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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amazônia terá mais 27 antenas para captar internet em cidades onde acesso chega a ser só aéreo ou fluvial

AMAZÔNIA- O Sistema de Proteção da Amazônia, órgão vinculado à Casa Civil da Presidência da República, prepara três missões nesse mês de abril, para levar internet e telefone (voz e dados) a pontos isolados da Amazônia. Serão instaladas 27 antenas VSATs (Very Small Aperture Terminal), que permitem ao usuário a transmissão e recepção de dados, voz e imagens. O órgão conta atualmente com 612 antenas funcionando na Amazônia Legal, ajudando instituições como o Ibama, Polícia Federal, prefeitura, Forças Armadas, Funai e a Receita Federal nas suas operações, explica o coordenador de Manutenção do Sipam, Marcos Bernardini.

O Sipam também colocará quatro antenas nos Pelotões Especiais de Fronteira no Estado de Roraima, localizados nas fronteiras da Guiana e da Venezuela, nos municípios de Bonfim, Normadia, Pacaraima, Uiramutã. Esses são batalhões ficam em lugares distantes sem comunicação de telefone ou internet.

Também serão instaladas mais 13 antenas em pequenos aeroportos nos municípios - alguns próximos de fronteiras - de Santa Rosa do Purus (Acre), Eirunepé, Palmeira do Javari, Tabatinga, Estirão do Equador, Yauarete, Tunui Cachoeira, Uaupés, Barcelos e Moura (todos no Amazonas), Monte Alegre, Tirios (Pará) e Oiapoque (Amapá).

Nesses municípios, o acesso é somente aéreo ou fluvial. As antenas serão usadas para ajudar na comunicação de telefone e internet nesses lugares e foram solicitadas pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (Comara), da Aeronáutica.

No mês passado, o Sipam instalou uma antena em Santa Rosa do Purus, última localidade da fronteira do Brasil com o Peru, no Acre. A antena beneficiou a Polícia Federal (PF), que recebeu o equipamento para o Posto de Controle de Fronteira.

Invasão da floresta no Pará

A ocupação irregular da floresta Amazônica continua. No Pará, em uma marcha vagarosa, vaqueiros conduzem o rebanho de centenas de cabeças de gado sobre a estrada, enquanto carros esperam os animais passarem. Nesse ritmo lento, mas constante, o boi vai invadindo áreas que, por lei, deveriam ser preservadas.

Só na Floresta Nacional do Jamamxim, no oeste do Pará, há mais de 200 mil cabeças. A área protegida foi estabelecida há três anos, mas muitos produtores rurais que estavam lá antes da criação da reserva permanecem no local à espera de uma solução.

- Nós entramos aqui na década de 1980 e 1990. Eles nos legalizam e nós assumimos o compromisso em contrapartida de não derrubar mais - propõe Luiz Helfgtaing, presidente de uma associação de produtores do local.

A pecuária é a última etapa de um processo de desmatamento que começa com a derrubada das árvores para vender a madeira e segue com a queimada para limpar a área. Essas atividades já consumiram um quarto da floresta que fica na área de influência da rodovia BR-163, que vai de Cuiabá, em Mato Grosso, a Santarém, no Pará. Um estudo do Ministério do Meio Ambiente mostra que, entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, a região foi uma das mais devastadas do País.

Walter Moura, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarantã, em Mato Grosso, é testemunha da ação ilegal dos madeireiros.

- Em qualquer época, o caminhão entra e sai tranquilamente. Raramente se prende um caminhão aqui extraindo madeira. Nós já sofremos várias ameaças de morte, mas ninguém nunca tomou providencias em relação a isso também - relata.

Em Novo Progresso, no Pará, quem tenta combater a ilegalidade enfrenta dificuldades. Funcionários do Ibama chegaram a ficar ilhados na sede do instituto, pois no dia anterior, haviam sido ameaçados porque apreenderam caminhões com madeira ilegal. Para evitar confrontos, os fiscais foram orientados pela direção do Ibama a não deixar o prédio.

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