A Rússia não será “cão de guarda” da NATO na observação das exigências das resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia. Hoje este papel é assumido pela ONU, declarou sexta-feira o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia Serguei Lavrov após o encontro ministerial do Conselho Rússia-NATO.
Segundo Lavrov, não existem alternativas à resolução da situação na Líbia. Salientou que hoje “evidenciamos ações que saem fora das normas estabelecidas pelo Conselho de Segurança da ONU. Trata-se do uso da resolução de 1973 na operação terrestre. O Conselho de Segurança da ONU não prevê tais ações”, frisou.
Em véspera da reunião do Conselho os líderes dos EUA, Grã-Bretanha e França publicaram uma carta aberta em que exortaram Muamar Kaadafi a pedir demissão imediatamente, ameaçando com a continuação da operação militar até que o povo Líbio receba o direito de escolher chefe de estado livremente. A UE já está examinando a possibilidade de realizar uma missão humanitária e militar Eufor Libya mission, o que será o primeiro passo à realização da operação militar terrestre.
Entre outros temas debatidos em Berlim na sexta-feira estão a criação do sistema de defesa antimíssil na Europa, a interação no combate ao terrorismo e a cooperação na questão afegã. Abrindo a reunião do Conselho, o secretário geral da NATO Anders Fogh Rasmussen sublinhou que o encontro atual é um passo importante em prol da parceria estratégica genuína entre Moscou e a Aliança, o tema discutido em Lisboa. Segundo Rasmussen, hoje o mundo está a enfrentar novos desafios e ameaças. Apenas em conjunto podemos avançar não só nas questões de segurança internacional, mas na defesa mútua. Embora muita coisa ainda cause dúvidas nas relações entre Moscou e a NATO, há provas irrefutáveis de que o trabalho conjunto está trazendo vantagens. Trata-se da abertura do chamado fundo “trust fund” para três esquadrilhas das forças aéreas afegãs. O novo fundo vai operar no âmbito de uma série de acordos sobre helicópteros – a iniciativa conjunta do Conselho Rússia-NATO que prevê o serviço e a modernização dos helicópteros afegãos entre os quais estão os modelos soviéticos. Além disso, planeja-se o fornecimento de mais de 20 helicópteros militares e de carga de múltipla função Mi-17.
Segundo os dados preliminares, o volume financeiro do futuro fundo constituirá 8 milhões de dólares. 3,5 milhões serão concedidos pela Rússia, informou à “Voz da Rússia” o chefe do ministério dos negócios estrangeiros da Rússia Serguei Lavrov.
Vamos contribuir para o estudo e para o aumento de qualificação das forças terrestres afegãs de uma das esquadrilhas nos respetivos estabelecimentos do ensino na Rússia, vamos conceder acessórios de reserva para a técnica militar. Os montantes concretos serão definidos durante as consultas com os afegãos, entre o Conselho Rússia-NATO e as empresas que oferecem tais serviços. A ajuda da Rússia será igual ou até superior do que a da Alemanha que será coordenadora do projeto.
Mais um tema importante nas relações entre a Rússia e a NATO é a criação do sistema conjunto de defesa antimíssil. Segundo o secretário geral da Aliança Anders Fogh Rasmussen, as negociações sobre a nova estrutura vão continuar pois Moscou e a NATO ainda não chegaram ao entendimento nesta questão. Segundo a Secretária do Estado dos EUA Hillary Clinton, há opinhões iguais relativamente à criação de duas bases”, uma das quais é responsável para a troca de dados e a outra – para planejamento e controle de operações. Estes dois objetos vão se tornar os “principais elementos de ação conjunta”, acha Hillary Clinton. Moscou quer que o sistema conjunto de defesa antimíssil se torne coletivo e tenha garantias jurídicas de segurança.
Fonte: Voz da Rússia
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