Essa foi a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain
O Brasil tem uma das piores infraestruturas de logística entre os países do Bric, Estados Unidos e Canadá. Essa foi a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), divulgado ontem pelo presidente do instituto, Paulo Fleury.Segundo ele, que participa do 15º Fórum Internacional de Logística, em quilometragem de rodovias pavimentadas, por exemplo, o Brasil está na última colocação, com 212 mil quilômetros (km), ficando atrás de Canadá (516 mil km), Rússia (655 mil km), Índia (1,565 milhão de km), China (1,576 milhão de km) e Estados Unidos (4,210 milhões de km).
O Brasil também fica em último na extensão de ferrovias, com 29 mil km. Perde para Canadá (47 mil km), Índia (63 mil km), China (77 mil km), Rússia (87 mil km) e Estados Unidos (227 mil km).
O País também é o pior em quilometragem de dutos, com 19 mil km, ficando atrás de Índia (23 mil km), China (58 mil km), Canadá (99 mil km), Rússia (247 mil km) e Estados Unidos (793 mil km).
Em termos de hidrovias, o Brasil, com 14 mil km, só fica à frente dos 600 km do Canadá. As maiores redes de hidrovias estão na China (110 mil km), Rússia (102 mil km), Estados Unidos (41 mil km) e Índia (15 mil km).
PAC
O presidente do Ilos também questiona a viabilidade de duas obras de infraestrutura logística do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): o Trem de Alta Velocidade (TAV), obra de R$ 34 bilhões que pretende ligar São Paulo ao Rio de Janeiro, e a pavimentação da rodovia BR 163, que tem 1.780 quilômetros de extensão, ligando Cuiabá (MT) a Santarém (PA), um orçamento de R$ 1,5 bilhão, segundo Fleury. “O Trem de Alta Velocidade representa 26% dos investimentos em logística no País. Alguém tem dificuldade em ir do Rio para São Paulo? Vai custar mais barato? Com esse dinheiro (do TAV), daria para construir 400 quilômetros de metrô entre São Paulo e Rio”, afirma o presidente do Ilos.
Já sobre a pavimentação da BR-163, Fleury defende que seria muito mais viável economicamente utilizar a hidrovia Tapajós - Teles Pires para o escoamento de cargas. Para embasar sua defesa, o presidente do Ilos mostrou um estudo que compara os custo de transporte de carga por tonelada. Na BR-163, o valor seria de R$ 94,76. Numa ferrovia, o custo seria de R$ 58,86, seguido pela hidrovia, com gasto de R$ 42 por tonelada.
O levantamento do Ilos também leva em conta o retorno do investimento, que nas rodovias é de 14 anos, seguido pelos 9 anos das ferrovias e 3 anos das hidrovias. Fleury ressalta, ainda, que o impacto ambiental de uma hidrovia é muito menor do que o de uma rodovia.
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