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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Crise no Iêmen ameaça levar anarquia a rota de petróleo

O possível colapso econômico e social do Iêmen pode criar uma zona de instabilidade e anarquia que se estende do leste africano até a Península Arábica, afetando a importante rota de escoamento de petróleo através do Canal do Suez, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo instituto britânico Royal Institute for International Affairs.

"Um Iêmen instável pode levar ao aumento da área sem lei desde o norte do Quênia, através da Somália, o Golfo de Áden até a Arábia Saudita. A pirataria e movimentos jihadistas aumentariam, com conseqüências para as rotas marítimas e o transporte de petróleo pelo Canal de Suez", afirma o documento.

"Se o Iêmen se tornar um Estado falido, vão diminuir as chances de paz na Somália e as condições de segurança na Península Arábica."

Uma das conclusões do estudo é que "os vizinhos do Iêmen e instituições internacionais podem considerar mais barato subsidiar um país frágil do que reconstruir um falido."

Água e petróleo

O Iêmen é o mais pobre dos países árabes, com uma taxa de desemprego por volta de 40%. A população de 22 milhões deve dobrar até 2035 e seus recursos de água e petróleo se mostram cada vez mais escassos.

"Por décadas, foram perfurados poços irregulares que esvaziaram as reservas subterrâneas mais rapidamente do que a água da chuva podia compensar. Ninguém pode prever exatamente quando o volume da água potável na capital Sanaa vai baixar a um nível inviável", afirma o estudo.

Especialistas citados pelo jornal iemenita Yemen Times calculam que os reservatórios que abastecem a cidade podem estar completamente secos já em 2010. A saída apontada seria a dessalinização da água do mar, um processo caro.

Pelo menos 90% das exportações e 75% da receita do governo vêm do setor petrolífero, que está em decadência.

O Banco Mundial calcula que entre 2009 e 2010, os poços de petróleo do país vão gerar bem menos do que os atuais 300 a 350 mil barris/dia. As reservas do país devem se esgotar até 2017.

"O governo iemenita confia que novos poços de petróleo vão ser descobertos no mar. No entanto, o aumento da pirataria no Golfo do Áden pode prejudicar a exploração de petróleo na costa", diz o documento.

Al-Qaeda

As tentativas do governo de estimular o turismo para diversificar a economia vem sendo prejudicadas por uma série de ataques de extremistas, incluindo a rede Al-Qaeda, que custaram ao país nos últimos tempos mais de US$ 2 bilhões, segundo o ministro das Relações Exteriores do país, Abu Bakr Al-Qirbi.

Analistas afirmam que a atuação da Al-Qaeda vem crescendo no Iêmen por uma série de motivos, incluindo o aumento da repressão contra militantes na vizinha Arábia Saudita desde março e a saída de vários de seus integrantes do Iraque.

Mas há ligações históricas entre o Iêmen e a Al-Qaeda. O pai de Bin Laden era iemenita e o maior contingente de detidos pelos militares americanos na Baía de Guantánamo saiu do país.

Com o aumento dos problemas sociais no Iêmen, o governo central enfrenta duas insurreições diferentes, no norte, xiita, e a região sul do país (o antigo Iêmen do Sul), que deseja mais poder, dividendos e autonomia.

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