´´Observe as tendências mas não Siga a maioria`` Thiago Prado


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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Existe mesmo vício em internet?

Na Revista Americana de Psiquiatria (American Journal of Psychiatry) de março de 2008, o Dr. Jerald J. Block comenta que a adicção (dependência) da internet parece ser uma desordem mental que merece ser incluída na próxima edição da Classificação Internacional das Doenças usada nos EUA (DSM-V), e mostra resultados de pesquisas nesse sentido. O diagnóstico da desordem que engloba o uso compulsivo-impulsivo de computador, seja on line ou off line, consiste de três subtipos de vício: jogos excessivos, preocupações sexuais e mensagens tipo e-mail ou textos. E qualquer uma dessas modalidades de dependência tem em comum quatro componentes: (1) excessivo uso, freqüentemente associado com perda da noção do tempo ou negligência de necessidades básicas; (2) abstinência, com sintomas de raiva, tensão e/ou depressão quando o computador está inacessível; (3) tolerância, que inclui a necessidade de obter melhores computadores, melhores softwares, ou mais horas de uso, e (4) repercussões negativas, incluindo argumentos, mentiras, isolamento social, pobres realizações e fadiga.

Pesquisas sobre vício com internet têm sido feitas na Coréia do Sul depois que dez pessoas morreram por problema cardíaco quando estavam numa Internet Café (lan house) e após assassinatos muito semelhantes aos que existem em videogames. Naquele país, considera-se a dependência de internet um sério problema de saúde pública. Segundo dados do governo coreano de 2006, aproximadamente 210 mil crianças sul-coreanas entre 6 e 19 anos de idade estão sofrendo disso e requerem tratamento. Talvez 80% precisarão medicamentos e 20% a 24%, internação hospitalar.

Um adolescente sul-coreano gasta, em média, 23 horas por semana em jogos na internet e há um aumento do número de jovens que faltam às aulas ou ao trabalho para ficar mais tempo no computador. Por isso, até junho de 2007 eles treinaram 1.043 conselheiros para o tratamento de vício em internet, e estão introduzindo métodos preventivos nas escolas.

Na China, de acordo com Dr. Block, 13,7% dos adolescentes chineses se encaixam no diagnóstico de adicção pela internet, o que dá cerca de 10 milhões de jovens.

Nos Estados Unidos, por incrível que parece, ainda faltam dados, porque as pessoas acessam computadores para coisas pessoais muito mais tempo estando em casa, ficando difícil fazer uma estatística apurada.

Estima-se que 86% dos viciados em internet apresentem algum outro diagnóstico de desordem emocional classificável clinicamente (sob o ponto de vista médico). Conseqüências desse vício incluem quantidade de sono inadequado, atrasos no trabalho, ignorar obrigações familiares, problemas financeiros e legais, etc.

Como saber se uma pessoa está viciada em internet? Ela precisa responder com um “sim” a cinco das questões abaixo e sem estar num episódio maníaco da doença bipolar:

1. Você se sente preocupado com a internet (fica pensando nas conexões que fez ou nas que pretende fazer)?

2. Sente necessidade de usar a internet cada vez mais tempo a fim de obter satisfação?

3. Tem feito repetidos esforços sem sucesso para tentar controlar, cortar ou parar o uso da internet?

4. Se sente cansado, de mau humor, deprimido ou irritável quando tenta diminuir ou parar o uso da internet?

5. Permanece conectado mais tempo do que havia planejado?

6. Tem comprometido ou arriscado a perda de relacionamentos significativos, trabalho, oportunidades educacionais ou de carreira por causa da internet?

7. Tem mentido para membros de sua família, profissional de saúde ou outros para ocultar a extensão do envolvimento com a internet?

8. Usa a Internet como um meio de escapar de problemas ou para obter alívio de sentimentos de desajuda, culpa, ansiedade, depressão?

Como lutar contra isso? (1) Admitir que existe o problema e estar disposto a mudar; (2) restringir o tempo de uso do computador; (3) avaliar se não se trata de algo secundário a um problema de desenvolvimento (crianças e jovens); (4) pais devem dar bom exemplo não sendo dependentes também de internet ou outra coisa; (5) as crianças e jovens só devem ter acesso à internet após realizar as tarefas da casa e da escola; (6) quebrar o padrão de uso do computador, por exemplo, se a pessoa logo que acorda de manhã vai checar e-mails, ela pode primeiro tomar um banho, tomar o desjejum, ou se logo que chega em casa após o trabalho/escola acessa a internet, ela pode primeiro tomar um banho, jantar...; (7) colocar um “timer” ou relógio com alarme ligado para certa hora, e ao ele disparar, interromper o uso do computador; (8) avaliação psiquiátrica/psicológica para adultos, pois pode estar ocorrendo um transtorno emocional que leva a pessoa ao vício em internet.

(Cesar Vasconcellos de Souza, www.portalnatural.com.br)

Stress e Burnout. Não consigo mais dormir.

Olá Dr. Health,

parabéns pela sua coluna aqui na PDH! Gostaria que você tentasse me ajudar no meu problema.

Pergunta: “Tenho 21 anos e trabalho de segunda a sexta das 8h às 18h e em seguida tenho que sair voando para a faculdade. Com essa correria do dia-dia, consigo ir dormir por volta da 0h e tenho que acordar às 7h.

O problema é que às vezes deito na cama e não consigo dormir! Os problemas continuam “rodando” na minha cabeça e isso faz com que eu nao durma. E cada dia mais eu tenho mais dificuldade de conseguir acordar no horário!

Já tentei colocar o celular longe da cama para me forçar a levantar direto, mas volto a deitar e perco a hora. Atualmente coloco meu celular para despertar 45min antes das 7h e vou usando a função “soneca” que faz com que o despertador me dê 10min para tocar novamente, mas isso de um tempo pra cá também não funciona mais…

E chega o final de semana eu acabo também na maior correria, pois acabo saindo com os amigos, fazendo compras e etc..ou seja não consigo descansar direito! Até mesmo porque meu “relógio biológio” faz com que eu acorde por volta das 9h e eu não consigo mais dormir, mesmo estando com sono.

Já ouvi falar duma doença chamada “burnout career”, será que estou
sofrendo dela?

Você teria alguma dica para melhorar a qualidade do meu sono? Acredito que
7h são mais que suficientes pro corpo descansar.

E, principalmente, vc tem alguma dica para fazer eu acordar “de uma vez”
nas manhãs?
Obrigado pela ajuda!”

- Caio

O que me parece, pelo seu relato, é que uma entidade dos tempos modernos está batendo à sua porta. O nome dela é stress.


Overdose de alpiste combinada a uma rotina de trabalho exaustiva


As alterações que você me relata são perfeitamente compatíveis com uma pessoa que anda estressada, principalmente no que tange à sua insônia. Não digo propriamente uma insônia clássica, mas a alteração do seu ritmo normal de sono. O normal de sono para repor as energias é de oito horas diárias, mas à medida que o organismo vai envelhecendo, pode cair para 6 horas. 7 horas é bem razoável.
Como acordar mais cedo

Sobre acordar depois do horário, é questão de pura lógica. Você está indo dormir tarde, e seu despertador toca no momento do auge do “desligamento” do seu organismo. Completamente compreensível a dificuldade em acordar. E a melhor dica que posso te dar para acordar na hora, é dormir mais cedo (ou então contratar um segurança parrudo para te sacudir na hora certa). Outra coisa, o horário do seu descanso é “responsabilidade” sua. Será mesmo que não há nada que você não possa sacrificar em nome da sua saúde? Pense nisso.
O Burnout

Falando sobre o “burnout”, ele ocorre num momento onde os efeitos do stress são tão grandes que a pessoa praticamente vira um zumbi. Não tem ânimo para fazer nada, perde a vontade de qualquer coisa, enfim, fica praticamente vegetando, um estado de esgotamento mental. Não é o seu caso.

Eu poderia te recomendar procurar algum colega para te receitar alguma medicação ansiolítica que pudesse te ajudar, mas acredito que a melhor solução vem de dentro. Lá na raiz do problema.

A meu ver, o único problema que não tem solução é a morte. Particularmente falando, a Medicina me tornou uma pessoa muito mais otimista em relação aos problemas que a vida nos apresenta.

Exemplos:

Já aconteceu de eu estar “estressado” por causa de ter batido com o meu carro, e enquanto isso, recebia um paciente com uma amputação traumática do braço. Outra feita, eu ficava ruminando porque aquela gata que eu estava afim me deu um fora, e via um paciente diabético ficar impotente aos 30 e poucos anos. Aí eu constatava: acho que esses pacientes adorariam trocar de “problema” comigo. Sei que comparar os problemas com os dos outros não é agradável, mas é apenas para pensar.

Enfim, nossos problemas não são maiores do que aquilo que nossa imaginação faz com eles, compreende? E uma abordagem mais otimista em relação aos desafios com certeza faz nosso cérebro trabalhar melhor em busca das soluções (isto é cientificamente comprovado pela Neurolinguística).

Outra forma de abordagem é avaliar se realmente isto é necessário para você. Muitas pessoas fecham a cabeça em relação aos caminhos problemáticos que aparecem pela frente, não enxergando que existem outras alternativas.

Faça a pergunta a você mesmo, Caio: Será que VALE A PENA enfrentar tudo isso que você tem enfrentado, seja no seu trabalho, seja na faculdade?

Novamente cito um exemplo pessoal:

Eu já tive dois empregos concursados em hospitais públicos. Vão me chamar de maluco, afinal, impera a mentalidade de “concurso público é uma segurança, estabilidade, blá blá blá”. Caio, se você não conhece alguém que pediu demissão de dois empregos públicos, muito prazer, meu nome é Mauricio. Eu só me aporrinhava naqueles empregos (O SUS não existe!). E olha, não me fazem falta nenhuma. O mundo gira e outras oportunidades surgem sempre.

Enfim, o que eu quero te passar é o combate a todo o malefício que esse stress está te causando. Seja por uma visão mais positiva e construtiva dos seus problemas, ou por uma mudança de hábito. Você não morrerá por causa disso, e provavelmente terá noites de sono muito melhores. Em último caso, ainda existem os ansiolíticos.
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Bônus - Teste seu nível de Stress


A foto acima tem dois golfinhos idênticos pulando da água.


No entanto, um estudo científico conduzido por pesquisadores da USP revelou que pessoas sob grande nível de stress perceberam diferenças entre os dois golfinhos.

Olhe para a fotografia, se você perceber uma ou mais diferenças entre os golfinhos, pode estar passando por stress.

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Abraço,

Dr. Health, orgulhosíssimo de se demitir de dois empregos públicos em nome de sua qualidade de vida.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De olho nos superalimentos



SE VOCÊ É LIGADO EM NUTRIÇÃO, já sabe de cor uma penca de informações sobre os alimentos bacanas e os perigosos para a saúde. E é tanta lição pra aprender e praticar que às vezes dá uma preguiça... Para ajudá-lo a ter foco, contamos com nutricionistas e pesquisas médicas do mundo todo para elaborar uma lista dos alimentos que são feras em suas categorias de benefícios. Para você turbinar sua saúde sem ter que pedir receitas ao doutor.

AÇAI
O que é: a fruta amazônica da moçada, mais consumida na versão cremosa e na tigela.
O que faz: retarda o envelhecimento da pele, do cérebro e do coração. E com um belo poder de fogo: estudos publicados no periódico americano Journal of Agriculture and Food Chemistry concluíram que o açaí é o alimento mais rico em antioxidantes jamais testado. "Também tem ácidos graxos essenciais, como ômega-6 e 9, que combatem o colesterol ruim (LDL) e reduzem a pressão arterial", afirma Tânia Rodrigues, nutricionista da RG Nutri, em São Paulo, e consultora da Men's Health.
Onde encontrar: em lanchonetes naturebas ou industrializado em supermercados e padarias.
Você precisa: 40 mililitros por dia.

ERVA-MATE
O que é: a erva do chimarrão, consumido sem moderação no Sul do país.
O que faz: melhora o estado de alerta e o foco mental. Tanto que é comumente ingerida por cirurgiões argentinos (outros fãs da yerba), antes das operações, para aumentar a concentração sem causar ansiedade ou palpitação cardíaca. Estimulante, reduz o apetite e aumenta a quantidade de gordura que o corpo queima, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Lausanne, na Suíça. "Fora que é fonte de ácidos fenólicos e fiavonóides, de ação antioxidante", diz a nutricionista Tânia Rodrigues. O único porém, se você não é gaúcho: é preciso se acostumar a seu sabor amargo.
Onde encontrar: supermercados ou em quase todo o comércio do Rio Grande do Sul.
Você precisa: 2 cuias por dia.

SHITAKE
O que é: cogumelo típico da culinária oriental.
O que faz: é um tijolo imunológico para seu corpo, aponta a nutricionista Anna Christina Castilho, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, em São Paulo. Porque aumenta a atividade dos glóbulos brancos, as células que formam nosso arsenal de defesa (protegendo contra infecções virais e combatendo a formação de tumores, por exemplo). O shitake também é rico em ácido fólico, vitamina do complexo B que baixa seus níveis de homocisteína, composto inflamatório que danifica as artérias, provoca doenças cardíacas e males degenerativos como o Alzheimer.
Onde encontrar: lojas especializadas em culinária japonesa, empórios e supermercados.
Você precisa: 1 colher (sopa) por dia.

CASTANHA-DO-PARÁ
O que é: a semente da castanheira do Pará.
O que faz: turbina a fertilidade. Um estudo da Enfermaria Real de Glasgow, na Escócia, mostrou que o selênio aumenta significativamente a mobilidade do esperma."E a castanha-do-pará é a fonte mais rica em selênio", avisa Tânia. O selênio, segundo pesquisa da Universidade do Arizona, nos EUA, também reduz pela metade o risco de câncer de próstata.
Onde encontrar: em supermercados, hortifrútis e feiras livres.
Você precisa: 1 unidade por dia.

QUEIJO PROBIÓTICO
O que é: queijo minas frescal, cheddar, gouda, entre outros, enriquecidos com lactobacilos acidófilos e casei, bactérias do bem.
O que faz: dá uma força à saúde dos seus intestinos. E os lactobacilos sobrevivem por mais tempo nos queijos, por conta do maior pH, do que nos iogurtes probióticos. "Esse tipo de queijo previne e trata problemas como gastroenterite, intoxicação alimentar, diarréia e reações intestinais após o uso de antibióticos", explica Tânia. E um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) mostra que as tais bactérias camaradas também reforçam o sistema imunológico.
Onde encontrar: procure por marcas como a Santa Clara (www.sanbios.com.br) e a italiana Ciambello, em supermercados e empórios.

ÁGUA-DE-COCO
O que é: se alguém ainda não souber... Procure dentro do coco verde e verá.
O que faz: é o isotônico natural, com 50% mais potássio do que a banana e 1 600% mais do que as bebidas esportivas - e com 1/5 da quantidade de açúcar. Repondo eletrólitos, especialmente sódio e potássio, "ela ajuda muito na recuperação muscular", conta Anna Christina. Beba depois do treino. E, sempre que possível, na versão natural: a água-de-coco industrializada é processada, fervida e embalada, e pode perder alguns nutrientes.
Onde encontrar: na praia, de preferência. E em restaurantes, supermercados e padarias.
Você precisa: de 200 a 300 mililitros por dia.

A água-de-coco é o melhor isotônico; o açaí, recordista em antioxidantes

LEITE ENRIQUECIDO COM ÔMEGA-3
O que é: versão com 20 vezes mais ômega-3, com adição de óleo de peixe.
O que faz: ajuda a secar. Não só o leite aumenta a habilidade do corpo em queimar gordura, segundo pesquisas da Universidade do Tennessee, nos EUA, como o ômega-3 acelera o metabolismo. Outros estudos mostram que seus ácidos graxos protegem contra doenças cardíacas e melhoram o desempenho mental.
Onde encontrar: procure por marcas como Parmalat e Nestlé, em supermercados.
Você precisa: 250 mililitros por dia.

SUCO DE ROMÃ
O que é: uma fruta vinda do Oriente Médio. No Brasil, é muito cultivada em Petrolina (PE).
O que faz: protege o coração. Além de agregar uma quantidade de antioxidante equivalente a 10 xícaras de chá verde, romãs são ricas em flavonóides, que controlam o colesterol e nivelam o fluxo sanguíneo para o coração, segundo estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA. O suco de romã também é associado à redução do risco de câncer de próstata.
Onde encontrar: grandes supermercados, hortifrútis e empórios.
Você precisa: 250 mililitros por dia.

TURBINE O TOMATE
APRENDA A MULTIPLICAR SUA POTÊNCIA NUTRICIONAL
O açaí pode ser o alimento mais rico em antioxidantes de que se tem notícia, mas a substância nutricional antioxidante mais potente de todas é o licopeno - abundante no tomate, nosso velho conhecido. Pesquisas mostram que ele impede o crescimento de tumores e corta pela metade o risco de um ataque cardíaco, entre outros truques. Na Europa já se vendem até supertomates, enriquecidos com 1/3 de licopeno a mais que o comum. Enquanto a novidade não chega aqui, há jeito de melhorar a absorção desse antioxidante pelo corpo: cozinhe o tomate com um pouco de gordura monoinsaturada (1 colher de azeite) ou capriche no ketchup. A dica é da nutricionista Tânia Rodrigues.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Não inventei nada"

O neuropsiquiatra David Servan-Schreiber recebeu a Folha de S.Paulo em seu apartamento em Paris, onde falou sobre as idéias expostas no seu livro "Guérir". Confira, abaixo, trechos da entrevista.

Folha - Segundo o sr., vivemos sob a tirania dos medicamentos psicotrópicos, receitados de forma abusiva para combater o estresse, a ansiedade e a depressão.
David Servan-Schreiber - Muitas pessoas tiveram a vida salva pelos antidepressivos. Hoje, eles provocam muito menos efeitos secundários que no passado. O que não é normal é o desequilíbrio com que são utilizados. Um francês em cada sete toma antidepressivo ou ansiolítico. Nos EUA, cerca de 10 milhões de americanos tomam antidepressivos. Isso é anormal. O lítio e outros medicamentos são muito eficazes. O importante é utilizá-los em casos legítimos e justificados. Essa medicina não reconhece que o corpo e o cérebro emocional têm sua própria capacidade de adaptação e reequilíbrio.

Folha - Em relação à psicanálise, o senhor chegou a dizer que, praticada seguidamente, é uma perda de tempo.
Servan-Schreiber - O que eu digo é que o objetivo da psicanálise não é curar. E foi Jacques Lacan [1901-1981] quem disse isso. Ele afirmou: "O objetivo da psicanálise é a compreensão de si mesmo, e a cura, quando ocorre, é um benefício em acréscimo". Eu sou médico, e o que me interessa é a cura. Toda minha vocação e meu interesse pela medicina está em aliviar o sofrimento. É bastante presunçoso escrever um livro com o título "Guérir" ["curar"], mas me permiti fazê-lo porque a definição de cura é muito simples: quando os sintomas da doença desaparecem e não retornam. O que constatei —e está nos livros científicos— é que vi repetidamente pessoas serem curadas desses males por esses métodos naturais, e os sintomas não reapareceram. Então, pode-se falar de cura. Apresente-me um estudo sobre a psicanálise que mostre isso. Não conheço nenhum. Mas não se trata de dizer que a psicanálise é uma perda de tempo. Depende do que você quer.

Folha - Por que falar, hoje, da medicina de "autocura pelo corpo"?
Servan-Schreiber - Se eu corto o dedo e provoco uma ferida, em alguns dias ela estará cicatrizada, e logo nem saberei mais onde foi o corte. No cérebro emocional, temos os mesmos tipos de mecanismos de adaptação, de cicatrização, que podem ser aprendidos por métodos naturais. Passei 20 anos estudando o cérebro. Pude constatar a eficácia desses métodos naturais de tratamento, os quais nunca me foram ensinados na universidade. Quando constatei que esses métodos funcionavam, e ainda melhor se comparados aos métodos tradicionais que havia aprendido, resolvi falar deles. Mas não inventei nada. Tudo o que está no meu livro são métodos já citados na literatura científica.

Folha - O que é essa "nova medicina emocional"?
Servan-Schreiber - A idéia central não é minha, mas, sobretudo, de António Damásio, que é para mim o maior neurocientista do mundo. Nos seus livros, ele diz que as emoções são emanações de tudo que se passa no corpo. A emoção é a sensação percebida do estado da fisiologia. Não há nenhum sentido em separar as emoções do que ocorre no corpo. Se vamos até o fundo da tese de Damásio, devemos passar pelo corpo, pelo estado da fisiologia, para transformar e curar os problemas das perturbações emocionais. O controle da coerência cardíaca, a hipnose usando os movimentos oculares, a terapia pela luz e pela simulação do nascer do Sol, a acupuntura, a nutrição, o exercício físico e também a importância do afeto, tudo isso são formas para aprender a utilizar o cérebro emocional e entrar em conexão para colocar a fisiologia no seu estado ótimo. Eu pego as idéias de Damásio e as levo até o limite, coloco sua teoria em prática. Aliás, é o que ele mesmo diz.

Folha - Alguns dos métodos que o sr. prega foram modismo nos anos 60 e 70, período fértil em terapias alternativas e de difusão do ioga e da acupuntura. A que o sr. credita o sucesso de seu livro hoje?
Servan-Schreiber - A primeira razão está relacionada ao fato de que se ouviu muito falar desses métodos por pessoas que não tinham credibilidade científica. O que interessava ao público era ouvir alguém como eu, que comandou o serviço de psiquiatria num hospital de uma grande universidade ortodoxa de medicina convencional, falando sobre isso. A mensagem nova foi alguém assim dizer que há coisas na literatura científica que funcionam bem e não são utilizadas como poderiam. Outra razão está relacionada a um movimento planetário, em que as pessoas desejam uma indústria não poluente e que produza, mesmo assim. Elas desejam uma agricultura que as alimente, mas que não as envenene. E o mesmo vale para a medicina, que utilize as capacidades do corpo para se reequilibrar, e que seja uma medicina "ecológica", natural.

Folha - Em resumo, seus métodos não trazem nenhuma novidade, mas a comprovação científica de técnicas já conhecidas.
Servan-Schreiber - A idéia de que se pode ser curado pela nutrição não é nova. Hipócrates já dizia isso. Acupuntura, nutrição, exercício físico, nada disso é novo. A coerência cardíaca é inspirada em tipos de meditação que datam de 5.000 anos. O novo é que começamos a ter estudos científicos que mostram que os métodos funcionam. Graças às novas técnicas de obter imagens do cérebro em atividade, começamos a entender como funciona a acupuntura, como certos pontos podem anestesiar o centro de ligação da ansiedade no cérebro. Isso é apaixonante. Na questão da nutrição, começamos a perceber no nível bioquímico a importância dos ácidos graxos ômega 3 na própria constituição das membranas neuroniais, no equilíbrio emocional e no controle das reações de inflamação no corpo. Isso é revolucionário. Sabíamos que a nutrição era importante, mas não com tanta precisão. O estudo sobre o papel dos animais de companhia no equilíbrio emocional data dos últimos cinco anos. Não é nenhuma novidade dizer que ter um gato ou um cachorro faz bem. Mas, sem os estudos científicos, não podíamos recomendar isso num dossiê médico no hospital. Por isso me senti capaz de colocar tudo num livro, com argumentos que pudessem convencer os leitores. Os estudos científicos são novidade, mas a maioria dos conceitos são antigos.

Folha - E quanto à coerência cardíaca?
Servan-Schreiber - A noção de coerência cardíaca é nova. Há uns 15 ou 20 anos compreendemos a importância da variabilidade do ritmo cardíaco em cardiologia. Mas sua compreensão no controle das emoções, sua importância para o controle do cérebro, começou a ser compreendida há cinco anos. Data de milênios a idéia de que se pode controlar o corpo pela respiração e pela concentração. Os budistas, por exemplo, compreenderam isso há 2.500 anos. Mas compreender como ela atua e precisar como se pode fazer isso da forma mais eficaz possível é que é novo.

Folha - O tipo de hipnose citado, que trabalha com a reprogramação dos movimentos oculares, pode realmente ajudar a resolver problemas emocionais?
Servan-Schreiber - A idéia de que se pode utilizar o movimento dos olhos e focalizar no corpo para estimular os mecanismo de digestão dos traumas emocionais foi inteiramente desenvolvida por Francine Shapiro, na Califórnia, em 1982. Há 14 estudos devidamente testados que provam esse método, recomendado por instituições médicas em vários países. O método foi aceito pelos ministérios da Saúde da Inglaterra, da Irlanda e de Israel. Mas ainda é algo bastante controverso. Há muitas pessoas que, apesar dos estudos científicos, não querem acreditar que funciona, porque não entendem como funciona.

Folha - O senhor diz que os Estados Unidos destinam anualmente US$ 115 milhões para experimentação e avaliação desses métodos. Há um grande atraso nessas pesquisas nos demais países?
Servan-Schreiber - A França é um caso particular, porque o público é extremamente aberto, e as instituições, extremamente conservadoras. Há uma tensão incrível. Era o caso nos EUA, e foi preciso um grande esforço para chegar aonde se está hoje. Foram os parlamentares que obrigaram o Instituto Nacional de Saúde americano a criar um centro de pesquisas sobre as medicinas complementares. Depois, a coisa decolou. Nunca houve um aumento de orçamento tão rápido. Começou com US$ 1 milhão por ano, em 1992, para chegar a US$ 110 milhões, em 2002.

Folha - O senhor relata no livro experiências realizadas em empresas. Existe algum programa de utilização desses métodos nas escolas?
Servan-Schreiber - Sei que existe um projeto em estudo pelo Ministério da Educação da Grã Bretanha envolvendo cerca de 40 mil alunos, para ensiná-los a praticar a coerência cardíaca para melhor administrar suas emoções e suas próprias capacidades de concentração. Por enquanto, ainda é um projeto piloto.

Folha - Suas teses têm provocado polêmica na comunidade científica?
Servan-Schreiber - Até agora, não houve um verdadeiro debate na França. Na Suíça, há neurologistas e psiquiatras que discordam das minhas teses. Fico extremamente contente com esses debates. A principal crítica que recebo é do tipo "se tudo isso fosse verdade, todos saberiam", e não aceito esse argumento. Tudo já é sabido, está escrito nos livros científicos, mas o problema é que há pouca motivação para desenvolver essas técnicas. Não se pode patenteá-las, pois são técnicas naturais. Ninguém poderá patentear os peixes que têm ômega 3, o controle da respiração, a acupuntura, os exercícios físicos, o afeto, a luz, a hipnose. Portanto, não se poderá ganhar dinheiro com essas patentes, o que é uma motivação a menos. Em segundo lugar, todos esses métodos exigem muito mais tempo do médico do que escrever uma prescrição de Prozac, que leva dois minutos.

Folha - O seu discurso, por vezes, assemelha-se a aforismos budistas.
Servan-Schreiber - Gosto bastante da expressão "mind-body medicine" ["medicina do corpo e da mente"]. Ela define a integração do que existe de melhor na medicina convencional com o que funciona nessa medicina que utiliza as capacidades de autocura do organismo. Mas não é preciso se tornar um budista. Estive recentemente num debate com o dalai-lama [líder espiritual do budismo tibetano], em Boston, e ele disse ao final de sua conferência: "Você não precisa crer na reencarnação, no nirvana ou nas divindades budistas. Comece simplesmente tendo mais emoções positivas do que negativas e a concentrar seu espírito e sua atenção nisso. Já assim você começará a ser um ser humano muito mais evoluído".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Degelo nos Andes vai deixar 77 milhões sem água em 2020

O relatório do Banco Mundial revela que a derrubada para a conversão de floresta em áreas de agropecuária é um dos principais problemas da América Latina, principalmente no Brasil, na Bolívia, na Guatemala, no Equador e no Peru. Esse desmatamento é responsável por 58% das emissões brasileiras de gases que aquecem o planeta. A boa notícia é que as economias dos países da América Latina e Caribe não são dependentes da queima de combustíveis fósseis, como acontece com China e Índia. Outro ponto positivo é a grande capacidade dos países do continente para ampliar a matriz energética baseada em energias limpas, como as hidrelétricas, e o uso de eficiência energética. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird), estima que consumo de energia de toda a região pode ser reduzido em 10% a partir de uma maior eficiente em seu consumo. Só essa economia pode custar US$ 37 bilhões a menos do que investir na construção de novas matrizes energéticas.
Mas, para conseguir concretizar essa economia de energia, os países vão ter que superar os impactos causados pelo aumento da temperatura global. Segundo o estudo, uma redução de até 50% na produtividade agrícola deve atingir a região até 2100. Isso pode criar problemas econômicos ao Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países, principalmente do Brasil e do México. Está prevista uma perda de até U$ 120 bilhões nos próximos oitenta anos. As áreas próximas à linha do Equador vão ser as mais afetadas. O branqueamento dos recifes de corais do Caribe e o aumento de doenças como a dengue e a malária são outros problemas listados no relatório.

Para reduzir esses impactos, a indicação do Banco Mundial é investir em dois caminhos. O primeiro é reduzir o desmatamento para o uso da terra para a agricultura ou a pecuária, uma vez que a derrubada é responsável por 50% das emissões da região. O segundo é continuar investindo na matriz energética limpa, o que faz com que as emissões da região sejam baixas em relação à de outros países. Com 8% da população mundial, a América Latina e o Caribe contribuem com 12% das emissões mundiais de gases que causam o aquecimento global.

A crise financeira mundial é um dos principais obstáculos para concretizar as ações propostas pelo Banco. Um dos problemas é a redução no preço do barril petróleo, o que torna os investimentos em fontes renováveis de energia menos atrativos. A indicação para resolver esse problema ainda não é clara. O estudo sugere até a implantação de taxas para indústrias e atividades poluidoras. Uma proposta controversa e criticada por muitos países.

Estabelecer incentivos financeiros dado pelos países ricos para o combate ao desmatamento na Amazônia é outro caminho sugerido no relatório. A expansão dos mecanismos de comércio de carbono, com o objetivo de facilitar a implementação de tecnologias verdes, a criação de um mercado global para biocombustíveis produzidos de modo sustentável, e a eliminação das barreiras agrícolas também são ações propostas. “Essa abordagem poderia apoiar simultaneamente a recuperação econômica e estimular o crescimento nas áreas que atenuam o impacto das mudanças climáticas. Ao priorizar as atividades com baixa emissão de gás carbônico, os governos não apenas evitarão os efeitos perigosos das alterações no clima, como também poderão tornar a região mais competitiva, contribuindo assim para que se recupere de modo mais rápido da atual desaceleração econômica”, afirmou Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dia Internacional de combate à corrupção

Dia Internacional de combate à corrupção



Hoje é o dia internacional de combate a corrupção, sabiam? Hoje.

E o Brasil, caros amigos, não fez feio não… Podemos nos orgulhar de que estamos entre os mais corruptos… Estamos em 5º lugar, empatados com a Itália e na nossa frente só a Rússia, China, México e Índia.

Em grande destaque estão nossas empresas famosas como a Gautama, aquela dos viadutos fantasmas, das pontes do nada e a Planam, das ambulâncias superfaturadas, lembram?

Agora esta lista de campeões esta desatualizada. Nós merecemos um lugar mais honroso, temos de subir no ranking.

Sem dúvida a Itália tem a máfia, a Rússia tem os ex-comunas gangsters, mas no nosso caso há uma grande lacuna:

Estão contabilizando apenas empresas privadas, empresários, mas e as empresas públicas?

E os mais de cem mil burocratas já enquistados no poder? E o mensalão não vale nada? E o fundo de pensão de onde teriam levado bilhões para a revolução imaginaria dos mensaleiros. Isso é micharia?

E mais: digam-me senhores, que país pode se orgulhar de ter três desembargadores, um juiz, todo um tribunal de justiça em cana? Quem?

Ora, estão discriminando os subdesenvolvidos como nós.

Mas um dia, a verdade de hoje virá a tona e o futuro nos fará justiça!

Câncer será a principal causa de morte no mundo em 2010

WASHINGTON - O câncer vai ultrapassar as doenças cardíacas e será a principal causa de morte no mundo em 2010, devido ao aumento da incidência em países em desenvolvimento, onde o cigarro causará danos em uma população cada vez mais sedentária. A projeção é da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, uma entidade vinculada à ONU, que anualmente divulga um informe sobre a doença. Enquanto a doença está em queda na Europa e nos Estados Unidos, nos países mais pobres o crescimento é progressivo. O diretor da agência, Peter Boyle, criticou a diminuição de campanhas enérgicas contra a dependência de nicotina, que ainda causa um terço das mortes por câncer em países ricos.

- O controle do consumo do tabaco é a coisa mais importante que podemos fazer para combater a doença - afirmou o ciclista Lance Armstrong, que já ganhou sete vezes a corrida Tour da França e recebeu diagnóstico de câncer de testículos em 1996.

A maioria dos países desenvolvidos já restringiu o fumo em locais públicos fechados, como empresas e restaurantes, o que contribuirá para a redução ainda maior dos tumores nos próximos anos, previu Boyle. Segundo ele, porém, as indústrias do tabaco estão concentrando sua atenção em países em desenvolvimento, onde são capazes de investir em um nível de "publicidade sem precedentes".

Atualmente, mais de 40% dos fumantes de todo mundo vivem na China e na Índia, segundo John Seffrin, presidente da Sociedade de Câncer dos Estados Unidos, que prevê que neste século 1 bilhão de pessoas morrerá por causa da nicotina se as tendências atuais forem mantidas. O México, por exemplo, aprovou este ano uma lei que proíbe o fumo em escolas, locais de trabalho e lazer, mas enfrenta o desafio de colocá-la em prática, diz Alejandro Mohar, diretor do Instituto Nacional de Cancerologia do país.

17 milhões de mortes em 2008

Além do cigarro, a adoção de outros maus hábitos do primeiro mundo, como dietas ricas em gordura e pouca atividade física, farão com que o câncer se torne muito mais presente nas nações em desenvolvimento nas próximas décadas. Em 2007, foram registrados 12 milhões de novos casos de câncer, a maioria deles ainda em países desenvolvidos, onde ocorreram 2,9 milhões de mortes. Em países mais pobres, houve 5,6 milhões de novos casos e 4,7 milhões de mortes. Estas cifras sofrerão um aumento substancial em conseqüência das deficiências dos sistemas de saúde dos países em desenvolvimento para responder à pandemia, como qualificou Seffrin. Só este ano as mortes chegarão a 17 milhões de acordo com o informe. Esta perspectiva poderia ser evitada com o aumento da oferta de exames rotineiros para câncer de colo de útero, de mama e de intestino, e de vacinas contra o vírus HPV e da hepatite B.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sou Brasileiro, com muito orgulho


Nós brasileiros, mais que qualquer outro povo do planeta, temos o intrigante hábito de depreciarmos o nosso país.
Relativizamos nossas qualidades e exaltamos nossas mazelas. Vivendo sentado no sofá, na frente da televisão, curtindo a programação de domingo, é bem possível que você nunca tenha tido tempo para sair à rua e ver o melhor do Brasil.
Trabalho em uma empresa multinacional com ramificações em todos os continentes e incontáveis países. Viajamos para o exterior para encontrar clientes e receber treinamentos, mas também recebemos aqui colegas de todo o mundo. Em sua grande maioria eles vêm nos treinar ou contribuir com a implantação de algum projeto interno.
É engraçado traçar um comparativo entre as expectativas dos estrangeiros ao chegar, com suas conclusões ao partir. Existem casos mais caricatos como europeus que antes de vir pedem a seus médicos um coquetel de vacinas contra males da selva! Muitos têm medo de comerem nossa comida e beberem nossa água. Com respeito a todas as nacionalidades do mundo, arrisco-me a dizer que somos um dos povos mais bem informados em termos de geopolítica. Existe muito desconhecimento em relação ao que o Brasil realmente é.
Após alguns dias a maior parte dos estrangeiros se apaixona pela nossa variedade gastronômica. Os alemães descobrem que a culinária alemã é tão farta por aqui quanto em sua terra natal. Os irlandeses mais se preocupam com a nossa cerveja. Não gostam, mas bebem de tudo até cair. Os indianos são um caso a parte. Quando chegam não tocam em mulheres, não sorriem, comem em marmitas preparadas no hotel, não bebem e não confraternizam conosco.
Basta uma única festa para aprenderemos que pessoas são pessoas em qualquer lugar do mundo e, bem lá no fundo, almejam as mesmas coisas. Fizemos chineses e japoneses caírem de tanto beber caipirinha, muçulmanos dançarem em cima da mesa, franceses enlouquecerem com um samba frenético e europeus em geral apaixonarem-se por nossas belíssimas mulheres.
Ainda gostaria de destacar o capítulo do indiano.
Aquele foi o que mais deu trabalho. Precisamos de um chefe, gerente alemão, para beber uma champagne a fim de encorajar o indiano a fazer o mesmo. “Apenas para o brinde”, mentíamos para ele. O indiano de 31 anos, casado há 4 meses, virgem até os 30, proprietário de uma Harley-Davidson em Nova Déli, arriscou um gole. Não morreu!
Surpreso em descobrir que aquela não era uma bebida demoníaca, bebeu mais um pouco. E mais um pouco. Uma taça depois, seus olhos estavam pequenos e finalmente vimos aquele enorme sorrisão, ainda que um pouco escondido pelo bigode escuro. “Vou precisar rezar bastante pelos meus erros ao voltar” ele brincou. Trinta minutos depois, havíamos perdido o controle do colega hindú. Ele estava tentando dançar um pagode com nossas colegas brasileiras, maravilhosas e muito bem vestidas. Diante da aproximação (ele nunca havia tocado em uma mulher senão a esposa) começou a tentar abraçá-las e a passar a mão nas, agora assustadas, mulheres. “Two minutes, upstairs.” dizia ele. Dois minutinhos sozinho com elas era tudo o que precisava.
Na despedida muitos de nossos colegas choram.
“Vamos voltar”, prometem.
Todos levam recordações das belas paisagens, da inacreditável beleza feminina, dos porres descompromissados, da inexistência de preocupações com a opinião alheia, moral e bons costumes e, acima de tudo, da grande amizade que fazem com os brasileiros. Nós somos hospitaleiros como nenhum outro povo do mundo (embora os húngaros se assemelhem muito conosco).



Brasil? Tsc tsc, Budapeste. Na Hungria.

Essa experiência toda criou um problema para a empresa. Com 44.000 funcionários espalhados por todos os cantos do planeta podendo ir para onde desejarem, os gerentes estão tendo de lidar com a enxurrada de pedidos para viagens ao Brasil. Todos querem voltar. Os que não vieram querem nos conhecer após tantas referências. Mas nós brasileiros não gostamos daqui. Tenho certeza que muitos prefeririam trocar de lugar com nossos amigos europeus.
Então a empresa passou a de fato nos enviar para o lugar deles. Os destinos que mais receberam o pessoal do meu escritório foram Irlanda e Alemanha. Não posso negar que os primeiros dias não são excitantes. Descobrimos coisas novas, lugares novos, hábitos diferentes e gente que não se parece tanto conosco. É uma experiência rica, mas após alguns dias a novidade acaba.
Depois de termos visto “tudo” e estarmos incorporado ao cotidiano daquela região, passamos a nos focar em trabalho e a tentar viver como um nativo da cidade que nos recebe. Quase todos nós tivemos problemas para se adaptar aos hábitos alimentares estrangeiros. Os que conseguem enjoam da comida, pois poucos lugares do mundo se pode comer de tudo como no Brasil. Passamos a andar de ônibus, de trem, de táxi, a fazer compras no supermercado a ver como o povo desses lugares distantes vive.
No bairro mais nobre e rico da capital canadense sofri uma tentativa de assalto. Um homem sujo, mas bem vestido e com cheiro de álcool tentou pegar o troco que eu colocava no bolso. Uma amiga me explicou que a prefeitura cria condomínios para desabrigados no intuito de os tirarem da rua. Recebem ajuda de custo, roupas, alimentos e uma pequena quantia em dinheiro para sobreviverem. Sustentados pelo povo, gastam o subsidio em drogas, bebidas e por fim vão às ruas atormentar a população. População essa, que se odeia em grande parte.
Em um país diversificado que recebe pessoas de todos os lugares do mundo, se criou um enorme problema racial. Em Toronto, os terminais bancários exibem a tela inicial em cantonês! Se você não fala cantonês precisa tocar em uns ideogramas até exibir a opção de outros idiomas: Mandarim, Híndi, Francês e Inglês!
Existem lugares completamente compartimentados em relação à raça de seus habitantes. Há bairros onde vivem apenas indianos, bairros reservados aos latinos, comunidades italianas, etc. Em Ottawa, uma ponte divide a cidade em duas. De um lado fica a população que fala Inglês, de outro a parte que fala Francês. Esteja avisado antes de cruzar a ponte: no lado francês não há placas de informação em inglês.

Ottawa. Mulheres e homens são proibidos de se misturar…

Muitas vezes, moradores locais que falam inglês fluente recusam-se deliberadamente a lhe dar uma informação caso você não fale francês. A população original do país (isso ainda existe hoje em dia?) criou um enorme xenofobismo em relação a quem vem de fora. Eles acreditam que aos poucos a cultura local está desaparecendo. De fato, não existe mais culinária tipicamente canadense. Você encontra restaurantes tailandeses, indianos, japoneses…
Em um PUB, uma canadense perguntou se eu era gay. Indignado, perguntei por quê. Ela mencionou que só havia homens naquele bar o que tornava a situação meio estranha. Concordei, mas expliquei que não era dali e que lá de onde eu vinha nenhuma mesa com mulheres sozinhas duraria 20 minutos sem ser abordada por um homem.
Ficamos amigos das canadenses e acabamos conhecendo outras mulheres por lá. Elas reclamavam da falta de atitude dos homens e inclusive da dificuldade em encontrá-los na cidade. Comentaram que o programa predileto das canadenses é passar uma tarde no shopping comendo um petisco e depois seguir para o cinema.
Dias depois, colegas de trabalho homens reclamaram que naquela cidade não era fácil para conhecer mulheres. Diziam que além de praticamente não existirem mulheres por lá, os PUBs eram lotados de homens. O engraçado é quando aparece uma mulher no PUB eles não fazem nada e até estranham. Acham tão anormal que preferem nem tentar conhecê-las com medo de que sejam lésbicas malucas e assassinas de homens. No final das contas a realidade é que as mulheres vão para um lado, os homens para o outro e ninguém vai atrás de ninguém.

Na esquina do mundo, a Times Square em Nova Iorque, perdi uma camisa. Ao andar na calçada de um dos locais mais famosos do planeta, recebi uma baforada de vapor saindo de um duto do chão. Seja lá o que for aquilo, tisnou minha camisa branca de uma maneira que nunca mais consegui limpá-la. Aqueles dutos cuspindo vapor estão por toda a parte!
Em muitas esquinas podemos sentir o cheiro da urina dos mendigos. Esses também podem ser encontrados em todas as áreas da cidade. A glamurosa ilha de Manhattan parece como o centro das grandes metrópoles brasileiras. O movimento é frenético, o trânsito caótico, há poluição sonora e visual para todos os lados, vários arranha-céus e muita sujeira. Em minha opinião, dadas as proporções, Av. Rio Branco no Rio ou a Paulista em Sampa não deixam nada a desejar ao centro financeiro mais famoso do mundo.


Um mendigo NewYorker em mais um típico dia de trabalho

Certa noite acabei exagerando na bebida e inventei de voltar a pé até o hotel. Eram cerca de 6 quadras de distância, mas levei 3 horas perdido na madrugada de Manhattan até identificar o letreiro do qual pouco lembrava. No dia seguinte, relatando a proeza para amigos em um bar, fiquei surpreso ao ouvir uma série de sermões. Começaram a me contar suscessivos casos de assaltos, facadas e todo o tipo de violência nas ruas da da Big Apple.
Não me abati. Peguei o guia local e fui conhecer referências alcóolicas na cidade que nunca dorme. Nunca dorme, o caramba! 2 horas da manhã e estavam me expulsando dos botecos. Existem leis que agora proíbem o funcionamento pronlogados dos bares.
O jeito era ir pro hotel jogar sinuca e beber aquela horrenda Budweiser. Conheci o bar onde Frank Sinatra ficou famoso ao pedir Jack Daniels chamando por “NY Finnest”. Lotado de homens, sem mulheres e com bebida caríssima! Aliás, fumar charuto está proibido na cidade inteira. É incrível como os exportadores do câncer pulmonar não fumam mais. Tive de procurar uma tabacaria especializada.
Também fui no famoso e centenário P.J Clark’s onde encontrei Rudolph Giuliani em pessoa. É baixinho, mas tem aquela assustadora presença de quem enfrentou o 11/09 sem medo. Sentei em uma mesa onde me serviram um bife enorme com 320g e muito Ketchup Heinz. Após terminar meu prato a garçonete se aproximou trazendo a conta e solicitando que encerrassemos, pois havia muita gente no bar esperando por uma mesa!
Para quem tem curiosidade em conhecer essa porcaria, a primeira filial fora dos E.U.A. será inaugurada em São Paulo. Mais tarde, a empresa que estava me recebendo pagou a janta em um dos melhores restaurantes americanos e talvez do mundo. O Chef era o Antony Bourdain, famoso pelos seus shows gastronômicos no Discovery Channel. O Les Halles tinha todo o jeitão de restaurante francês, mas com posteres por todos os lados como bom estabelecimento americano. Os pratos não eram exageradamente caros. Pedi um fettuccine ao molho de queijos suíços embora todo mundo me recomendava o tal bife da casa. Eu tenho uma queda por culinária italiana. Enfim, o prato de massa do melhor restaurante americano era bom, mas só isso. Não chega aos pés dos incríveis raviollis do Terraço Itália em São Paulo.
No imponente Madson Square Garden ao assistir um jogo dos NY Knicks, um dia após os Giants terem faturado o Superbowl desse ano, fui obrigado a rir. O locutor berrava “Bem vindo ao Garden. A maior arena do planeta”. Luzes piscavam nas paredes e displays pediam “BARULHO, AGORA”. Um mar de torcedores batia uns cotonetes gigantes uns nos outros até o barulho tomar conta do ginásio. Tive que rir, pois aquela gente não deve ter dimensão do que é assistir um FlaFlu no maracanã ou um Grenal no Olímpico. Tudo o que sei é que após um tempo eu não agüentava mais mulheres feias, comida estranha e festas chatas.
Aliás, nem todas são feias.
De volta ao meu bar favorito (Le Rendez Vouz na 301 E 80th) conheci uma morena interessante, bargirl da casa. Diferente de tudo o que via por lá, ela possuía a pele bronzeada, cabelo com luzes, corpo impecável e uns 1.60 de altura. Conversando com ela eu estava realmente a achando diferente. Em determinado momento aquela beldade mignon me pergunta de onde venho, pois meu sotaque era familiar. Quando disse Brasil, ela pulou em mim, feliz da vida. Era de Goiânia, mas vive em NY desde os 6 anos de idade. Quis falar em português que, hoje em dia está enferrujado. Mas frustou as minhas esperanças de achar uma americana realmente linda por lá.
Por outro lado, isso tudo é uma opinião pessoal minha. Há muitos brasileiros vivendo no exterior que jamais retornariam ao Brasil…
Voltando para casa com um colega, vimos algo estranho: uma loirinha linda, calça de lycra apertada, botas até os joelhos, usando uma jaquetinha que delineava o corpo. Meu colega me olhou e já entendi o recado. Saímos caminhando em direção a ela e comentei sobre o transtorno que o atraso do avião estava causando. Notei o sotaque estranho dela e perguntei de onde era. Ao ouvir Curitiba, nem fiquei mais tanto surpreso. Já havia desistido de encontrar gringas realmente bonitas por lá.
Contudo, o que foi realmente interessante na nossa conversa foi o relato de alguém que vive em NY há 4 anos e estava voltando pro Brasil apenas para visitar a mãe. Ela reclamava que sentia falta das amizades brasileiras, do bom humor tupiniquim, do jeito safado com que os homens daqui tratam as mulheres. Os relacionamentos são diferentes por lá. Tudo é mais lento, menos divertido, menos autêntico. Ela sentia falta de feijão, de farofa e, principalmente de caipirinha na praia.
De volta ao Brasil, todos nós aqui da empresa, passamos a adotar hábitos que nunca tivemos. Agora eu como muito feijão, farofa e camarão. Não tomo mais caipirinha com Vodka, pois aprendi o valor que um Velho Barreiro possui. Fico feliz quando vejo um negro caminhando na rua de mãos dadas com uma loira albina, gosto de ver colegas árabes e judeus trabalhando juntos, restaurantes italianos administrados por coreanos, japoneses rappers e africanos sushi-men. A salada de fruta cultural em São Paulo nunca me encantou tanto.
Lembro que no primeiro dia após minha volta, ignorei meu horário biológico completamente desregulado. Cheguei às 10, tomei um café expresso brasileiríssimo de Minas, almocei em uma churrascaria e as 15 horas fui a um parque.
Um corredor sem camisa passou por uma morena linda, com calça corsário e barriga de fora. Ela corria em sentido contrário e ainda tinha um piercing que batia de um lado para o outro fazendo um pêndulo hipnotizante na barriga durinha. Ele tentou encará-la bem dentro dos olhos, mas ela manteve a postura de indiferente. Continuou correndo elegantemente e ao cruzar por ele o observou muito discretamente com o cantinho de olho. Ele virou para trás enquanto corria apreciando a bunda que ia embora. Ao perceber, ela abriu um leve e comportado sorriso e continuou sua corrida fingindo estar indiferente.



“Ó, como senti falta de nosso verde, nosso azul, nosso amarelo!” crédito

No final da tarde eu já estava em um bar observando a dinâmica do relacionamento entre homens e mulheres brasileiras. Quando você fica de expectador acaba se divertindo bastante. As mulheres deixam sinais sutis, mas evidentes, quando querem ser abordadas. Nós não nos fazemos de rogados. Na pior das hipóteses, faremos uma nova amizade com uma mulher linda que certamente terá muitas outras amigas mais bonitas ainda.
O Brasil têm muitos problemas graves sim. Problemas esses que temos de combater um a um. Entretanto, as regiões metropolitanas mais desenvolvidas do país já possuem todas as características de países de primeiro mundo. Existem periferias, fome e pobreza na Europa e América do Norte também. Considerando cidades como São Paulo, Rio, BH, Curitiba, Floripa, POA, dentre outros pólos de riqueza no país, temos exatamente os mesmos problemas dos países ditos civilizados.
Além do mais, apesar de todas as mazelas e a infindável batalha que travamos diariamente para melhorar esse país de natureza excepcional, ainda somos muito mais felizes do que lá fora. Aqui, no final do expediente os problemas ficam de lado por alguns instantes quando o brasileiro comum abre uma Skol e curte seu sambinha no boteco. Não sou um fã de pagode, mas sei admirar a forma com que as pessoas humildes simplificam as dificuldades do dia-a-dia cantando e dançando. São pessoas que amanhã estarão de pé cedo, pois se perderem tempo reclamando ao invés de trabalharem, deixarão faltar o sustento da família.
No Brasili, não nos suicidamos tanto, nos ajudamos mais, nos divertimos mais e fazemos mais amigos. O tráfico pode matar com suas balas perdidas, mas aqui os lunáticos não metralham seus colegas nas escolas nem enfiam uma espada em seus estômagos ao serem demitidos.
A Defesa Civil informou que as doações particulares para ajudar com as enchentes catarinenses passaram de R$2.000.000,00. Já li por toda a parte notícias de depósitos dos corpos de bombeiros lotados com doações de mantimentos. Caminhões partem para a região afetada de todas as partes do país. As Forças Armadas não medem esforços para ajudar. A Aeronáutica constrói postos de comunicação e controle aéreo, o exército improvisa pontes e hospitais, a marinha já contribuiu em grande parte dos resgates.
Há relatos por toda a parte de militares sem dormir resgatando pessoas há mais de 48 horas. Me emociono ao ler nos caminhões do exército a frase que ilustra o princípio que os guia: “Braço forte, mão amiga”. E você leitor, por favor não ouse dizer que aqueles bravos combatentes estão apenas cumprindo ordens. Possuo grandes amigos e familiares militares. O contingente nas missões de paz com participação brasileira é em grande parte voluntário! Muitos deles, segurando um Fuzil 7.62mm, não evitam as lágrimas ao ver a situação em que crianças vivem no Haiti, por exemplo.




Traíra, Itacaratu-PE. crédito
Devemos sim criticar os problemas de nossa pátria, mas com o objetivo de agirmos e tomarmos a iniciativa para mudar o que está ruim. De nada adianta reclamar de tudo e todos, sentado no sofá ou atrás de um teclado de computador.
Esse não é o país dos que saqueiam os supermercados em SC, que matam no RJ, que roubam em Brasília. Esse país é nosso, dos que fazem a diferença e trabalham dia após dias para construir uma nação melhor. É por causa dessas pessoas que bato no peito com orgulho de ser brasileiro e nego qualquer oferta de deixar esse país que tantas coisas boas já me proporcionou. Toda cesta tem sua maçã podre, mas no fim, não vamos permitir que as boas sejam contaminadas.


























terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O futebol à beira do fim do mundo

O futebol à beira do fim do mundo

O que está acontecendo com o futebol? Só hoje já estamos escrevendo o terceiro texto sobre problemas extra-campo que mancham o esporte. Primeiro, foi a denúncia de compra de resultado em jogo da Série B do Campeonato Espanhol. Depois, o caso de intolerância religiosa na Inglaterra, por parte de fanáticos do Newcastle, que insultaram um jogador do Middlesbrough. E agora, ameaças de morte feitas via e-mail por torcedores do Olimpique de Marselha, direcionadas aos torcedores do Atlético de Madri.

O clube espanhol revelou que vem recebendo mensagens por e-mail avisando que oito torcedores atleticanos serão mortos quando forem a Marselha assistir ao confronto entre as duas equipes pela Liga dos Campeões da Europa. E qual o motivo de tanto ódio? Uma vingança idiota. Os torcedores do time francês não se conformam com a prisão de Santos Mirasierra, um fanático seguidor do Olimpique, detido no primeiro confronto entre as equipes por ter atacado um policial enquanto este retirava uma faixa do Olimpique de Marselha da arquibancada.

Como a Justiça espanhola está pedindo oito anos de prisão para o arruaceiro, os 'colegas' de Santos Mirasierra querem se vingar matando oito atleticanos. A que ponto chegamos...

Vejam o que diz um dos e-mails, enviado em um espanhol tosco, para o Atlético de Madrid, e publicado pelo jornal "Marca": 'A todo el equipo de l atletico, quiero decir que estan conos y hijos de puta porque la Fiscalia pide ocho años de prision para el aficionado del Olympique Santos. Todos eso va a hacer que los aficionados de l'OM van a matar OCHO aficionados del atletico durante la partida en Francia. RACISTAS de mierda'.

Outras mensagens com conteúdo parecido foram mandados para o clube de Madri, alguns em espanhol, outros em francês e inglês. O jogo está marcado para o dia 9 de dezembro, terça-feira da próxima semana. Os dois times estão no grupo D, com suas situações definidas: o Olimpique tem três pontos, sem chance de classificação para as oitavas-de-final, e o Atlético já garantiu sua vaga, com 11 pontos, e luta pela liderança da chave.

Através de seu site oficial, o Atlético de Madri pede que seus torcedores não viajem para a França para assistir à partida, por entender que não há garantias de segurança. O clube espanhol sequer solicitou ingressos ao Olimpique.

O futebol está virando cada vez mais um campo de guerra.