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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sedentarismo mata mais do que fome na África

A vida moderna tem deixado o homem cada vez mais sedentário e, por conseqüência, sujeito a problemas de saúde. Neste artigo escrito pelo cardiologista Heraldo Victer, presidente do Centro de Estudos do Procordis (Cepro) e membro do grupo de caminhantes Araribóia, ele mostra que viver é caminhar. Vejam o que diz o doutor e me digam se ele tem ou não tem razão.

“A vida moderna trouxe uma série de vantagens ao homem comum, com facilidade na execução das tarefas diárias. O homem não precisa mais ir à busca, tudo chega às suas mãos sem esforço. De caminhante ativo se transformou em inativo. O preço desta mordomia foi o sedentarismo. Os carboidratos refinados (farinha de trigo refinada e seus derivados, açúcar refinado e seus derivados) e os alimentos gordurosos, fizeram a população conhecer a obesidade. Em fotografias e/ou filmes das décadas de 30, 40 e 50 não se observava pessoas com sobrepeso corporal, contudo atualmente a obesidade está se constituindo num flagelo das nações, existindo 300 milhões de obesos. É pior que a própria fome africana, e mata muito mais.

A obesidade leva a situações patológicas indesejadas, desde artrose dos joelhos, infiltração gordurosa do fígado, dificuldade de locomoção, e aparecimento da temida doença metabólica, diabetes mellitus. Logo surgem as doenças cardiovasculares (DCV). Estas são as principais causas de morbi-mortalidade em todo mundo ocidental, como no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro.

As DCV causam uma profunda repercussão à sociedade, reduzindo a força de trabalho, por acometer a população produtoramente ativa, levando a um grande impacto sócio-econômico, onerando a previdência social. Como reverter esta situação tão preocupante que agora acomete também a população jovem?
Na década de 70, um cardiologista texano, Dr. Kenneth Cooper, divulgou a i mportância da atividade física à saúde cardiovascular. Mais ainda, que o exercício físico atuaria na função cardíaca promovendo melhor desempenho do coração ante o esforço físico. Criava-se um modelo de resposta fisiológica do organismo, que proporcionaria uma prevenção às doenças cardiovasculares.

Estas observações e conclusões cientificas foram obtidas através de muitas experiências realizadas nos laboratórios de fisiologia do exercício, e foram tão logo passadas à prática clínica. Foram informações revolucionárias à época. Estes novos conceitos tiveram um impacto extraordinário à vida do homem comum, modificando o comportamento urbano, a ponto de ter ocorrido à época uma onda avassaladora de pessoas caminhando e correndo pelas ruas sem terem tido uma devida orientação profissional.

“Cooper” passou ser sinônimo de exercício físico. O chamado “Teste de Cooper” ingressou nas faculdades, penetrou nas salas de aulas, convenceu os professores, e foi academicamente repassado aos profissionais da área da saúde como verdade científica. Nos últimos anos vários trabalhos científicos vieram demonstrar a correlação linear existente entre os exercícios físicos e os benefícios obtidos, inclusive na redução da morbi-mortalidade cardiovascular. O estudo comparativo da doença coronária nos entregadores de carta (carteiros dos correios) demonstrou que nestes era estatisticamente muito menor do que nos motoristas de ônibus, comprovando a importância do exercício sobre a saúde. Da mesma forma, os obesos ativos são mais saudáveis que os obesos sedentários.

A adesão mínima da prática do exercício físico para despender gasto calórico moderado por período de tempo prolongado de forma regular está associada a uma redução de 20% a 30% do risco cardiovascular. Uma sessão de três segmentos de 30 minutos cada (alongamento, aeróbica e musculação) por 3 a 4 vezes por semana, é suficiente para produzir um adequado condicionamento físico e conferir qualidade de vida. Os expressivos efeitos benéficos se fazem presentes também no metabolismo lipídico, com aumento do HDL (colesterol “bom”), com redução do LDL (colesterol “ruim”) e com redução dos TG (triglicérides). Favorece um aumento a sensibilidade à insulina. Produz uma queda nas cifras da pressão arterial.

Finalmente, com a possível melhoria da função endotelial vascular, presume-se que possa retardar a progressão da aterosclerose. Dada à extrema facilidade de realização da atividade e exercício físicos, deve ser a via mais adequada para se tornar real a conquista de uma vida saudável. O homem deve reverter seu estilo de vida e voltar a ser caminhante.”

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