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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Farc e ELN anunciam união na Colômbia contra Uribe

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) — as duas organizações guerrilheiras que atuam no país — anunciaram a união de suas forças para lutar contra o governo do presidente Álvaro Uribe(1). Em comunicado conjunto, prometem atuar com “fraternidade e camaradagem” entre si. “Caminhamos para trabalhar pela unidade para enfrentar, com firmeza e beligerância o atual regime”, diz o texto, assinado pelo Secretariado Nacional das Farc e pelo Comando Central (CoCe) do ELN e divulgado pela agência de notícias Anncol, com sede em Estocolmo.

De acordo com as estimativas da inteligência militar, as duas guerrilhas somam um efetivo da ordem de 14 mil combatentes. O ELN, inspirado pela Teologia da Libertação e pela Revolução Cubana, tem um histórico de rivalidade e até confrontos armados com as Farc, nascidas da esquerda comunista. O comunicado conjunto ordena todas as frentes de ambas as organizações a cessar os confrontos dos últimos anos pelo controle político e territorial de várias regiões do país. “Assumimos o compromisso de habilitar os espaços e mecanismos que permitam esclarecer e encontrar as verdadeiras causas que nos levaram a essa absurda confrontação, a superá-las e trabalhar por ressarcir os danos causados.”

As Farc e o ELN citam como seu “único inimigo” o “imperialismo norte-americano e sua oligarquia lacaia”, e empenham toda a “energia combativa e revolucionária” para enfrentá-lo. O comunicado, datado de “novembro de 2009, nas montanhas da Colômbia”, é apresentado como produto de uma reunião entre os altos comandos das duas organizações, mas não há referência a onde e quando ela teria ocorrido.

No início da semana, o líder máximo das Farc, Alfonso Cano, apareceu em um vídeo exibido durante uma conferência continental de núcleos bolivarianos, realizada na Venezuela. Fardado, ele lê na tela de um laptop seu pronunciamento, no qual ataca a cessão de bases militares colombianas aos Estados Unidos — um dos motivos alegados para a aliança. Afirma que a presença de tropas americanas na Colômbia “não se circunscreve ao combate contra o narcotráfico e o chamado terrorismo, mas busca desestabilizar o processo desenvolvimentista e independentista na América Latina”. E dispara: “A guerra ao narcotráfico é uma estratégia fracassada que os EUA utilizam como pretexto para intervir e agredir em diversos lugares do mundo”.



“Propaganda”

Na Casa de Nariño, sede do governo colombiano, assim como em alguns ministérios, a notícia da aliança entre as guerrilhas foi vista como “mera propaganda”. O vice-presidente, Francisco Santos, afirmou que não se responde “aos terroristas” com palavras, mas “com a força pública”. O chefe das Forças Armadas, general Freddy Padilla, destacou que as disputas entre as Farc e o ELN tornam esse tipo de acordo “impossível” de se concretizar. “Os colombianos não devem se enganar nem surpreender: essa aliança é impossível na profundidade, eles têm disputas de controle territorial pelo narcotráfico, mataram-se entre eles no sul de Bolívar (norte do país) e em Arauca (fronteira com a Venezuela)”, argumentou Padilla em entrevista à Rádio Caracol.

O ministro da Defesa, Gabriel Silva, também apontou o acordo entre os rebeldes como uma “estratégia de sobrevivência e um sinal de debilidade”, que demonstraria o acerto da política de guerra total declarada por Uribe. Silva declarou ainda que o governo tem informações de que “15 líderes guerrilheiros se encontram na Venezuela”. Um deles poderia ser o comandante máximo do ELN, Nicolás Rodríguez, chamado também de Gabino. “Faço um apelo à Venezuela para que atue conforme as leis internacionais e capture e extradite esses terroristas”, disse Silva. Em Copenhague, onde participa da Conferência sobre Mudança Climática, Uribe pediu que outros países façam sua parte e persigam os guerrilheiros, pois considera que é a única forma de conseguir a paz na Colômbia. 

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