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terça-feira, 12 de agosto de 2008

NÃO TEM PHEARPS

A HP - e outras grandes organizações no Brasil - sofrem pela falta de profissionais com inglês fluente

Nesse momento, 5 000 jovens costa-riquenhos recém-formados na área de tecnologia da informação trabalham em um centro de serviços da multinacional americana de computadores HP, que dá suporte técnico a empresas do mundo todo. É o famoso help desk, só que globalizado. Esses milhares de empregos poderiam estar no Brasil, que foi um dos países cotados para sediar esse centro quando a idéia surgiu, em 2004, e começou com menos de cem pessoas. Mas uma variável importante tirou o país da jogada. “Seria muito difícil conseguir recém- formados com fluência em inglês, uma competência que o trabalho exige”, diz o diretor de recursos humanos da HP Brasil, Jair Pianucci. A fluência em inglês, um item elementar para qualquer profissional que aspira operar no mercado global, não é tão comum nas companhias brasileiras, mesmo entre os executivos. Na Costa Rica, um país de 4,3 milhões de pessoas, encontrar alguns milhares de trabalhadores que falam perfeitamente a língua pátria da HP é bem mais comum do que em cidades como São Paulo ou Ribeirão Preto, no interior paulista. Essas cidades são as preferidas da HP, quando a multinacional avalia a viabilidade de implantação de um centro mundial de serviços. Claro, há uma segunda variável. “A fluência em inglês encarece o profissional. Isso torna inviável a instalação de um centro no Brasil”, explica Jair. Aqui, esse profissional ganharia cerca de 1 200 dólares. Na Costa Rica, o salário cai para 600 dólares. Lá, é comum que os universitários saiam da faculdade fluentes na língua inglesa, o que já não acontece no Brasil na mesma proporção. A multinacional alemã de tecnologia SAP acabou optando, no ano passado, por construir seu centro de serviços compartilhados na vizinha Argentina. Hoje, o local emprega mais de 50 profissionais. “O Brasil tem algumas barreiras, como custos de produção, altos impostos, infra-estrutura e, principalmente, profissionais com deficiência em inglês”, diz Álvaro Cyrino, professor de estratégia e internacionalização da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. A SAP Brasil também interrompeu os investimentos no seu centro de desenvolvimento de software em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. O plano era contratar 800 profissionais até o final de 2009. Nesse caso, a SAP aguarda a flexibilização do governo brasileiro com relação à contratação de profissionais de TI. SÓ 10% FALA A mesma história se repete em outras empresas. A Tata, multinacional indiana, sofreu há dois anos ao montar seu escritório aqui no Brasil porque não encontrava gente qualificada o suficiente para se comunicar em inglês com o resto do mundo. E a alemã Siemens está com vagas abertas há alguns meses em sua sede brasileira por falta de profi ssionais fluentes no idioma. “Dos executivos com quem eu me relaciono, apenas 10% realmente têm inglês de bom nível”, diz Saulo Lerner, consultor da Right Management, empresa de gestão de carreira e recolocação de São Paulo. Por bom nível, entenda-se que não apenas comunique-se basicamente, mas que seja capaz de falar sobre negócios e outros assuntos com nativos de países de língua inglesa. A falta do idioma fica mais crítica na hora da contratação. “Quem já está em uma empresa e precisa se comunicar até se vira. Mas quem precisa ser contratado e não fala está fora do processo seletivo”, diz Saulo. Depois de algumas experiências ruins, a HP resolveu instituir testes técnicos para fazer suas contratações. Hoje, quando decide por um profissional, faz testes de inglês, redação e lógica. “A formação no Brasil é tão fraca que muitas pessoas não conseguem redigir um bom e-mail”, diz Jair. Como conseqüência, o país continua fora do radar de grandes multinacionais como a HP quando o assunto é a instalação de escritórios de serviços de tecnologia. E muitos profissionais perdem a chance de evoluir na carreira por causa de um conhecimento que hoje, em um mundo globalizado, é essencial.

Fonte: Você S.A

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