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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Os pilares do Islã

Humberto Viana Guimarães

HISTORIADOR

O presidente Lula visitará oficialmente Israel, os territórios palestinos e a Jordânia no mês de março.

Quase finalizando o seu governo, e após ter visitado quase todas as monarquias absolutistas e vários países onde a palavra democracia passa a quilômetros de distancia, é bom saber que o nosso mandatário terá a oportunidade de conhecer Israel, o único país do Oriente Médio onde os direitos democráticos são algo presente no cotidiano.

Tenho plena consciência de que o Brasil, sempre aberto à convivência pacífica entre os povos, pode e deve ter um papel atuante na pacificação da região.

Para tanto, basta que não tome partido explícito para nenhum dos lados. Assim sendo, é de suma importância que o presidente Lula seja bem informado a respeito das peculiaridades da região que ele irá visitar.

Nas eleições realizadas em janeiro de 2006 nos territórios onde futuramente será implantado o Estado da Palestina, o Hamas não venceu as eleições porque a maioria dos palestinos os ama, mas porque queria vingar-se dos anos de incompetência e corrupção do governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), representada pelo grupo Fatah.

Durante anos foram enviados pelos Estados Unidos, União Europeia e países árabes, bilhões de dólares para Gaza e Cisjordânia a título de ajuda humanitária e para investimentos em infraestrutura e educação, mas grande parte desses recursos não chegou ao seu destino.

Como estudioso das três maiores religiões monoteístas – judaísmo, cristianismo e islamismo – li atentamente o Corão e creio que os fundamentalistas islâmicos fariam bem se atentassem para ele, pois se dariam conta de que a jihad (guerra santa) não é um dos cinco pilares do Islã.

Os dirigentes palestinos devem entender que a única saída é a convivência pacífica com Israel. Os atuais governantes palestinos devem abandonar a retórica belicista, as armas e os atentados terroristas e, através da democracia que lhes permitiu chegar ao poder, entabular um diálogo sério e duradouro com Israel.

Uma boa demonstração de convivência pacifica é deixar de tratar Israel como al-nakba (a catástrofe), reconhecendo o legitimo direito de existência do Estado judeu, conforme Resolução nº 181, da ONU, aprovada em seção presidida pelo chefe da delegação brasileira, o diplomata Osvaldo Aranha, em 1947.

Afinal, judeus, árabes e cristãos são igualmente semitas, já que descendem diretamente de uma mesma família: os árabes de Ismael, filho de Abraão e Agar, e os judeus e cristãos de Isaac, filho de Abraão e Sara. Foi em um ambiente árabe, judeu e cristão que o profeta Maomé criou a religião muçulmana e acabou com a idolatria.

Que os palestinos sigam os ensinamentos do grande Mohandas Karamchand “Mahatma” (grande alma) Gandhi, que derrotou o império britânico sem armas, somente com a satyagraha (não-violência). Quando perguntado se era hinduísta, ele respondeu: “Sim, sou. Sou também cristão, muçulmano, budista e judeu”.

Que o presidente Lula recordese destas sutilezas quando tratar de um acordo de paz para a região e torcer, é claro, que nossa diplomacia tenha sucesso.

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