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terça-feira, 26 de maio de 2009

Os gastos com armas no mundo

Um estudo do Sipri (Instituto Sueco que estuda indústria de armamentos em todo o planeta) divulgou o seu relatório anual de 2007, o qual mostrou que a despesa militar no mundo em 2006 chegou a US$ 1,2 trilhão, um aumento de 3,5% em relação a 2005 e de 37% em 10 anos. A despesa média per capta subiu de US$ 173 para US$ 184. Os maiores gastos internacionais foram dos EUA, que de 2001 a 2006 desembolsou um total de US$ 432 bilhões anualmente e que, segundo as estimativas para 2016 para a Guerra do Iraque, deve despender um total de US$ 2,2 trilhões. Até o momento é o país que mais gasta em armas no seu orçamento trilionário, em torno 46% do total mundial. Sobre a venda de armas em todo o mundo, os EUA venderam em 2005 US$ 290 bilhões ou 63% do total e 32 empresas européias são responsáveis por 29% do total.

Apesar do relatório do Sipri falar sobre o aumento dos gastos militares chineses nos últimos tempos, os números mostram outra coisa, em 1998 as despesas militares chinesas eram de US$ 19,3 bilhões (1,9% do PIB), em 2000 foram em torno US$ 23,8 bilhões (2% do PIB) e em 2005 ficaram em torno de 2% do PIB chinês, o que é uma alta que segue o crescimento da economia chinesa e da sua população. O Irã, em 1998, teve despesas militares de US$ 3,1 bilhões, que ficou em 3,2% do seu PIB, em 2000 chegou a 5,4% do PIB, gastando US$ 6,6 bilhões, em 2003 subiu para US$ 7 bilhões ou 4,4% do PIB. Por ser a maior potência militar do mundo, os EUA, em 1998, investiu US$ 328 bilhões em defesa ou 3,2% do PIB do país, em 1999 os gastos dos EUA com armas foram de US$ 329 bilhões ou 3,1% do PIB, em 2003 o gasto foi de 3,8% do PIB ou US$ 440 bilhões. O Brasil também tem seus números pesquisados nas despesas militares pelo Sipri e em 1998 os gastos com a defesa somaram um total US$ 11,8 bilhões ou 1,9% do PIB; em 1999 foram 1,7% do PIB os recursos usados para a segurança do Brasil, que foram de US$ 10,9 bilhões; no ano 2000 foram investidos US$ 11,5 bilhões na defesa brasileira ou 1,7% do PIB do Brasil; em 2003 um total de US$ 11,9 bilhões foram usados no Brasil em armamentos, em 1,6% do PIB.

O documento da Sipri mostrou ainda que a maioria dos conflitos militares atualmente no mundo é causada pelo domínio de fontes de energia, principalmente na Ásia e na África, que estão sendo castigadas por guerras e pela pilhagem dos impérios dos países ricos. A venda de armas para as regiões em conflito aumentou muito e apesar das convenções da ONU terem proibido o comércio de armamentos para certos lugares do mundo, este tipo de atividade aumenta a cada ano, segundo relatório da SIPRI. O Comandante Fidel Castro sempre denuncia em seus discursos memoráveis que os gastos norte-americanos com a fabricação de armas para dominar o mundo poderia ser usada para distribuir a preços mais baratos milhares de medicamentos que salvariam milhões de pessoas da morte e poderiam formar milhares de profissionais da área médica para salvar vidas em várias partes do mundo. Um dos lemas da Revolução Cubana é que este pequeno país da América Central exporta milhares de médicos e educadores para dar um atendimento humano aos milhões de miseráveis e enfermos em todo o mundo e uma das frases dos dirigentes cubanos é que o seu país exporta capital humano médicos e profissionais de saúde e não armas de destruição em massa, por isso Cuba é um exemplo de solidariedade humana bem presente nos ideais socialistas.

A indústria dos armamentos é uma das mais lucrativas do mundo e gera trilhões de dólares, que vão para as mãos dos mercadores da morte, que leva à catástrofes humanitárias em várias partes do mundo. O maior fabricante de armas do mundo é o império norte-americano, que tem interesse em fomentar guerras em vários países para lucrar com a desgraça alheia que fere, mata, mutila e destrói a economia de nações inteiras. Mas o sistema capitalista vive da destruição das forças produtivas, como tão bem analisou Marx, para depois reconstruir a parte física do capital e eliminar o excedente dos seres humanos e, assim, dar sobrevida ao seu sistema injusto e desumano. A Guerra do Iraque e do Afeganistão são genocidas, para tomar, à força, o petróleo destas duas nações asiáticas. Apesar das perdas humanas dos dois lados, a indústria bélica fomenta os conflitos para vender armas cada vez mais potentes e mortais, pois o sistema capitalista não tem ética por ter como objetivo maior o lucro a qualquer preço, seja como for, matando, roubando, torturando e envenenando as populações envolvidas nas guerras.

Julio Cesar de Freixo Lobo

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