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quarta-feira, 20 de maio de 2009

O dano psíquico da guerra

Eu não poderia ter ficado mais surpreso quando li, na semana passada, a notícia de que um sargento havia matado a tiros cinco de seus colegas no Iraque. O fato de ter acontecido num centro de saúde mental em meio à zona de guerra apenas confere um verniz extra de sordidez e ironia a esta tragédia.

O dano psíquico desta guerra tola e aparentemente sem fim tem agravado-se desde o primeiro dia. Da mesma forma, é igualmente chocante a maneira pela qual o país tem negado este estrago.

Segundo autoridades, John Russell, sargento do Exército de 44 anos de idade que reconhecidamente enfrentava sérios problemas e estava em sua terceira excursão ao Iraque, chegou ao centro de aconselhamento na tarde do dia 11 de maio e abriu fogo, matando um oficial do Exército, um da Marinha e três soldados.

Isto é o que acontece em tempos de guerras. As guerras e o ato de matar são indissociáveis e isto pode desencadear inúmeras formas de matar. Este é o motivo pelo qual é absolutamente repugnante entrar em guerras desnecessárias, assim como é imoral enviar nossos filhos aos campos de batalha – tanto do ponto de vista físico quanto psíquico – perigos dos quais buscamos protegê-los.

Os efeitos colaterais das guerras do Iraque e do Afeganistão têm sido devastadores, mas não há razão para que as pessoas se surpreendam com isto. Havia já inúmeras evidências de que estas guerras trariam à tona imensos problemas. Ao falar do Iraque em 2004, o médico Stephen Joseph, assistente da Secretaria de Defesa na administração Clinton, declarou: "Eu tenho uma sensação muito forte de que as consequências no âmbito da saúde mental contarão a história desta guerra do ponto de vista médico".

Eu me lembro de ter escrito um artigo sobre Jeffrey Lucey, um fuzileiro naval de 23 anos que se encontrava profundamente deprimido e sofria de transtorno do estresse pós-traumático quando retornou depois de servir nos primeiros meses da guerra do Iraque. Ele descreveu eventos terríveis que presenciou e tornou-se extremamente crítico quanto a si mesmo.

Mas o país abranda sua consciência e reprime a sua culpa com a invocação covarde: "Ah, eles são voluntários. Eles sabiam onde estavam entrando".

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