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terça-feira, 14 de julho de 2009

A mina de ouro do crime organizado

Segundo relatório da ONU, região tornou-se rota de produtos ilícitos

Joana Duarte

O tráfico ilegal de pessoas, drogas, petróleo, cigarros, medicamentos falsos, resíduos eletrônicos e diamantes está convertendo os países da África Ocidental – uma das regiões mais pobres do mundo – em uma verdadeira "mina de ouro" para o crime organizado internacional, alertou o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC) em seu recente informe: Contrabando internacional e as leis na África Ocidental: uma avaliação das ameaças.

O relatório conclui que o crime organizado internacional está saqueando a região, corrompendo governos, agredindo o meio ambiente, desrespeitando direitos humanos e pondo em risco a saúde de seus habitantes, no que considera uma séria ameaça à segurança e ao desenvolvimento da região.

– Criminosos descobriram uma maneira de traficar com menos risco até chegar a Europa. Há um ano, as alfândegas da maioria dos países europeus não tinham a menor suspeita de que podia haver cocaína na mercadoria vinda da Africa Ocidental – afirmou Bo Mathiasen, representante do UNODC no Brasil.

Entre os dados mais alarmantes, o relatório revela que algo em torno de 50% a 60% de todos os medicamentos consumidos na África Ocidental são falsificados, e que até 80% dos cigarros consumidos são derivados de contrabando.

– A região tem tudo o que a delinquência necessita: recursos, localização estratégica, governos fracos e um incalculável número de policiais que não enxergam alternativas viáveis de vida fora do crime – alertou Antonio Maria Costa, diretor-executivo do UNODC.

Em alguns casos, Costa indica que a quantidade de dinheiro que se arrecada com a atividade criminal supera o Produto Interno Bruto dos países da região.

Os US$ 438 milhões obtidos pelo contrabando de 45 milhões de comprimidos falsos para combater a malária, por exemplo, é superior ao PIB da Guiné-Bissau. Sem falar nos milhões que derivam do tráfico de cocaína produzida na América Latina e que passa pela África Ocidental, equivalente ao PIB de Serra Leoa.

O informe indica ainda que cerca de 6 mil africanos são enviados anualmente à Europa – em sua maioria mulheres nigerianas para serem exploradas sexualmente – o que rende por ano às organizações criminosas cerca de US$ 300 milhões. A ONU calcula que, no ano passado, outras 20 mil pessoas da África Ocidental entraram de forma clandestina na Europa através do crime organizado, que teria embolsado mais que US$ 75 milhões pela prestação do serviço.

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