar infantería a pie o dentro de vehículos ligeros e incluso blindados. Su munición tiene un espacio reducido en comparación con las otras opciones descritas (pudiendo almacenar mucha más por unidad de volumen) siendo los cañones y municiones de este tipo los que están experimentando un mayor crecimiento y sofisticación. Por citar dos ejemplos, el actual VEC español tiene 170 cartuchos de 25 mm. de empleo inmediato (en dos cajas de 35 y 135), almacenando en el interior hasta otros 931, mientras que el nuevo VCI Puma alemán dispone de 200 proyectiles de empleo inmediato en su nueva torre remota. Otra ventaja es que, en un escenario asimétrico, es muy importante disponer de una alta cadencia de fuego como la que permiten estos cañones medios, que en momentos puntuales puede suponer la diferencia entre el éxito o fracaso de la misión.

Los primeros cañones con que se dotaron los VBI fueron de 20 a 30 mm., como el Bushmaster o Chain Gun M242 de 25 mm. del Bradley estadounidense, el mismo que emplea el Bionix de Singapur, el Oerlikon KBA de 25 mm. del Dardo italiano, el Giat M811 de 25 mm. de la torre Dragar del VBCI, el Rarden de 30 mm. del Warrior británico, el 2A42 de los BMP-2, el 2A72 de los BMP3-R rusos, el Mauser F de 30 mm. y doble alimentación del Ascod (Ulan austriaco y Pizarro español) o el Bushmaster II de 30 mm. de los CV9030 de exportación noruegos. Otros CV9030 como los suizos y finlandeses usan el más moderno ATK Bushmaster Mk 44 30/40, opción elegida también para el futuro ICV del programa FCS estadounidense desarrollado por BAE Systems y por Rafael y Elbit Systems para sus torres remotas medias.

Sin embargo, progresivamente se ha visto como estos cañones perdían eficacia a medida que otros vehículos iban dotándose de blindaje añadido o que pretendían abatir objetivos de mayor entidad. Es por ello que se ha puesto en marcha una carrera por aumentar el poder de fuego medio de estos blindados. Por ejemplo, tanto holandeses como daneses han optado por el cañón Bushmaster III 35/50 en sus CV9035 o los CV9040 suecos, que disponen de un cañón Bofors 40/70. El Tipo 89 japonés emplea un Oerlikon KDE de 35 mm., por no hablar de algunos prototipos, como el Marder 2 alemán, que fue equipado con un cañón Rheinmetall Rh 503 que puede tener 35 ó 50 mm. El definitivo sustituto del Marder, el Puma, ha adoptado el nuevo cañón Mauser MK-30-2/ABM (Air-Burst Munition) de 30 mm. y doble alimentación. Aunque el US Army no se ha decidido a sustituir su Chain Gun de 25 mm. en el Bradley, se han probado diferentes combinaciones de armamento, como el citado Rh 503, el ATK MK44 de 30 mm., el Bushmaster III de 35 mm. y el Cased Telescoped Weapon System de 40 mm. de CTA International, del que ahora hablaremos.

Actualmente se están desarrollando nuevas municiones y cañones y entorno a ellos nuevas torres. Por ejemplo, el CTAS (Cased Telescoped Armament System), es un cañón con un cierre transversal (que lo hace muy compacto) que emplea una munición encapsulada de 40 mm. de tamaño muy reducido en comparación con la mayoría de diseños actuales y que tiene una cadencia de 200 disparos por minuto. El desarrollo corresponde a CTA International, una empresa formada a medias entre la británica BAE Systems y la francesa Nexter. La munición tiene diversas prestaciones novedosas, como son la gran penetración sobre blindaje activo y añadido, la capacidad de explotar dentro de estructuras conteniendo sus efectos o generar explosiones aéreas, o airbust, para impactar sobre objetivos fuera de la línea de visión, tanto terrestres como aéreos, así como sobre objetivos blandos. De progresar este diseño, podría ser uno de los grandes programas de armamento europeo del futuro, dado que Reino Unido lo contempla para la modernización de los Warrior, WFLIP (Warrior Fightability and Lethality Improvement Project), y Francia para hacer lo propio con varios vehículos blindados. Estos se han decantado por la torre tripulada MTIP, que ya realizó pruebas exitosas en 2006, mientras que Francia ha apostado por la de empleo remoto Toutatis para albergar el cañón de CTA.

Hay otras apuestas, como el RMK 30 de Mauser, que es un cañón automático sin retroceso, inicialmente diseñado para helicópteros de combate, pero que el fabricante está promocionando para su instalación en blindados. Se ha presentado en un vehículo Wiesel, desde el que se realizaba fuego automático estable con su munición de 30x280 del tipo Telescoped Combustable Ammunition. A medio camino entre los dos tipos de cañones citados (pesados y medios), tenemos una apuesta que ha recobrado vida, como es el cañón hiperveloz de 60 mm. desarrollado hace años entre la israelí IMI y la italiana Oto-Breda y que sólo tuvo en Chile un cliente de exportación. En la actualidad, la última instala este cañón de 70 calibres de ánima rayada en una torre de dos tripulantes para el VCI italiano Dardo, que hasta ahora equipaba un Oerlikon KBA de sólo 25 mm. El frustrado VCI polaco BWP-2000 también iba a disponer de esta torre.

Torres

Una vez analizadas las ventajas de disponer de un cañón automático de calibre medio como los que hemos visto, cobra importancia la elección de la torre que lo porte. Las dotadas de cañones automáticos de las que estamos hablando tienen un peso que oscila entre los 1.500 y los 2.000 kg. Por citar un ejemplo, una convencional como la Hitfist con el cañón de 25 mm. pesa 1.600 kg., 1.460 si emplea el de 20 mm., la versión con el del 30 mm. pesa 2.900 kg., mientras que la dotada del cañón de 60 mm. es de 4.000 kg. sin los misiles. Esto se reduce en el caso de torres de un solo tripulante, como la Dragar del VBCI francés, y que aumenta si se añade protección al tirador y jefe de vehículo. Por el contrario, una torre de empleo remoto, además de tener un peso menor permite al vehículo blindado que la porta disponer de una reserva de peso que puede ser destinada a equiparlo con blindaje adicional, especialmente reactivo e incluso activo (más apto el primero contra amenazas convencionales pero más polivalente el segundo). Es importante que exista una reserva de peso que permita el crecimiento de la protección del vehículo, puesto que, dada que ésta es la principal exigencia, la tonelada de ahorro que puede suponer instalar una torre de empleo remoto tiene muchas más ventajas en términos de blindaje adicional que las eximidas por los que defienden la instalación de las tripuladas. Por último, una remota necesita un menor incremento de peso para blindar sus componentes sensibles (dispositivos electro hidráulicos, sistemas ópticos y munición), en caso que fuera necesario.

En relación a la posibilidad anteriormente mencionada de instalar misiles anticarro en la torre, además de los ya citados BMP y Bradley, la italiana Hitfist ha visto como se le añadían primero el misil TOW y luego el Spike, que también ha integrado Rafael en su torre remota con cañón de 30 mm. Por su parte, Elbit integra ese mismo ingenio en sus nuevas pesadas UT25 y UT30 y el Tipo 89 japonés también dispone de dos misiles del tipo Tipo 79 Jyu-MAT. El armamento con que esté dotada la torre ve aumentada su eficacia si se instalan sensores, como pueden ser cámaras térmicas, telémetros láser, estabilización tanto del cañón como de los visores, así como sistemas de visión perimetral o receptores de alerta (radar, láser o infrarrojo). Además de incrementarse sensiblemente el coste, se aproxima en equipamiento a la torre de un carro de combate, salvando el tamaño del cañón.

Ventajas de una torre de empleo remoto con cañón medio

La necesidad de disponer de una capacidad de fuego de supresión junto al requerimiento de protección de la tripulación han supuesto que las ametralladoras de empleo manual de 12,70 mm. adoptadas en los setenta estén siendo progresivamente complementadas y sustituidas por torres de empleo remoto dotadas de armas, desde 7,62 a 30 mm. Además, el requerimiento de protección de fuerza ha incrementado la necesidad de estabilizarlas y de adoptar otros armamentos en ellas, como cañones ligeros y medios, lanza granadas automáticos o misiles anticarro. Después de los vehículos israelíes y la apuesta estadounidense por las Stryker Brigade Combat Teams del Army, vemos un crecimiento explosivo de estos dispositivos, dado el interés despertado en todos los ejércitos, especialmente los occidentales y la OTAN, inmersos en operaciones internacionales donde se hace gran uso de vehículos ligeros y protegidos dotados de armamento medio.

El concepto de torreta de armamento medio (25-30 mm.) de empleo remoto presenta grandes ventajas, que aumentan drásticamente la supervivencia de la tripulación, por una menor exposición al fuego enemigo o a los efectos de minas o IED y permitir operar el armamento desde la seguridad del interior del casco (incluso los modernos MRAP desplegados están sufriendo bajas por estas causas). También se evita la posibildad de que el tirador expuesto resulte herido si el vehículo sufre un accidente, situación por otra parte muy habitual durante las misiones, que éste sea dañado por la metralla u onda de choque por explosiones próximas (IED por ejemplo), posibilitando además que reduzca su fatiga al protegerlo de la meteorología.

Además, el sistema de armas no está condicionado por el modelo del vehículo (no se adapta al armamento y existen grandes posibilidades de diseño y configuración) por lo que no es necesario contar con medios o variantes específicas. Presentan una alta polivalencia o adaptabilidad a diferentes misiones y el reducido peso de la torreta supone un menor consumo de combustible, además que permite dotarle con blindaje adicional y efectivo contra las diversas amenazas del campo de batalla moderno, menor peso que también permite un giro y movimiento vertical más rápido, aspecto vital en enfrentamientos urbanos. En términos de diseño, no hay penetración del casco, lo que permite ocupar al máximo el interior, no hay partes móviles dentro de él, lo que aumenta la seguridad, y el sistema de posicionamiento eléctrico del armamento es más preciso y rápido.

Presentan una gran polivalencia gracias a su armamento y sistemas, dado que los cañones de 25-30 mm. resultan muy efectivos para enfrentamientos a corta y mediana distancia (hasta 2.000 m.) contra objetivos blandos o medios. Puede estar estabilizado incluso en tres ejes e instalar misiles anticarro modernos, como el Spike, válidos para objetivos en casi todas las distancias (hasta 8.000 m.) aunque sean duros o de alto valor, como carros de combate. Además, el largo alcance del armamento evita enfrentamientos directos. Los medios de seguimiento automatizado del objetivo pueden ser integrados en sistemas de gestión del campo de batalla (BMS), así como asociados a los dispositivos de alerta radar o infrarroja. El software calculador de tiro permite el fuego preciso a gran distancia desde el primer momento, incluso con municiones avanzadas del tipo airbust. La instalación de un lanzador doble de misiles permite su empleo como cazacarro, en lugar de un pesado y poco ágil tanque con un impreciso cañón de 105 mm.

Una gran diferencia entre una torre tripulada y no tripulada es la capacidad de esta última de poder responder casi simultáneamente contra varios blancos. En la torre no tripulada se puede señalar un blanco en la pantalla y pulsando un botón la torre vuelve inmediatamente y de manera automática a ese blanco. Además se puede hacer con más de un blanco, así, si el vehículo es atacado desde distintos ángulos, se puede esclavizar la torre para que pase en un segundo de un blanco al otro de manera automática, algo que en una torre tripulada es imposible hacer. En general, en la torre tripulada la velocidad de movimiento es mucho mas lenta por su peso, tamaño y sobre todo porque es tripulada, mientras que en la no tripulada la velocidad de movimiento y por consecuente el tiempo de respuesta son mucho mejores.

Gracias a los sistemas electroópticos, la estabilización y el control de tiro, la precisión es mucho mayor que la de 90-105 mm. y redunda en un uso de la munición más eficiente. Por otra parte, los equipos electroópticos, como los FLIR o visores ópticos, sirven como sistemas de vigilancia, observación y reconocimiento (ISTAR) a gran distancia, por no hablar de un precio de adquisición más bajo que una torre tripulada. Por último, en enfrentamientos asimétricos o incluso durante operaciones antiterroristas (caso por ejemplo de Colombia), las acciones de fuego realizadas principalmente serán de apoyo a las operaciones de la infantería (a pie o transportada) y para este tipo de acciones, los cañones de 90-105 mm. pueden no ser adecuados ni suficientemente precisos, por lo que la munición de 25-30 mm. y los misiles aportan mayor precisión y letalidad.

Armar los VBI con cañones más capaces tiene por objetivo principal destruir vehículos similares del adversario, aunque puede suponer un conflicto de personalidad, al reducir el espacio para tropa y asumir misiones más propias de un VCI. Sin embargo, las ventajas en términos de diseño, comunalidad logística y costes parecen imponerse, puesto que, por ejemplo, la instalación de una torre de empleo remoto permite a un VBI dotarse de un potente armamento sin comprometer su misión principal de transporte blindado, dado que no hay penetración en el casco ni se necesitan modificaciones en el vehículo. Resultan muy atractivas en términos de coste-eficacia y de reducción de carga de trabajo, tanto en las tareas de entrenamiento y formación, como de mantenimiento, ya que operar una torre de 30 mm. es, en todo a lo que al interior concierne, exactamente igual que operar una torre remota de armamento ligero como 12,70 mm.

El primer vehículo diseñado expresamente desde su concepción en torno a una torre de empleo remoto de tamaño medio sería el Puma alemán, que cuenta con las ventajas de la munición airbust de energía cinética. Este tipo de torres está creciendo en tamaño y sofisticación (por ejemplo, no olvidemos que la de cañón de 105 mm. del Stryker MGS es remota también). Se podría argumentar que no existe demasiada experiencia real ni doctrina sobre como usar armamento de medio calibre en torres de empleo remoto, causa, por ejemplo, de que las Fuerzas de Defensa de Israel, no se hayan planteado hasta ahora dotar a su nuevo transporte acorazado Namer con una de este tipo. Sin embargo, su dilatada experiencia con armamento remoto y la posibilidad de que estas torres tengan una gran inclinación (hasta 60º) las convierten en interesantes herramientas para el combate urbano y, por primera vez, independientes del suministro de fuego de apoyo de carros y helicópteros artillados.

El panorama actual de torres de empleo remoto de tamaño medio

Son muchas las empresas que están desarrollando soluciones en éste área de mercado. Sin embargo, debemos reconocer que la iniciativa la tomó la israelí Rafael, basándose en su experiencia en el diseño primero de torres overhead (operadas mecánicamente bajo el casco) y luego de empleo remoto para satisfacer las especiales necesidades de las IDF. Comprobada la efectividad del sistema se amplió la oferta al desarrollar la OWS-25 (Overhead Weapon Station) para su integración en el vehículo de reconocimiento Valuk esloveno, dotada de cañón de 25 mm., ametralladora coaxial y misiles anticarro. Definitivamente, se adaptó por primera vez a una torre remota un cañón de 30 mm., configurando la RCWS-30 (Remote Controled Weapon Station).

Las dos empresas líderes en este área en Israel son Rafael y Elbit Systems (IMI también trabaja a partir de sus diseños más ligeros). Ambas concepciones presentan similitudes, como el empleo del moderno cañón ATK Mk 44 de 30 mm. y la posibilidad novedosa de plegar la torre sobre el casco para reducir su altura hasta los 50 cm. (muy útil al facilitar el embarque en aviones de transporte como el C-130 o el A400M).

La RCWS-30 de Rafael se presenta como una alternativa a las torres tripuladas, tiene un peso de 1.480 kg. y fue la primera en incorporar el sistema de plegado que reduce la altura del vehículo sin afectar a la elevación o depresión de la torre. Aunque ofrecida principalmente con el ATK Mk44, pueden instalársele otros cañones de 30 mm. a petición del usuario (beneficiando la comunalidad con otras plataformas ya en uso). Se monta en posición central sobre el techo del vehículo, dispone de una ametralladora coaxial de 7,62 mm. a la izquierda del cañón principal y la opción de montar un lanzador doble de misiles Spike LR. El control de tiro incluye un sistema de visión de altas prestaciones y de empleo diurno, nocturno y en condiciones atmosféricas adversas suministrado por la división Taman de IAI, un telémetro láser del tipo LOS (Line-of Sight) que permite el fuego preciso en movimiento, un sistema de navegación y puntería asistido por GPS, un calculador balístico que pude ser integrado en la red de mando y control, así como un sistema de seguimiento óptico automático del objetivo.

Tanto el jefe como el tirador disponen de visores independientes estabilizados (el del jefe con 360º de visión sin obstáculos) con acceso a imagen térmica y a color. Esta característica dual le permite desarrollar misiones del tipo hunter-killer, usar simultáneamente el cañón y los misiles e intercambiar sus roles o posiciones entre jefe y tirador si fuera necesario. En 2006, la República checa adoptó la torre RCWS-30 para sus 92 Pandur II de Steyr, incluyendo sistemas electroópticos, cañón ATK Mk 44 (sólo el suministro de los éstos supuso 20 millones de dólares), ametralladora coaxial y el lanzador de misiles Spike LR. Durante las fases iniciales del programa se evaluó la torre en el Pandur II y en el AMV de Patria.

Elbit Systems también ha aprovechado su experiencia en torres remotas ligeras para desarrollar su versión media. Concretamente dispone de dos modelos, la UT-25 y la UT-30, para cañón de 25 y 30 mm. (ATK Mk242 y Mk44, respectivamente). Las primeras pruebas fueron realizadas sobre un M-113 israelí, pero en 2005 tuvieron lugar en Suiza con el fabricante de blindados Mowag, de cara a su integración en el Piranha IV. Inicialmente sus torres recibían la denominación ORCWS (Overhead Remote-Controlled Weapon System), pero el cambio en 2006 por UT (Unmanned Turret) deja clara las intenciones como alternativa a las tripuladas. Sus torres tampoco presentan penetración en el casco, disponen de visores estabilizados independientes y pueden integrar opcionalmente los misiles Spike de Rafael. Se le incrementó la capacidad de munición de 690 a 1.150 proyectiles y tiene ametralladora coaxial de 7,62 mm., todo con un peso de 1.360 kg. con blindaje.

En 2007 Elbit Systems anunció dos contratos valorados en 55 millones de dólares para suministrar su torre de empleo remoto ORCWS 30 con sistemas electroópticos y de alerta láser a dos clientes europeos, concretamente para los 132 Patria AMV del Ejército esloveno y 32 Piranha IIIC belgas de la versión C30. Pero, en 2008, se anunció la cancelación del contrato con Eslovenia por problemas técnicos en la torre derivados de las pruebas realizadas en frío extremo, por lo que ese país inició conversaciones con el noruego Kongsberg para adquirir su Protector. Actualmente Elbit suministra la UT-30 para el nuevo vehículo 6x6 VBTP-MR brasileño y compite para dotar a los Pandur II de la Marina portuguesa. Elbit la ha presentado en diversos concursos y programas y la vimos en Eurosatory 2008 instalada en diferentes vehículos, como el VAB 6x6 francés, o en 2007 en un vehículo de asalto anfibio AAV de los Marines estadounidenses en el evento Modern Day Marine Expo.


Otras torres remotas de tamaño medio en desarrollo

Hay otras muchas torres en desarrollo, como la ya mencionada Lance MTS, desarrollada por Krauss-Maffei Wegman y adoptada por el Puma alemán y que Rheinmettal está promocionando en España para el concurso del 8x8 del Ejército de Tierra, incluso ofreciendo la integración del misil anticarro Spike (a través del consorcio Euro-Spike). Ha sido mostrada también en un Piranha Evolution durante recientes ferias del sector y se ofrece tanto en versión tripulada como remota y con diferentes opciones de armamento (de 25 a 40 mm.), coaxial de 5,56 mm. y misiles. Sin embargo, presenta un tamaño y peso desproporcionado en comparación con otras opciones remotas, que lo asemeja a la de un carro de combate.

No tenemos que olvidar la aportación en éste área de los fabricantes de la órbita rusa y, de hecho, son varias las torres de empleo remoto desarrolladas y adoptadas por vehículos, como el BTR-80A, que puede equiparse con una dotada con el cañón 2A72 de 30 mm. No nos olvidemos del formidable vehículo de combate ruso BTR-T, derivado del carro T-55 equipado con una torre de armamento remoto con uno o dos cañones de 30 mm. del que ya hablamos en artículos anteriores.

En Eslovaquia, las empresas ZTS y Konstrukta-Defence han desarrollado la torre de bajo perfil Cobra dotada del cañón de 30 mm. 2A42 destinada a programas de modernización de vehículos de origen ruso, como los BMP-1, BTR-70 y BTR-80. Es de 1.050 kg. con ametralladora coaxial PKT de 7,62 mm. y visores diurno y nocturnos para el tirador. Existen dos versiones, la Cobra-S para el BMP-1 y la Cobra-K para los BTR, aunque se trabaja en una nueva versión para los Pandur y Piranha, pensando en el mercado de exportación.

En Ucrania, el State Scientific and Technical Center of Artillery and Rifle Arms ha desarrollado la torre Skhval con el cañón KBA-2 de 30 mm., una coaxial PKT, un lanzagranadas AGS-17 y un par de misiles 9K113 Konkurs, además de visores diurnos y nocturnos y telémetro láser. Para el mercado de exportación y de upgrades hay dos versiones, la B para la familia BMP-1 y la L para los BTR-70, BTR-80, BRDM-2, BMD-1 y BMD-2. En 2001 ya pudimos ver esta torre en un BT4-94 de Emiratos Árabes Unidos, configurando la versión Guardian APC (BTR-3U en Ucrania).

Precisamente en Emiratos Árabes Unidos, Adcom ha desarrollado la familia de torres modulares Burkan, entre la que destaca la Burkan-N1 dotada de cañón 2A42 de 30 mm. y coaxial de 7,62 mm., cuatro misiles anticarro Kornet-E, capacidad de guiado automático y visores térmicos de Sagem, de origen francés. El fabricante ofrece también el cañón Mauser de 30 mm., la ametralladora ligera FN Mag y el lanzagranadas Mk19 de 40 mm., en lugar de las armas de procedencia rusa.

Una de las torres que se ha diseñado para emplear el sistema CTAS es la Toutatis de empleo remoto y 1.500 kg., que dispone de 52 proyectiles de empleo inmediato de tres tipos, elevación y giro eléctrico estabilizados, así como visor panorámico con imagen térmica para el tirador e independiente para el jefe de carro. Francia pretende instalarla en los AMX-10, VBCI y en el futuro EBRC de propulsión híbrida, por lo que la DGA (Delegación General de Armamento) ha encargado un demostrador de concepto. Sin embargo fue descartada para el programa FRES británico, por preferir la versión tripulada.

Cubriendo el hueco entre las ametralladoras pesadas de 12,7 mm. y los cañones medios, se han presentado varias soluciones basadas en el calibre 20 mm. Por ejemplo, Thales ha desarrollado una versión pesada de su Swarm MW (Stabilised Weapon And Reconnaissance Mount Multi Weapon) a petición de Jordania para instalar uno y una coaxial de 7,62 mm. La sudafricana Denel, concretamente su división LIW, ha presentado la LRT-20 (LIW Remote Turret) para instalar en vehículos ligeros, dotada de un cañón Vektor GI2 con alimentación doble y un peso de 230 kg. En Eurosatory 2008 vimos la ARX20 de la francesa Nexter de empleo remoto, que monta el cañón 10M621 de 20 mm., destinada a sustituir montajes no estabilizados de 12,70 mm., dada su ligereza en comparación con las opciones de 20 a 30 mm. En esa misma feria vimos un prototipo de torre de empleo remoto de Oto Melara denominada Hitfist 30 mm. Overhead Weapon System (OWS), que viene a complementar la familia de torres tripuladas del fabricante italiano y puesta a punto para un programa de modernización de los BMP-1 polacos. Dispone de estabilización en dos ejes, ametralladora coaxial y opcionalmente misiles Spike de Rafael a los costados.

Como ya hemos mencionado, las Fuerzas de Defensa de Israel están evaluando el nuevo vehículo Namer con una torre de armamento remoto de 30 mm., desarrollando una nueva versión de combate de infantería que también podría adoptar el rol anticarro, con misiles Spike y relegando de este papel a otras plataformas como los M-113 y HMMWV dotados con el misil Tow.

Los vehículos blindados empleados en misiones de marcado componente asimétrico, como las actuales, encuentran en el armamento automático de calibre medio un gran aliado. Las ventajas de este tipo de arma se multiplican cuando se instala en una moderna torre de empleo remoto, cuyas características aumentan sensiblemente la protección de la tripulación que porta el vehículo, lo que, en última instancia, supone el objetivo principal del diseño y de la misión.


“Hunter-killer”

Una ventaja de las torres con dos tripulantes es la posibilidad de desempeñar tácticas del tipo hunter-killer entre el jefe del carro y su tirador, lo que aumenta la probabilidad de destruir blancos. Si la torre tiene un único tripulante, recae en él la labor de adquirir los objetivos y de emplear el armamento contra ellos. Esta ventaja se mantiene en los diseños modernos de torres de empleo remoto, dado que tirador y jefe del carro disponen de visores independientes y estabilizados, separando las tareas del sensor y del shooter, encargándose el jefe de buscar el objetivo y el tirador de destruirlo rápidamente, muy útil cuando el blanco sabe que ha sido localizado e intenta evadirse o también para repartir sectores de 180º de búsqueda entre los dos. El jefe puede trasladar rápidamente el objetivo localizado al tirador mediante el sistema de seguimiento automático de puntería y precisar el punto de impacto ayudado por el telémetro láser y el calculador balístico.


El mercado de torres de empleo remoto


Recientes estudios consideran que el mercado europeo de torres de armamento remoto de diferente tipos (para carros de combate, vehículos blindados y hasta artillería) hasta 2016 sufrirá un gran crecimiento y una incorporación creciente de tecnología como forma de diferenciación. Tecnologías que permitan la reducción de peso del armamento, la integración en sistemas de gestión de batalla, así como de dispositivos de identificación amigo-enemigo automáticos o de guerra en red serán adoptadas progresivamente.

Las necesidades que los actuales conflictos están poniendo sobre la mesa de los ejércitos serán satisfechos por los fabricantes de estos sistemas en un breve espacio de tiempo. Esto se cumple al menos en el caso de los Estados Unidos en Iraq y Afganistán donde, por ejemplo, donde la importante presencia de francotiradores ha disparado las compras de torres de empleo remoto ligeras para los tiradores habitualmente expuestos. Por otra parte, las restricciones presupuestarias derivadas de la crisis generalizada orientarán el mercado en gran medida hacia los programas de modernización en lugar de desarrollar nuevas plataformas, con lo que las torres disponibles en cada momento permitirán el desarrollo de nuevos vehículos a partir de las ya existentes o mínimamente modificadas.

Según estos estudios, el paradigma de la torre moderna para vehículos blindados pasa por ser un sistema ligero pero letal, estratégicamente desplegable, que pueda ser mantenido y reparado en la zona de actuación fácilmente, con supervivencia elevada a los daños y que permita su crecimiento en el medio plazo sin disparar los costes. Por último, este mercado, en el período 2007-16 tendría un volúmen de negocio estimado, sólo en Europa, de 15.300 millones de dólares.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O tráfico no Rio e o crime organizado transnacional

Os verdadeiros chefes do narcotráfico no Rio de Janeiro são ligados à rede do crime organizado transnacional que movimenta no sistema bancário internacional cerca de 400 bilhões de dólares por ano. Esses são os grandes responsáveis pela violência e pelo tráfico de drogas e armas em todo o mundo. A situação que vemos no hoje no Rio reflete um quadro internacional, onde as polícias só conseguem apreender entre 3 e 5% das drogas ofertadas no mercado. É preciso ter em mente essa dimensão global do crime organizado na hora de buscar soluções para enfrentar o problema em nossas cidades. A avaliação é do jurista Wálter Maeirovitch, colunista da revista Carta Capital e ex-secretário nacional antidrogas da Presidência da República.

Compreender essa dimensão global é condição necessária para evitar discursos e propostas de soluções simplistas para o problema. Maierovitch dá um exemplo: “Os produtos principais do tráfico de drogas são a maconha e a cocaína. Tomemos o caso da cocaína. Sua matéria prima, a filha de coca, é cultivada nos Andes, especialmente no Peru, Bolívia, Colômbia e Equador. No entanto, a produção da cocaína exige uma série de insumos químicos e nenhum destes países tem uma indústria química desenvolvida. O Brasil, por sua vez, possui a maior indústria química da América Latina”. Ou seja, nenhum dos países citados pode ser apontado, isoladamente, pela produção da cocaína. Essa “indústria” tem um caráter essencialmente transnacional.

Novas tendências das máfias transnacionais

Presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, Wálter Maierovitch é um estudioso do assunto há muito tempo. O livro “Novas Tendências da Criminalidade Transnacional Mafiosa” (Editora Unesp), organizado por ele e por Alessandra Dino, professora da Universidade Estadual de Palermo, trata dessas ramificações internacionais do crime organizado. A primeira Convenção Mundial sobre Crime Organizado Transnacional, organizada pela ONU, em 2000, em Palermo, destacou o alto preço pago ao crime organizado internacional em termos de vidas humanas e também seus efeitos sobre as economias nacionais e sobre o sistema financeiro mundial, onde US$ 400 bilhões são movimentados anualmente.

Em 2009, diante da crise econômico-financeira mundial, o czar antidrogas da ONU, o italiano Antonio Costa, chamou a atenção para o fato de que foi o dinheiro sujo das drogas funcionou como uma salvaguarda do sistema interbancário internacional. “Os bancos não conseguem evitar que esse dinheiro circule, se é que querem isso”, observa Maierovitch. A questão da droga, acrescenta, é muito usada hoje para esconder interesses geopolíticos. Muitos países são fortemente dependentes da economia das drogas, como é o caso, por exemplo, de Myanmar (antiga Birmânia), apontado pela ONU como o segundo maior produtor de ópio do mundo (460 toneladas), e de Marrocos, maior produtor mundial de haxixe.

Tráfico de armas sem controle

Uma grave dificuldade adicional que os governos enfrentam para combater o narcotráfico é que ele anda de mãos dadas com o tráfico de armas. O Brasil é um dos maiores produtores de armas leves do mundo. Em 2009, a indústria bélica nacional atingiu o recorde do período, com a fabricação de 1,05 milhão de revólveres, pistolas e fuzis, segundo dados da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército. A falta de controle sobre a circulação de armas, observa Maierovitch, é um problema grave. Quando um carregamento com armas sai de um porto brasileiro, explica, exige-se um certificado de destinação. Mas, depois que o navio sai do porto, perde-se o controle. O certificado diz, por exemplo, que as armas vão para Angola. Mas quem garante que, de fato, foram para lá? Esse certificado serve para que, então? – indaga o jurista.

O quadro que vemos hoje no Rio, insiste Maierovitch, precisa ser amplificado para que possamos ver todas essas conexões com o crime organizado transnacional, que atua em rede com nós funcionando como pontos de abastecimento e distribuição. Essas redes são flexíveis e estão espalhadas pelo mundo, acessíveis a quem assim o desejar. Há várias portas de entrada para ela e identificar suas ramificações não é tarefa simples. O jurista cita o caso da cocaína. Cerca de 90% da cocaína consumida hoje nos Estados Unidos vem da Colômbia e entra no país pelo México. E 90% das armas utilizadas pelos cartéis mexicanos vêm dos Estados Unidos. Ou seja, há duas vias de tráfico na fronteira entre EUA e México: por uma circulam drogas e pela outra, armas.

Pacificação x Militarização

Neste cenário global de expansão e ramificação do crime organizado, Maierovitch considerou surpreendente e muito importante a recente ação policial no Rio de Janeiro, na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. Essa ação, destaca, traz elementos importantes que devem marcar a ofensiva contra o crime: reconquista de território, retomada do controle social nas comunidades, garantir cidadania e liberdades públicas à população que vive nestas áreas. A política que vem sendo implementada pelo governo do Rio, acrescenta, está baseada num conceito de pacificação e não de militarização como ocorreu, por exemplo, no México, onde o governo de Felipe Calderón colocou o Exército na linha de frente da guerra contra o narcotráfico e está perdendo essa batalha, com um grande número de vítimas civis.

No Rio, prossegue, o que houve foi uma reação a ataques espetaculares cometidos pelo tráfico, mas a política é pacificadora. “No início do governo de Sérgio Cabral fui um crítico à política que ele estava implementada e que seguia essa linha adotada no México. Mas agora a política é outra e merece apoio. Maierovitch critica o que chama de “ataques diversionistas” contra o governo estadual, que o acusam de favorecer as milícias ao focar sua ofensiva no Comando Vermelho e no Amigos dos Amigos. “Esse diversionismo só favorece o crime organizado. Há territórios que estão sendo retomados e rotas de tráfico interrompidas. É possível e fundamental reestabelecer a cidadania no Rio de Janeiro”, defende.

Trata-se, em resumo, de uma luta permanente, global e em várias frentes, onde cada metro de terreno conquistado deve ser valorizado e cada derrota imposta ao crime organizado servir como aprendizado para maiores vitórias no futuro. Maierovitch conclui: “A Itália é a terra da máfia, é verdade, mas também se tornou a terra da luta contra a máfia. Precisamos aprender com essas experiências.”

Fonte: Carta Maior

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Até um general chinês nos visitou

Até um general chinês nos visitou
Wed, 01 Dec 2010 08:04:21 -0200


Newton Carlos

O interesse crescente da China pela América Latina pode ser avaliado, entre outras coisas, pelo envio de missão militar de alto nível ao Equador, à Venezuela e ao Peru. Foi chefiada pelo general Chen Bingde, chefe do Estado-Maior do Exército Popular de Libertação, como é denominado o Exército chinês. Bignde tornou-se a primeira autoridade militar chinesa de alto nível a visitar o continente e a incursão não se limitou, como se viu, a países — no caso, Equador e Venezuela — com regimes supostamente mais identificados com o comunista chinês.
O pragmatismo da China ficou mais uma vez comprovado com a escala no Peru da missão comandada pelo general. O governo peruano, cujo presidente, Alan Garcia, vive acusando a Venezuela de municiar a oposição a ele, é hoje uma das referências mais fortes na América Latina de um neoliberalismo encarado como dos mais duros. A China corre atrás de matérias-primas, estejam onde estiverem, que sustentem seus altos índices de crescimento econômico, e nosso continente vai marcando presença cada vez mais forte nessa corrida.
No Equador, o interesse é o petróleo. A Petrobras não aceitou as novas regras que aumentam a arrecadação do Estado equatoriano. A China aceitou de bom grado. Uma das empresas petrolíferas chinesas controladas pelo Estado, a Sinopec, tornou-se sócia minoritária (40%) da estatal Petroequador. As transações também envolvem armas. A China se diz “muito feliz” por contribuir para o fortalecimento da capacidade defensiva do Equador. Na relação de vendas estão um sistema de radar e dois porta-aviões de porte médio. O Equador procura fortalecer sua fronteira com a Colômbia, sempre envolta em tensões graves.
O Equador também quer que a China o ajude a remontar a base naval de Manta. Não foi renovado o tratado de concessão aos Estados Unidos. A base fica em local estrategicamente importante ao sul do Pacífico. As vendas chinesas ao Equador ocorrem num momento em que são anunciadas compras de armas em vários países latino-americanos. Por exemplo, no Peru, que recorre à Corte Internacional de Justiça procurando reaver territórios perdidos para o Chile numa guerra no século 19. O Chile compra aviões.
A China “coloniza” a América Latina foi o título de matéria do El País, de Madri, tratando do que especialistas chamam de “erupção chinesa” ao sul do Rio Grande, parte do mundo que foi considerada quintal dos Estados Unidos. “Já fomos colonizados uma vez, não queremos ser outra vez, queremos ser sócios”, disse um empresário latino-americano citado pelo jornal espanhol. O maior colonizador foi, ironicamente, a Espanha. “Os latino-americanos amam o dinheiro tanto quanto os chineses”, avançou no terreno de uma retórica agressiva o mesmo empresário citado por El País.
O xis da questão é como estabelecer os termos dessa sociedade. Em meados de 2010, as empresas chinesas receberam ordens de expandir-se no exterior. É o que revela Yuan Shaobin, diretor do Citic Construction. Sua empresa já conseguiu contratos em países latino-americanos envolvendo mais de US$ 2 bilhões. O presidente da China, Hu Jintao, esteve duas vezes entre nós. A ofensiva dá frutos. A China acumula superavits em boa parte de países latino-americanos. As exceções são Brasil, Argentina, Chile e Peru. Especialistas chamam a atenção para os tipos de inversões.
Das 19 maiores, só quatro se destinaram à indústria e à infraestrutura. O grosso concentrou-se em matérias-primas, em atenção à voracidade chinesa nesse terreno. O diretor da Comissão Econômica para a América Latina, Osvaldo Rosales, diz que a boa notícia reside no fato de que os países latino-americanos mantêm relação intensa com a China, “o motor de crescimento do século 21”. O preocupante “é que nós estamos conectando com a mesma estrutura exportadora do século 19, a troca de matérias-primas por manufaturados”. Nenhum país quer produzir somente matérias-primas, sentenciou Rosales.
Um dos alertas envolve o Brasil. Oitenta por cento do que o Brasil exporta para a China se referem a ferro, soja e petróleo. Em tempo: o gigante chinês já é o segundo maior exportador para a América Latina. Ganha da União Europeia. Só perde para os Estados Unidos.